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Notícias

21 de junho de 2013

É, Cheguei aos 23!

Charles Morais
Acadêmico de Filosofia
Presidente da JCI Não-Me-Toque

Saber que o pouco que se faz para algumas pessoas tem grande significado faz com que você se sinta muito bem.
Saber que nem Jesus agradou a todos, faz com que eu entenda porque algumas pessoas não “me engolem”, especialmente aquelas a quem peço um pouco mais de responsabilidade para os compromissos que assumiram.
De fato, ninguém quer ser cobrado, questionado, desafiado.
Vivo imaginando um mundo onde as pessoas sejam mais audaciosas, mais autênticas e se desafiem.
Às vezes, me frustro por ver que nem todos se preocupam com um mundo melhor, que nem todos vivem da melhor forma.
O que podemos fazer, num mundo tão complexo, numa sociedade tão violenta, onde dinheiro determina quem tem vez e voz?
Como poder mudar? É triste ver jovens sendo arrastados a um abismo sem luz.
Sendo arrastados a vícios e dependências, sendo acorrentados à sociedade da amostra, onde para serem inseridos é preciso mostrar o que têm, ou o que representam ter.
No mundo onde a satisfação vem do exibir, onde se exibir é mais honroso do que conquistar algo. Onde todos gastam o esforço de seu suor, para competir.
Competir para saber quem tem mais músculo, quem tem mais status, quem pega mais. Quem está em todas!
Às vezes, reflito e penso que eu poderia ter nascido há 40 anos, onde jovens lutavam por causas, enfrentavam “autoridades”, defendiam princípios.
“O que fizeram com nossa coragem”? “Quem apagou nossos sonhos?”
Hoje, vejo alguns jogar a vida pelo ralo, tornando-se fantoches do luxo e do consumismo.
Personalidade e autenticidade são características escassas. As pessoas pensam de uma forma e agem de outra. Como dizem, são imprevisíveis.
Nada mais me impressiona! Nem a discriminação dos estranhos, daqueles que não pertencem aos “grupinhos”.
É como você viver numa cidade e falar outra língua.
É como viver num Matrix, onde todos andam pelos mesmos caminhos, guiados pelos mesmos vícios.
Chegou à época da alegoria da caverna moderna. Esta caverna onde todos estão acorrentados, hoje, se chama avenida, carro, consumo, etc...
Falar de livros, palavras, virtudes é como jogar água benta em vampiros.
A forma mecânica que cerca nosso meio, me assusta.
Estamos retrocedendo, pensa-se e age-se como máquinas.
Cada vez menos, existem jovens nas igrejas.
Cada vez menos, existem jovens na política.
Cada vez menos, existem jovens liderando comunidades.
A responsabilidade é um fardo muito pesado, muitos não conseguem dar dois passos.
Sinto-me bem, pois não vivo dessa forma.
Consigo perceber que a vida não é uma vitrine, que a vida não foi feita para servir de fantoche.
Que aproveitar a vida nem sempre é estar entortando a caneca.
Que a vida não foi criada para ser desperdiçada.
Sinto-me bem por ter amigos e não pessoas interesseiras ao meu lado. Quando parei de oferecer carona para baladas, percebi quem realmente estava ao meu lado. Pessoas que se preocupam com qual será meu próximo projeto e não com qual será minha próxima balada.
A lucidez é algo gratificante! É como conseguir abrir os olhos depois de viver décadas sem ver nada, além de sombras e vultos. É como deixar o mundo preto e branco e ver um mundo colorido, com vida.
É ter sede de viver.
Ter euforia por pensamentos, por ideias, por autenticidade.
É poder sentir que cada dia é diferente, que cada dia é uma vida.
É poder nunca estar só porque seus pensamentos não o deixam desamparado.
Certo dia, ao passar a embriaguez, notei que a vida era mais bela do que imaginava, percebi que nunca estive pronto, mas sim que estava numa eterna construção.

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