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Notícias

14 de junho de 2013

Você é minha propriedade!

Charles Morais
Presidente da JCI Não-Me-Toque
Acadêmico de Filosofia

Já notou que o tempo voa, como uma folha de outono? Quando achamos uma bela e queremos guardar, o vento vem e a leva embora.
Deste ano, já passou praticamente a metade e nos assustamos quando começamos a perceber que tudo passa tão rápido... Temos a sensação de querer fazer alguma coisa a mais, porém o tempo flui injusto.
Temos que ter a consciência de que essa vida é curta demais e não podemos torná-la pequena, não podemos deixar o tempo escorrer entre nossos dedos, sem ao menos sentirmos que estamos vivendo.
Cada um de nós sabe os sonhos que nossa alma carrega, cada um de nós sabe daquilo que gostaria de fazer, mas não tem tempo; daquilo que gostaria de viver, mas por escolhas do viver acabou arquivando na primeira gaveta que encontrou.
E por ai vai... Passamos os anos enchendo gavetas de rascunhos de viagens, rascunhos de sonhos que gostaríamos de realizar, mas seguir os horários da rotina não permite identificar o que vamos deixando.
E as gavetas vão ficando cada vez mais cheias de medos, sonhos e emoções.
O tempo vem e leva tudo, como se vão as folhas de outono. Se não estivermos cientes de quão precioso ele é continuaremos a desperdiçá-lo com pessoas vazias e com sonhos coletivos.
Mas que tal abrir as gavetas, aquelas de nossa casa e aquelas internas, e verificar onde deixamos nossos sonhos, nossas emoções, aquilo pelo qual nosso coração uma vez batia?
Existe em cada um de nós desejos que fazem nossa vida pulsar. Por isso não fomos feitos para ter donos ou donas, não somos objetos. Sou extremamente contra a posse de pessoas. Isso pode parecer tolo, mas é real. Relacionamentos mantidos pela posse existem; um se achando dono do outro, esquecendo-se de que cada pessoa tem um sonho, uma vontade e um desejo maior na vida.
Algumas pessoas deixam-se apropriar e apagam seus sonhos para estar com alguém, esquecendo-se de que ninguém planta horizonte em ninguém.
Somente nós podemos viver nossos sonhos.
Nessa pequena passagem chamada vida, sejamos autênticos e não deixemos ninguém roubar nossos sonhos e nossa coragem. Que as pessoas aprendam a se amar e não a se apropriar do outro, que não confundam o amor com o delírio da posse.
Amor não faz sofrer, o que faz é o instinto de propriedade. O amor verdadeiro começa lá onde não se espera mais nada em troca.
Nessa corrida chamada vida, saibamos amar a nós mesmos e os nossos sonhos e, se tivermos a oportunidade de amar alguém, respeitemos os sonhos dessa pessoa.
Somos donos de nossa vida e é dessa que devemos cuidar, evidenciar e fazê-la ter sentido, conteúdo e propriedade.

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