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Muito ligado ao cooperativismo, Nei espera que seus estudos meteorológicos colaborem futuramente com a agricultura da região

9 de março de 2018

Agricultor do Norte do RS também é conhecido como Homem do Tempo

Nei Abílio Sossmeier diz que o inverno de 2018 vai iniciar em maio e será muito rigoroso

 Figura conhecida na região do Alto Jacuí, norte do Rio Grande do Sul, há  37 anos Nei Abílio Sossmeier registra o tempo todos os dias e cataloga em anotações manuais, realizando impressionantes comparativos. Morador do interior do pequeno município de Victor Graeff, na localidade de São José da Glória, Nei é um profundo conhecedor do clima e de eventos meteorológicos, mesmo sem ter efetivamente estudado a área.

Nei Abílio Sossmeier , 37 anos de dados meteorológica

O cooperativismo é um traço forte do jeito de ser de Nei. Ele participa ativamente das reuniões e eventos da Sicredi Alto Jacuí, como coordenador de núcleo local. Ele conta que, “sem querer”, até assistiu a fundação da instituição financeira cooperativa, em Não-Me-Toque, em 1981.

- Havia ido até a cidade, fiquei sabendo de uma cooperativa de crédito que estava sendo criada e fui até a reunião. Desde lá, sou associado do Sicredi com muita alegria - diz Nei.

Associado também da Cotrijal, cooperativa de grãos que promove a Expodireto, Nei conta que foi um presente dessa cooperativa que despertou nele o interesse pela meteorologia.

- Quando fiz 15 anos fui presenteado pelo Departamento Técnico da Cotrijal com um pluviômetro e um folheto de controle. Foi aí que começou essa paixão - relata.

Inicialmente, ele apenas catalogava os milímetros de chuva, mas como na época em que surgiu esse interesse houve uma grande estiagem, ele decidiu começar a registrar todos os eventos climáticos do dia. E após todo esse trabalho e dedicação, atualmente, ele possui gráficos e comparativos de fatores como: geadas, chuvas, secas, temperaturas mínimas e máximas, granizos, enchentes e muito mais.

Para 2018, Nei destaca que, baseado em suas estatísticas, o inverno vai chegar mais cedo – em meados de maio – e será rigoroso e duradouro.

- Por isso, decidi não plantar trigo neste ano, a fim de não sofrer com perdas - comenta.

Ele ainda salienta que, pela histórica do que vem acontecendo no hemisfério norte, em 2019 a safra de inverno poderá ter complicações entre junho e julho. E entre as suas principais conclusões está o fato de que a região do Alto Jacuí recebe influências das frentes frias da Amazônia, e não só da Argentina, como avaliam as grandes estações meteorológicas.

- Isso explica muito sobre o clima aqui na região, pois há 20 anos, isto não ocorria. E éramos influenciados apenas pelos ventos vindos da Argentina. Só que isso mudou. De 2000 para cá, recebemos influência também da Amazônia, o que fez elevar os níveis de chuva da nossa região e também aumentar as temperaturas, como comprovam minhas anotações - argumenta.

Questionado sobre de onde surgiu esse interesse, Nei relata que acredita ser essa a sua verdadeira vocação. Ao completar 40 anos de registros, seu desejo é de reunir todas as informações e estudos em um livro.

- Não quero que esse conhecimento permaneça apenas comigo, minha vontade é de contribuir de alguma maneira com os estudos meteorológicos aqui da região. Hoje posso dizer que me sinto orgulhoso por esse trabalho e pelo reconhecimento que recebo e já recebi durantes estes anos - conclui.

Redação: Mariângela Palmeira – Sicredi Alto Jacuí RS

Crédito fotos: Bruna Roberta Toso

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