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Notícias

27 de dezembro de 2013

“Onde Deus quiser contar comigo, lá vou eu”

A frase que dá título a esta entrevista com o frei Rodrigo Cichowicz mostra o comprometimento de um homem que se dedica levar a mensagem da fé em Deus e unir comunidades. O bom humor, atenção e receptividade são umas das suas marcas.
Nascido no pequeno município de Alegria (RS), o frei Rodrigo recebeu a sua ordenação diaconal em 2011, na Lomba do Pinheiro em Porto Alegre, pelas mãos do arcebispo Dom Dadeus Grings. De saída de Não-Me-Toque está preparando sua transferência para Rio Grande.
Desde 2012, ao lado do frei Leopoldo Frankoski, auxilia as atividades da igreja católica na Paróquia Cristo Rei em Não-Me-Toque da Arquidiocese de Passo Fundo.
As comunidades da Paróquia Católica de Não-Me-Toque prepararam uma celebração para se depedir do Frei Rodrigo Ci-chowicz e agradecer sua participação marcante. A missa, no dia 22 de dezembro, teve momentos especiais como as preces e o Evangelho, que foi escolhido por se tratar da vocação.
Segundo o pároco, frei Leopoldo Frankowiski, o jovem frei Rodrigo responde ao chamado da Igreja porque assumiu sua vocação e está pronto para novos desafios.

Leia a entrevista concedida ao jornal A Folha com o filósofo, teólogo e frei, Rodrigo Cichowicz.
A FOLHA: Qual é sua cidade natal?
Frei: Alegria, pequena cidade de aproximados quatro mil habitantes no noroeste do Estado, próximo a Três de Maio e Santa Rosa.

AF: Quanto tempo você atuou em NMT e onde irá trabalhar?
Frei: Cheguei a Não-Me-Toque no dia 9 de fevereiro de 2012 e a partir do dia 1º de fevereiro irei trabalhar em Rio Grande (RS).

AF: Quando será a sua última missa?
Frei: Haverá uma celebração e confraternização de despedida com todas as comunidades no dia 22 de dezembro, às 10h30min, aqui na comunidade da Matriz.

AF: Qual a mensagem que você deixa para a comunidade?
Frei: Se tenho direito a um pedido para cada membro da Paróquia Cristo Rei, peço que apoiem-se mutuamente e se unam neste projeto maravilhoso de Deus. Eu estou partindo para uma nova realidade, uma nova missão, mas aqui ficarão dois freis que, cada um do seu jeito, vai dar da sua vida, do seu suor pelas comunidades, pelas pessoas e merecem todo o carinho e respeito.

AF: Qual é a missão?
Frei: A missão vai ser grande entre trabalho de Capelão, visita a pacientes de terça a sábado em dois Hospitais (Santa Casa e Cardiologia) com aproximados 700 leitos, Vigário de uma Rede de Comunidades da periferia de Rio Grande, com em torno de 40 mil habitantes, e guardião, animador e coordenador dos freis daquela região (8 freis em 4 municípios). Já pedi a graça de Deus para corresponder às expectativas e responsabilidades a mim confiadas.

AF: Como a comunidade pode apoiar os freis?
Frei: Serão o Frei Leopoldo, que continua trazendo da sua experiência, e Frei Laerte (substituto) que traz vigor jovem. Ajudem-nos, sejam solidários e companheiros deles. Não critiquei ou fofoquem de sua própria Igreja, assim como também vocês não fariam isso com a própria família. A Igreja é uma família, da qual todos fazem parte. A Igreja somos nós todos. Como diz São Paulo em 1 Corintios 12: “O corpo é um, mas são muitos os membros”. Nas comunidades cristãs também, somos todos membros de um só corpo. Participar das missas na Igreja é fácil, ser Igreja é nosso compromisso. E só somos quando estamos unidos num mesmo e grande ideal, Jesus Cristo e seu Reino de Amor.

AF: A sua saída de NMT está ligada a um projeto especial ou a um novo desafio?
Frei: Já antes de nascermos, Deus nos reservou uma grande missão. Ou nós a vivemos e partilhamos com as pessoas ou então desperdiçamos e jogamos fora a nossa própria vida. Creio que o grande projeto é de Deus. Ele nos envia e também nos ampara pelo caminho. Trabalhei em 2007 lá em Rio Grande, e já conheço um pouco daquele querido povo. Creio que este tenha sido um dos aspectos considerados quando meu nome foi escolhido para lá voltar.

AF: Os trabalhos continuarão normalmente até a sua saída. O que mais vai sentir falta?
Frei: Continuarei os trabalhos normalmente até o dia 9 de janeiro. Sobre sentir falta, sinto muita saudade das pessoas que conosco estão trabalhando, se doando, dando da sua vida e do seu tempo para o bem da comunidade, para o bem do Reino de Deus.

AF: E a nomeação?
Frei: Sempre que recebemos nomeação para algum novo lugar, ficamos um pouco apreensivos de como é a cultura, o jeito, os costumes e quais as dificuldades cada lugar tem, e como vamos conseguir dar conta do nosso trabalho, da nossa missão, que Deus nos confia.

AF: De que maneira está saindo?
Frei: Saio de Não-Me-Toque feliz por um trabalho realizado, que teve momentos de se firmar os pés, de romper com aqueles poucos que colocam o poder e os interesses pessoais acima dos interesses da comunidade. Por outro lado houve muitos momentos de apostar, apoiar, ser um ombro amigo de força e fé para aquelas muitas lideranças que se doam diariamente para cada uma das 22 comunidades da Paróquia Cristo Rei.

AF: O que gostaria de ter feito mais?
Frei: Sou muito sincero em afirmar, poderia e gostaria de ter feito mais, no entanto saio realizado pelo que foi feito com o apoio de muita gente. Se não existem leigos que dão a vida pela comunidade, não há padre que possa fazer algo. Muitos, inclusive, me pediram se estou saindo por que não gostei daqui. Logo avisei para não pensarem bobagem. Gostei e gosto muito do povo daqui e tem muitas pessoas que vão comigo na memória e no coração. No entanto, essa é a missão que escolhi. Onde Deus quiser contar comigo, lá vou eu.

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