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Notícias

25 de maio de 2017

Seminário Não Jogue com a Vida informa consequências do tráfico e do consumo de drogas 

Na 12ª edição, seminário oferece informações e alerta sobre riscos da dependência química

A Secretaria de Educação organizou Seminário Municipal sobre Álcool e Drogas “Não Jogue com a Vida”, trazendo orientações a comunidade sobre drogadição. O seminário na sua 12º edição aconteceu no dia 11 de maio. O público alvo estudantes do 6ª e 7ª anos das escolas municipais. O Seminário neste ano dividiu atenção a estudantes do Ensino Fundamental durante o dia no plenário da Câmara de Vereadores; à noite, professores no auditório da Acint.
As agentes da Polícia Civil de Porto Alegre, Loren Kircher de Vasconcellos e Bruna da Silva, ambas da Divisão de Prevenção e Educação (Dipe) e do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), da Polícia Civil do RS apresentaram as palestras. O evento anual tem origem na Lei Municipal nº. 3.048 de 15 de março de 2005, de autoria do ex-vereador Valdir Alberi Kirst (PP).
Segundo a secretária da Educação Eli Terezinha Xavier Donatti, as escolas abordaram a droga e álcool com vídeos educativos, trabalhos de grupos, texto e artísticas e pesquisas.
- Foram momentos muito produtivos de troca de conhecimento e, especialmente por alertar nossos jovens sobre a drogadição – comentou.
O projeto em mais de uma década abordou as consequências das drogas ilícitas e do abuso do álcool, na vida social, física, psicológica e familiar.
“O Brasil não tem condições de legalização das drogas”
A escrivã Bruna da Silva, do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) concedeu entrevista exclusiva ao jornal A Folha. Ela conversou antes da terceira palestra sobre drogas, que ocorreu no auditório da Acint. A platéia formada predominantemente pelos professores da rede municipal obtiveram informações sobre drogas licitas, ilícitas e de reflexão do impacto na sociedade.
A temática da apresentação está vinculada ao programa “Papo de Recompensa”, sendo a mesma, inspirada e desenvolvida pela Polícia Civil nas escolas do Rio de Janeiro. O assunto está relacionado às drogas, bullying e violência doméstica, que tem a mesma abordagem para o público adolescente e adulto. O que muda é a forma de linguagem.
A policial do Denarc relatou a expansão do consumo da droga ilícita (maconha, cocaína, crack, ecstasy) nas diferentes classes sociais. O recrutamento de alunos pelo tráfico na venda da maconha e da cocaína de dentro das escolas. Segundo a Polícia Civil de NMT, a ação dos traficantes na cidade está mais perpetuada na venda e distribuição próxima das escolas ou pontos específicos de venda.
A Folha: Qual deverá ser procedimento da escola ao descobrir que alunos consomem droga dentro da instituição de ensino?
Denarc: A direção deverá entrar em contato com a Polícia. O aluno, em diversos casos no Estado, é usado e recrutado para vender droga no pátio da escola. Uma instituição de ensino particular em Porto Alegre, tinha distribuição e consumo de dentro do banheiro, às escondidas.  O nosso objetivo com as palestras é tentar impedir que isso aconteça.
A Folha: O poder do tráfico é abrangente, por que autoridades e sociedade muitas vezes perdem para o traficante?
Denarc: O tráfico tem força suficiente de renovação por mais que se consiga prender. Isso infelizmente acontece porque temos número considerável de consumidores, ou seja, a demanda pela droga e lucro para o crime organizado. Existem bocas ou pequenos traficantes na frente de universidades na capital. Perto da minha casa, já houve briga e disputa pelo ponto de venda.
A Folha: O debate no Brasil sobre legalizando armas e da cannabis para tratamento de algumas doenças tem ganhado espaço. Com relação à liberação do consumo da maconha, o país está preparado?
Denarc: O país não tem condições. Os países em que está legalizado, como Holanda e Estados Unidos, são mais estruturados na área da saúde, legislação e de controle de consumo. A droga vai te trazer malefícios com o tempo e não temos sistema qualificado para tratar nossos viciados. O Brasil não tem condições de legalização pro uso legal da maconha. Estive na Holanda e, lá o consumo da maconha é feito em freeshop, com maior controle de distribuição. Temos uma legislação atrasada com muitas brechas na lei. A Polícia prende e o suspeito de tráfico sai da Delegacia antes do que nós, que estamos trabalhando na ocorrência.
A Folha: Quais são as drogas mais consumidas, locais onde são encontradas e produzidas?
Denarc: Drogas sintéticas de valor mais elevado são estimulantes alucinógenas consumidas geralmente em festas reive produzidas em laboratórios de dentro e fora do país. Geralmente consumido pelo público jovem mais bem instruído, universitários de classe social mais alta. Um comprimido tem preço entre 70 a 150 reais. Crack e maconha são drogas ilícitas baratas e mais consumidas, indiferente da condição econômica. A maconha é produzida aqui no país e também é trazida pelo tráfico da fronteira com Paraguai. A cocaína tem como uma das portas de entrada a Bolívia e o pó é produzido no Brasil. Há inclusive entrada de armas colaborando para o fortalecimento do sistema criminoso em todo país.

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