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Notícias

6 de fevereiro de 2017

No superlotado presídio de Carazinho 25% dos presos cometeram crimes em Não-Me-Toque

 

A situação precária do sistema prisional brasileiro não é diferente na região, no Presídio Estadual de Carazinho (Pecar), para onde são encaminhados os presos que cometem crimes em Não-Me-Toque.  A reportagem do jornal A Folha conversou com o diretor do presídio, Eberson Tapia de Oliveira. Ele enfatizou que o presídio vive sua pior condição estrutural, com graves problemas físico, material e de recursos humanos para o trabalho.
A perplexa condição é vista na superlotação das celas, com uma media de 14 presos para seis lugares. Nas 132 vagas disponíveis do regime fechado estão entulhados 238 detentos. No semiaberto, das 64 vagas, 80 estão cumprindo pena. Do total de apenados, 25% cometeram crime em NMT. NMT tem o segundo maior contingente de presos, perde somente para homens e mulheres sentenciados da cidade de Carazinho.
O presídio recebe ainda a demanda vinda de outros municípios da região: Passo Fundo, Chapada, Coqueiros do Sul e Santo Antônio do Planalto.
Para agravar a situação, Oliveira informou que o presídio está com apenas 30% do efetivo ideal.
A gravidade das condições vivida dentro dos presídios ficou mais evidenciada com as rebeliões ocorridas nos estados do Amazonas, Roraima, Rio Grande do Norte e São Paulo no mês de janeiro. O significativo déficit prisional no país provocou reação do governo federal que autorizou os governadores solicitar a presença das Forças Armadas para remediar a dificuldade de controlar e evitar rebeliões nos presídios.
- Temos a esperança de melhorar o efetivo com a abertura do edital para concurso de agentes penitenciários da Susepe, oportunizando 720 vagas mais cadastro reserva – comenta o diretor do Pecar.
Eberson Oliveira disse que 40% dos presos aguardam o dia do julgamento na cadeia. As celas possuem chuveiro para banho, pia e as refeições preparadas na cozinha do Pecar são entregues nas celas. Os prisioneiros têm direito a duas visitas por semana, nas quartas e sexta-feira.
A população carcerária do Rio Grande Sul, até ontem, conforme dados atualizados no site da Susepe, é de 33.075 (homens) e 1.874 (mulheres).
Em 2016, houve 39 fugas registradas no regime fechado e 80% dos apenados estão presos pela Justiça com envolvimento no tráfico de drogas. A administração dos presídios e os agentes penitenciários enfrentam ainda outra complexidade interna, a rivalidade das quadrilhas formada pelo crime organizado.

 Presidio de Carazinho está com as celas superlotadas e demais problemas estruturais
Presidio de Carazinho está com as celas superlotadas e demais problemas estruturais graves

Gangues rivais de NMT
De NMT existem dois grupos rivais formado no bairro Santo Antônio, que não podem viver em conjunto na Pecar desde 2013. Os líderes foram transferidos para outros presídios. A estratégia é de evitar confrontos físicos que podem ocorrer com a superlotação das celas.
E é em Carazinho que a violência tem ganhado maior repercussão na região. Em apenas 28 dias de 2017 foram registrados cinco homicídio na cidade. Em 2016, ocorrem 29 assassinatos. Na segunda-feira (30), uma comitiva do Executivo e associação comercial solicitou maior apoio do Governo do Estado na área da segurança, em Porto Alegre.

Trabalho da polícia de NMT
Brigada Militar: A maioria das ocorrências são geradas devido aos acidentes de trânsito e irregularidade com a documentação do veículo, motorista (CNH) ou falta dos mesmos numa mesma abordagem. Reclamação de veículos estacionados em locais não permitidos e perturbação do sossego. Ao mesmo tempo, há expressivo números de registros de reincidência nos casos de violência com lesão corporal, muitos contra as mulheres; furtos em residências e também no comércio.
Policia Civil: O Departamento de Policia Civil de NMT informou que a maior parte das investigações gira entorno do tráfico de drogas. Isso origina inúmeras investigações com outros crimes gerados pelo tráfico, como roubos, furtos ao patrimônio, seguido de homicídios.

Detento é assassinado dentro do presídio
A morte de William Rafael Marcondes Steffens, de 28 anos, assassinado dentro do presídio por outros detentos é uma mostra clara da complexidade da falência do sistema prisional. O diretor do Pecar, Eberson Tapia, informou que William estava com outros quatro detentos numa cela, na galeria C, onde os presos cumprem medidas disciplinares, sem acesso ao pátio.
De acordo com o diretor, o crime ocorreu na manhã de sábado (22), por volta das 11h, quando os agentes ouviram barulhos na cela. Os agentes encontraram a vítima caminhado, mas com marcas de ferimentos por faca e sangrando. A Polícia Civil e Susepe investigam o crime, confirmaram a morte do preso, próximo das 13h.
Segundo administração do Pecar, não aconteceu tentativa de rebelião e que este caso em especifico está sendo investigado. As armas brancas são feitas pelos próprios presos usando material da estrutura do presídio como as facas, concreto e ferro.

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