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Cidade produz 250 toneladas ao mês de lixo doméstico. Plano municipal estuda destino de outros resíduos sólidos como restos de construção

18 de janeiro de 2013

Onde colocar o lixo produzido

Cidade produz 250 toneladas ao mês de lixo doméstico. Plano municipal estuda destino de outros resíduos sólidos como restos de construção
Cidadão precisa evoluir na sua conscientização sobre a responsabilidade com o lixo que produz
Plano estabelece destino também para os resíduos de construção

Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos estuda destino do lixo  
Se cada pessoa fosse responsável pelo destino do lixo produzido – se não houvesse a coleta diária – para onde iria a produção média que supera 500 gramas por dia por pessoa, pouco mais de 15 quilos por mês? E se os 15 quilos fossem multiplicados pelo número de pessoas que residem na casa?
Esse, certamente, não é um assunto que ocupa as pessoas. Os mais conscientes separam, colocam nas lixeiras e esperam que o caminhão do lixo passe para recolher. Fazem poda e limpeza do jardim e colocam na rua no dia programado da coleta. Os menos preocupados colocam na rua até nos dias que não há coleta (sábado e domingo). E os menos preocupados ainda descartam em terrenos baldios, nas valetas e na beira das estradas. Não é preciso andar muito para encontrar sacos de lixo, embalagens plásticas, móveis, eletrodomésticos, garrafas, restos de madeira e de material de construção.
É possível notar uma falta generalizada de responsabilidade para com o lixo e resíduos produzidos.
Hoje o município de Não-Me-Toque paga pelo volume de lixo produzido. São coletados cerca de 250 toneladas ao mês somente para o lixo doméstico, a um custo de R$ 900 mil por ano pago pela Prefeitura. O contribuinte paga o equivalente a R$ 0,32 ao dia, uma taxa cobrada junto com o IPTU. A arrecadação total fica abaixo do custo com o serviço, que é caro, mas indispensável.
O elevado custo e a preocupação em atender a Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei 12.305 de 2010, que estabelece a cada município a responsabilidade sobre o destino do lixo e resíduos produzidos, mobiliza o Governo Municipal de Não-Me-Toque nos últimos anos.
- Já empreendemos esforços para buscar uma alternativa regional e desde 2012 estamos envolvidos na elaboração do nosso Plano Municipal de Resíduos Sólidos – explica a vice-prefeita Teodora Lütkemeyer.
Este plano passa pela elaboração de quatro relatórios. O primeiro é o diagnóstico, apresentado no dia 13 de dezembro de 2012, que contém os dados gerais do município e da geração, coleta e transporte de todos os tipos de resíduos gerados, como resíduos de poda, varrição, volumosos, industriais, de saúde, domésticos, etc.
Neste dia 10 de janeiro, os integrantes do Comitê do Gerenciamento dos Resíduos Sólidos se reuniram no Centro Administrativo para coletar informações que servirão na elaboração do segundo e terceiro plano que visam definir as políticas a serem aplicadas.
Segundo a bióloga da Secretaria Municipal da Agricultura e Meio Ambiente, Elisa Valduga, a reunião juntou informações e traçou estratégias para recolhimento e destino corretos dos resíduos sólidos.
- Juntamos as informações para compor o relatório dois e o relatório três do plano, com o objetivo de definir as políticas aplicáveis sobre resíduos sólidos para curto, médio e longo prazo - explica a bióloga.
Estes dois relatórios pretendem definir um acordo para a composição dos serviços de transporte, coleta e tratamento dos resíduos sólidos, possibilitando uma análise que engloba os estudos para Elaboração do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos do Município de Não-Me-Toque (PGIRS). A previsão é que esteja concluído até 29 de fevereiro.
- O último e quarto relatório é o documento final que vai ser disposto para consulta pública – complementa Elisa.

Diretrizes do Plano
Entre as propostas discutidas estão à criação de uma central de triagem de resíduos sólidos recicláveis, como papel, plástico e papelão; retomada da coleta seletiva no município, com a determinação de dias diferentes para a coleta do lixo seco e orgânico; intensificação das ações de fiscalização ambiental, principalmente da limpeza urbana e logística reversa; maior investimento em ações de educação ambiental; gestão dos resíduos da construção civil; instalação de um aterro sanitário municipal; criação de um setor específico na Prefeitura para gerenciar e controlar o saneamento básico e os resíduos sólidos, que fará a interface com os demais setores da gestão municipal, visando atender o cidadão com maior eficiência.
Avanços
O biólogo Jackson Müller, contratado para coordenar o processo de implantação do Plano Municipal de Coleta de Resíduos Sólidos, coordenou a reunião no dia 10 de janeiro e comentou o comprometimento das autoridades com essa questão e a organização da iniciativa privada que se faz representar no comitê.
- Aqui em Não-Me-Toque encontramos as indústrias e setor de saúde já organizados e cuidando do destino dos resíduos que produzem. Na iniciativa privada as coisas andam mais rápidas e eles cobram do poder público essa mesma agilidade – comentou Jackson Müller.
Para o plano ter sucesso, o biólogo que já atuou como consultor da Fepam e tem larga experiência nas questões ambientais do Estado, entende que é necessário despertar no cidadão a sua conscientização.
- É preciso que o cidadão tenha consciência de que ele é um dos agentes responsáveis para revolucionar o impacto ambiental provocado pela vida urbana e pelo desenvolvimento econômico e social de seu município.
Para Jackson Müller, essa conscientização vai permitir o planejamento e a educação e no futuro as autoridades não precisarão agir como bombeiros para solucionar problemas ambientais.
Uma dessas ações poderá ser o uso dos resíduos da construção civil no ensaibramento das estradas. Para isso o município já possui uma área, mas depende da aprovação do projeto junto à Fepam e da compra de uma máquina britadeira.
A implantação da logística reversa também mereceu elogios do biólogo, pela forma colaborativa com que o Governo Municipal promoveu as primeiras ações, coletando lâmpadas, baterias, eletroeletrônicos. Junto com estas ações informou a população que os fornecedores, fabricantes e distribuidores têm responsabilidade de receber e dar destino a esses produtos fora de uso.

Por: Felipe Keler e Helaine Gnoatto Zart / A FOLHA

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