Passo Fundo/RS: Tempo nublado
Carazinho/RS: Tempo nublado
Passo Fundo/RS: Tempo nublado
Carazinho/RS: Tempo nublado

Notícias

13 de maio de 2013

Quando você sente felicidade?

Charles Morais
Acadêmico de Filosofia
Presidente JCI Não-Me-Toque

Na maioria das vezes quando nos sentimentos completos em algumas situações de nossa vida. Quando alguém aprecia algo que tenhamos feito. Quando uma criança nos sorri sem razão.
Felicidade é algo gratuito, espontâneo. Está em todos os lugares, mas não pode ser acionada voluntariamente. Simplesmente quando ocorre, você sente a vida pulsar.
Nossa vida se torna pequena, quando perderemos a esperança da felicidade.
Existem mil conceitos de felicidade. Cada pessoa se define feliz por diferentes motivações. Por adquirir um carro, trocar beijos em uma balada, ou por estar no meio de pessoas que gosta, e assim infinitamente.
Cada cabeça uma sentença. Não posso comparar minha felicidade com a sua, e a sua com a minha.
E será que conseguimos ser feliz sozinho?
Não isolados, mas consigo mesmo, cara a cara com você?
Você tolera sua própria companhia?
Vejo muitos sendo guiados pela multidão, fazendo a mesma coisa, escutando a mesmas músicas, praticamente usando as mesmas roupas, afinal, ser aceito em um grupo é motivo de felicidade.
Muitos gastam o que não têm para poder estar no meio da vaidade e da luxúria.  O vício de poder brilhar hoje, amanhã e no próximo final de semana é real. Muita gente precisa disso.
Ao entrar em um supermercado, andamos nos corredores, enxergamos embalagens, uma mais atrativas que as outras, não compramos todas, mas sempre levamos alguma coisa que nem imaginávamos comprar. Por quê? Pela embalagem? Pela força da propaganda?
Quando perdemos nossa identidade para poder fazer parte de um grupo, nos tornamos produtos embalados, dispostos lado a lado, buscando sermos o escolhido, ou aceitos. Isso é ser feliz?
Pessoas estão se tornando produtos, expostos de forma igual, lado a lado. Já não conseguimos identificar caráter e personalidade.
A contradição está em ter personalidade, em ser diferente. E ser diferente transforma a pessoa num estranho. Nos grupos não tem lugar para estranhos.
Alguns indivíduos passam a vida correndo de forma incansável, se esgotando mais e mais, simplesmente porque o colega também esta correndo. Quando esse colega cai, e alguém questionar onde esta indo, fica sem resposta, porque conduziu seus passos sempre na cópia, na onda de todos.
Eis a lei da famosa sociedade dos rótulos!  Para participar do joguinho é preciso estar rotulado, com informações, valores e vantagens.
Quem sabe a felicidade não esta nesses caminhos, pois eles só levam a uma corrida em forma de círculos, no meio desses círculos se encontram várias identidades amontoadas, sem mais saber a quem pertence.
O mais simples da felicidade não esta na busca coletiva, e sim no encontro consigo mesmo, no encontro do caminho certo a seguir, na consciência de poder não seguir a multidão, mas seguir seu coração. Portando a felicidade é quando entendemos que a vida está em equilíbrio, corpo e alma, sonhos e realidade, caráter e identidade.
Num mundo tão concreto para que falarmos de felicidade? Falar em felicidade, falar em encontrar seu caminho, falar em ter identidade é pura utopia.
O escritor uruguaio Eduardo Galeano usa uma expressão para a palavra utopia. Ele diz:
“A minha utopia é o meu horizonte”.  Eu ando dois passos a ele se afasta dois passos, eu ando dez passos e ele se afasta dez passos. Ele conclui : “ Eu já entendi para que serve minha utopia. A minha utopia não serve para que eu chegue até ela, mas para me impedir de parar de caminhar”.

Utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência, de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.
Permitir