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Notícias

16 de abril de 2013

Na onda das redes sociais

Helaine Gnoatto Zart

Editora A FOLHA / afolhadosul

Briga de lavadeira. Esta expressão de um tempo já um tanto passado, referia-se a uma discussão entre pessoas que não se preocupavam em ter coerência em seus argumentos. Bastavam os argumentos e as ofensas. Quem não estivesse nesse nível de discussão perdia feio, saía perturbado com o que tivera de ouvir.

A expressão desapareceu, mas o estilo permanece, desta vez tecnológico, assim como ditam os novos tempos: através das redes sociais.

Hoje, não são somente os vizinhos que tomam conhecimento do linguajar afiado e das ofensas de quem se acha no direito de opinar a alto e bom som – criticar seria o termo mais apropriado. O Facebook é o canal preferido, além de sites em que as pessoas podem se esconder atrás do anonimato ou de pseudônimos.

Essa geração tecnológica e acomodada não se prende a quase nada. No entanto, está sempre pronta a opinar, desde que seja através do seu aparelho móvel ou computador. Mostrar a cara em uma reunião, audiência ou conferência, dar seu nome e participar de uma diretoria, engajar-se efetivamente a uma causa nobre ou social, ah! Isso nunca. O melhor papel é o de juiz, sentado na tribuna julgando: isso está errado, ele é culpado!

Conhecer cada questão com profundidade leva tempo e energia que a grande maioria das pessoas não tem disponível. Quem busca informações e se preocupa em conhecer o assunto antes de opinar corre o risco de mudar de ideia. O jornalismo na sua essência é assim: ouve todos os lados, todas as verdades, para então permitir que a opinião seja formada.

No caso do subsídio para o transporte aos estudantes universitários, por exemplo, todos têm uma opinião. Os estudantes desejam a ajuda porque outros municípios concedem. Reclamam que gastam muito, que o transporte é caro. O Governo Municipal alega que já atende a classe estudantil que é de sua competência – o ensino fundamental. Ainda, investe na formação técnica de quem não fez curso universitário por falta de condições ou interesse.

Conhecendo os dois lados, defendo que a ajuda aos universitários, seja dada a quem tenha uma ficha econômica e social classificada como de baixa renda, assim como os programas do Governo Federal - a lei das cotas e o Prouni. Não vejo razão de o município subsidiar o ensino universitário de quem tenha renda acima da média.

O Governo Federal encontrou uma forma de abrir vagas nas universidades públicas para quem não podia pagar a melhor formação. O Município também deve encontrar uma forma de ajudar os que têm menor renda para que cheguem em condições de igualdade de formação no mercado de trabalho.

Essa discussão no Facebook e nos bolinhos onde só se fala sob o mesmo ponto de vista está muito distorcida e não merece crédito integral. É apenas um lado da questão.

Bom seria ouvir uma voz dissonante. Ideal seria ver surgir uma voz coerente e mobilizadora que fosse além das críticas, alguém que buscasse alternativas, alguém com coragem de liderar.

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