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Luciano e Tobias, em Carazinho: prontos para a jornada

24 de janeiro de 2013

Pai e filho de bicicleta na estrada

Luciano e Tobias, em Carazinho: prontos para a jornada

A aventura de quase 500 quilômetros foi planejada durante um ano

- Dizem que criamos os filhos para o mundo. Então, quando chegar a hora de liberá-los é bom estarmos seguros. Para isso, entendo que devemos entrar um pouco no mundo deles para nos aproximarmos mais, estimular a amizade, o companheirismo, a cumplicidade entre pais e filhos. Sei que na correria diária é complicado, mas lazer também é importante. Se os pais não derem a atenção devida, outra pessoa poderá influenciá-lo implantando valores que não são os da sua família ou destruindo aqueles que temos.

Assim pensa Luciano Graeff, pai de Tobias, 14 anos e Sofia, seis anos. Apesar da resistência da esposa Adriana Nedel, da mãe Eloá e da sogra Beti, realizou uma façanha. Luciano e Tobias foram de Não-Me-Toque a Araranguá (Morro dos Conventos) em Santa Catarina de bicicleta.

A aventura iniciou no dia 21 de dezembro. Eles percorreram 498 quilômetros de em cinco dias.

A viagem foi planejada durante todo o ano de 2012. Nos preparativos fizeram trajetos curtos – um a Sarandi e outro a Passo Fundo, para conhecer seus limites e sentir como era andar em rodovias. O condicionamento físico não era problema, eles praticam futebol quase que diariamente. O trajeto foi escolhido através do Google, considerando tipo de estrada, distância e tráfego. A meta estipulada foi percorrer 100 quilômetros por dia.

A viagem foi marcada para as férias da família. A dupla partiu no final da tarde de 21 de dezembro com o objetivo de encontrar Adriana e Sofia na praia, dia 25. A primeira parada foi em Carazinho, na casa de Beti Nedel, de onde partiram cedo, na manhã seguinte, seguindo por Passo Fundo, Caseiros, Lagoa Vermelha, Vacaria, Bom Jesus, São José dos Ausentes, Timbé do Sul, Meleiro e por fim Araranguá. Era 19h do dia 26 de dezembro. Fizeram o trajeto todo pelo acostamento, visando a segurança.

- Teve caminhoneiro que nos ameaçou fazendo de conta que ira nos atropelar – conta Tobias.

A parte mais complicada da viagem foi o trajeto Passo Fundo a Caseiros. A pesquisa no Gooogle não fechava e tiveram dificuldades de receber informações precisas sobre o caminho correto a seguir. A Serra da Rocinha, em Timbé do Sul, foi o trajeto mais difícil. Levaram quatro horas para percorrer 30 quilômetros de estrada de chão. Um pneu furado ficou marcado no diário de viagem. A Serra da Rocinha fica na divisa de estado entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina, onde no lado gaúcho fica a cidade de São José dos Ausentes, e no lado catarinense a cidade de Timbé do Sul, onde é possível observar a beleza da Serra Geral, com seus cânions e montanhas, uma altitude em torno de 1.200 metros.

Prevenidos, os ciclistas tinham uma bagagem mínima, roupas específicas e dois pneus estepes. Água e lanche adquiriam nos postos na beira da estrada. O pernoite foi em hotéis. O pior inimigo foi o calor intenso.

Segundo Tobias, ele andava mais rápido, o pai até pedia para ele diminuir o ritmo. Teve momentos de extremo cansaço, mas não se arrependeu.

- Quando estava mais difícil, pensava que se tinha chegado até ali não poderia desistir, mas é preciso muita força de vontade – conta Tobias lembrando que seus amigos acharam uma loucura e não acreditaram quando contou que iria para a praia de bicicleta.

- Foi muito bom conhecer os lugares que passamos. Quando se viaja de carro não da tempo de admirar a beleza dos lugares – comentou.
Pelo caminho, encontraram dois ciclistas. Um deles estava fazendo o trajeto Passo Fundo Ijuí. Outro ciclista encontratam em Vacaria. Era do interior de São Paulo e estava fazendo do Oiapoque ao Chuí, em 47 dias.

O garoto de 14 anos ainda observou:

- Na estrada as pessoas andam muito apressadas, parece que o mundo está acabando.

Exceto alguns episódios de desrespeito aos ciclistas, a viagem foi muito tranqüila, de muita conversa entre pai e filho.

- Acredito que todas as pessoas, após uma avaliação médica e algum treinamento, com tempo conseguem praticar esse esporte. Gosto porque não depende de outros para praticá-lo, somente de você. O ciclismo é um esporte bem família – comenta Luciano Graeff confirmando que a aventura será repetida nas próximas férias de verão.

- Só que desta vez eu vou acompanhar de carro. Não gostei de passar o natal longe deles – afirmou Adriana.

Por: HELAINE GNOATTO ZART

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