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Notícias

28 de novembro de 2017

Protesto esvaziado na sessão da Câmara de Vereadores

Menos de 30 pessoas compareceram na sessão da Câmara na segunda-feira

A expectativa era de uma sessão para plenário cheio e muita gente na rua tentando entrar nesta segunda-feira (27), em Não-Me-Toque, considerando o quanto o assunto rendeu de comentários nas redes sociais. Mas as lideranças do movimento em defesa das árvores na ERS-142, Maiara Baumgardt e Roger do Amaral ficaram quase sozinhas. Também o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Maiquel Junges, não conseguiu mobilizar a classe para vir protestar contra o reajuste do valor do hectare de terra que serve de base para o cálculo do Imposto Territorial Rural (ITR). Menos de 30 pessoas compareceram à Sessão da Câmara de Vereadores.

Tampouco os manifestantes puderam usar da palavra durante a sessão. O Regimento Interno estabelece que a participação popular precisa ser solicitada por ofício e ocorre através da Tribuna Popular, na primeira sessão do mês.  O presidente do Poder Legislativo, Maiquel Delano, explicou e prometeu conceder o espaço seguindo o que estabelece as regras da Casa Legislativa. Coube à plateia apenas ouvir.

Remoção de 876 árvores nas margens da ERS-142

A vereadora Neca Trennepohl Crestani esclareceu que não existe um projeto para derrubar as árvores, apenas foi realizado o inventário, conforme termo de colaboração firmado entre os municípios de Não-Me-Toque e Carazinho com o Daer, em 2014, para possibilitar as obras de melhoria na ERS-142. O termo estabelece que Não-Me-Toque poderia ficar com 70% da madeira se arcar com os custos da remoção. A vereadora desengavetou o assunto e buscou sua concretização.

O levantamento técnico apontou que no trajeto existem mais de 10 mil árvores e que o inventário apontou a necessidade de remoção de 876.

Neca foi enfática ao defender sua opinião de que vidas humanas valem mais que árvores e que vai manter a luta pela derrubada das espécies exóticas que forem necessárias para a execução do projeto de melhoria da rodovia.

- Temos a palavra do secretário estadual de Transportes que o projeto para três pistas está pronto. Afinal, comunidade vem pedindo melhorias nesta estrada ao logo dos anos.

A vereadora agradeceu as manifestações de apoio que recebeu nas redes sociais, nas ligações e pessoalmente. Também agradeceu as críticas, mesmo as ofensivas, as quais considerou motivadoras para manter-se firme na sua convicção.

- Uma pessoa pode plantar centenas de árvores, mas ninguém pode restituir uma vida perdida num acidente, quando um obstáculo como uma árvore poderia ter sido removido – declarou.

Manteve seu compromisso de plantar duas árvores para cada uma que precise ser derrubada.

Os vereadores Everaldo de Quadros, Maiquel Delano, Claudio Trentin e Charles Morais concordam com a remoção de árvores para as obras de melhoria da estrada. Alberto Maurer, Betão Bacher são contra; Beto Fritzen apoia com restrições à quantidade. Paulão não se manifestou sobre o assunto.

Após a sessão, Maiara Baumgardt gravou vídeo que postou no Facebook, ledo o texto que elaborou junto com Roger Amaral e que gostaria de ter apresentado na sessão. O texto cita que o abaixo assinado colheu mais de 500 assinaturas e que a autora tem consciência de não tratar-se de um projeto da vereadora Neca, mas sim uma reivindicação que fez para que o município fique com a madeira das árvores removidas. Sendo assim, postulou que a Administração entre com uma contraproposta ao Daer, solicitando um projeto de restauração da rodovia com melhor sinalização, equipamentos controladores de velocidade, melhores linhas de divisão de fluxo, guard rails, entre outros.

Sobre as árvores, defendeu que “para muitos são heranças de pais e avós e nós queremos deixá-las para nossos filhos e netos e apesar do mundo ir mal, ainda nos resta uma consciência ambiental”.

Defendeu, ainda, que a responsabilidade pelos impactos ambientais é compartilhada e a redução do desmatamento não é um problema do Ibama, é um desafio de todos. “A causa de acidentes não justifica a retirada das árvores”, opinou.

Maiara também citou artigo 7º do Código Florestal que estabelece o poder público pode declarar proteção a uma árvore por sua condição que vai desde a raridade até a beleza. Termina pedindo que seja revista a decisão de derrubar 876 árvores e levada em consideração a opinião de quem se importa com a natureza. “Não é culpa das árvores a irresponsabilidade humana, pois elas já estavam ali muito antes de haver rodovia”, finaliza.

Assista os vídeos:

https://www.facebook.com/maiara.baumgardt.3

https://www.facebook.com/camaranmt/

 

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