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21 de dezembro de 2012
Nosé, Trennepohl e Spagnol nas 12 Horas de Tarumã
A edição 2012 das 12 Horas de Tarumã foi uma prova de sobrevivência. Com forte calor e muitas quebras, venceu quem conseguiu superar as adversidades na prova encerrada ao meio dia de domingo (9/12). O trio estreante, Fernando Nosé, Fernando Trennepohl e Claudiomiro Spagnol, pilotando o Corsa com motor 1.9 fez uma prova espetacular chamando a atenção de equipes experientes pela ousadia e braço.
Com o carro sem condições de participar da tomada de tempo no sábado, que ida definir a posição de largada, a equipe não-me-toquense largou em último e chegou a liderar a prova por um longo tempo. A segunda colocação na categoria Turismo e a 6ª colocação na geral, concorrendo com Maserati, Volvo, Ferrari, Lamborguinni e os hiperrápidos protótipos turbo, foi espetacular, especialmente porque dos 38 carros que deram a largada, apenas 12 chegaram até o final da prova, num total de 467 voltas.
Nosé e Trennepohl, que pilotam há alguns anos, já haviam participado da competição Marcas e Pilotos e endurance. Spagnol recém concluiu o curso de piloto de provas e estreou pegando a mais dura das provas disputadas nos autódromos do Estado.
- A primeira prova de automobilismo é tensa em qualquer categoria ou condição, e em se tratando de 12 horas de Tarumã, acreditem, a ansiedade, nervosismo, e o peso da responsabilidade por estar correndo em nome de mais 2 pilotos e de uma equipe por trás de tudo aquilo se torna quase insuportável. O Spagnol foi de muita coragem em aceitar o desafio, sendo a primeira prova dele - comenta Nosé.
Raça e superação
Tudo começou com a cerimônia de abertura. O recém inaugurado boxes de Tarumã recebeu uma placa e ganhou o nome de “Castrinho”, um dos maiores nomes do automobilismo gaúcho, morto esse ano. A própria edição das 12 Horas, foi batizada de “Prova Luís Alberto Ribeiro de Castro”.
Assim que os pilotos posicionaram as máquinas na reta de Tarumã, ao clássico estilo Le Mans, o som nas arquibancadas também subiu. O público vibrou com a largada. Na pole position largou o MCR 46 do quarteto João Sant´Anna, Vitor Genz, Giovani Bianchessi e Roger Sandoval. A equipe havia conquistado o recorde de tempo de volta em treino classificatório de 12 Horas com a marca de 58 s 878 milésimos. O favoritismo, porém, desmoronou com um problema mecânico logo na sexta volta. O carro enfrentou problemas no bloco do motor, que apesar do esforço dos mecânicos, impediu o retorno para pista. Isso da idéia do que é a prova das 12 Horas de Tarumã.
Explosão de adrenalina
- Participar das 12 Horas de Tarumã é viver uma sensação indescritível, onde é necessário dominar a adrenalina, a velocidade, o sono, o perigo, a potência. Temos que andar num ritmo muito forte sempre, e ao mesmo tempo cuidar do equipamento. Pela manhã, após as dez horas começa a se perceber o desgaste de freios, pneus, físico, psicológico, enfim, tudo ao mesmo tempo. Andamos muitas e muitas horas administrando tudo isso e olhando tanto para frente como para trás, por estarmos por muitas vezes a quase 200 Km/h e no retrovisor aparece um protótipo a quase 300. A equipe Kratina Racing , sempre com uma qualidade absoluta, permitiu que fôssemos ao limite do carro mesmo após as 10 da manhã, quando todos estão reduzindo o ritmo. Para se ter uma idéia, fizemos nossos melhores tempos na décima – descreve Nosé.
A sensação que toma conta dos pilotos que participaram ou dos que sonhem em participar desta fantástica aventura que começa a 00 horas e se estende até às 12horas chega a ser indescritível.
O Corsa Kratina da equipe de Não-Me-Toque aguardava despretensiosamente a largada na última posição da reta de Tarumã. À meia noite, quando a explosão dos fogos de artifícios deu lugar à explosão dos motores, a adrenalina invadiu o corpo e a alma dos apaixonados por carro e por velocidade.
- Ao final, é impossível esquecer esta emoção tão grande e gratificante, apesar do cansaço do corpo e da mente, que a gente sente mesmo só no dia seguinte – relata Nosé.
O Corsa preparado pela equipe Kratina foi patrocinado pelas empresas: Mevemaq, Odontológica, Stara e Nosé Veiculos.
Nosé iniciou a corrida a meia noite. Tocou até as 3h15 da madrugada quando Fernando Trennepohl assumiu o volante até às 5h15. Nosé retomou até às 8h liderando a corrida e entregou para Spagnol que enfrentou alguns carros sucateados e outros muito velozes das outras categorias, o que, para quem estava inaugurando em corridas no automobilismo, acreditem, não é nada fácil. O Corsa estoura um pneu em uma manobra para evitar o choque com um protótipo. Até a troca a equipe cai para segundo lugar, com quatro voltas atrás do primeiro colocado. Às 9h30 Nosé reassume e conduz o carro até chegar à última volta da corrida.
- Eu já não conseguia escutar a orientação dos boxes. Estava surdo com o barulho e queria saber se podia exigir mais do carro, porque sentia que tínhamos condições de tocar mais três horas em regime máximo se fosse necessário – relata o piloto.
Nessa altura da prova, os tempos que iniciaram em 1:20:50 já estavam virando em 1:19:20. Foi com essa gana que o Corsa cruzou a linha de chegada num desempenho extraordinário.
A equipe provou que tem talento e muita habilidade ao alcançar o resultado competindo com pilotos experientes e grandes equipes. Somando a demora na preparação do carro, o batismo do piloto Spagnol e a chegada de Fernando Stapelbroek quando a prova já tinha inicia – ele deixou a festa de casamento da tia em NMT para viajar até Viamão - no final foi uma conquista para ficar na história.
Classificação final da prova:
Posição/ Nº do carro/ Pilotos/ Carro
1 10 P.Ventura/J.Cardoso/F.Toledo/G.Martins/C.Almeida MXR
2 111 C.Belleza/V.Jr/P.Rutzen/O.Menezes/J.Puhl Maserati
3 9 R.Kreuz/R.Kreuz/J.Kreuz/J.Batista MXR
4 3 C.Crestani/F.Mello Maserati
5 122 Halmenschlager´s/R.Bonora/F.Daver Gol
6 12 F.Nose/F.Trennepohl/C.Spagnol Corsa
