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Notícias

20 de agosto de 2013

Condenados de Não-Me-Toque chegam a 20% no presídio

Dos 260 presos em Carazinho, os condenados de Não-Me-Toque variam entre 25 a 35 apenados
Estabelecimentos na Rua Pr. Theophil Dietschi têm sido os mais visados por assaltantes

A criminalidade que chegou a ser considerada consequência da falta de emprego, fome e falta de perspectiva de vida cresceu junto com os índices de desenvolvimento social e econômico. Nos últimos anos, o bolsa família colocou comida na mesa de milhares de brasileiros e a oferta de emprego tem sido maior do que a disponibilidade de mão-de-obra. Em Não-Me-Toque, o crescimento das indústrias, do setor de prestação de serviços e da construção civil são os maiores empregadores e a realidade é de importação de mão-de obra. Pelo menos dois mil trabalhadores vêm de fora todos os dias e só não fixam residência porque os investimentos imobiliários não acompanharam o crescimento da economia.
O quadro otimista não influencia na criminalidade, que também aumentou, assim como o uso acintoso de drogas. Não passa um dia sem que haja registro de arrombamento e furto em residência. Furto de veículos e arrombamento de veículos também são comuns.
De acordo com dados da Delegacia de Polícia de Não-Me-Toque  ocorreram nove assaltos, dois com lesões corporais.
Assaltos a pedestres e em residências também ocorrem com frequência. Os praticantes de atos mais violentos são a maioria homens jovens.  Adolescentes praticam crimes de menor gravidade, mas não com menor frequência.
Crimes de morte já foram registrados um doloso neste ano, além de duas tentativas de assassinato. O último ocorreu na madrugada de 4 de agosto. Quando Gabriel Soares foi ferido à bala após tiroteio no bairro Santo Antônio. Na semana passada, a polícia deteve cinco homens acusados de terem assaltado um estudante no retorno da aula à noite. Na noite de 17 de julho, assaltantes tiveram frustrada a tentativa de assaltar uma residência. O trio chegou a abordar a dona da casa que abriu o portão da garagem para receber uma mercadoria, quando uma visita chegou no momento e fez com que os marginais desistissem do assalto.
De acordo com informações do diretor do Presídio Estadual de Carazinho, Luiz Alberto Godinho, mais de 20% dos apenados tem residência em Não-Me-Toque ou cometeram delitos no município. Como a entrada e saída de presos oscila, o número de apenados não-me-toquenses varia de 25 a 35. Na maioria, os crimes são de assalto, homicídio e tráfico de drogas. Em média, a unidade prisional de Carazinho mantém 260 encarcerados.
Comércio é maior vítima de assaltos
Os comerciantes são alvo fácil da bandidagem que age até diante das câmeras de vigilância. O maior índice de ocorrências deste ano foi registrado na Rua Pastor Theophil Dietschi, bairros Centro e Industrial. Pelo menos oito assaltos à mão armada e arrombamentos já foram registrados nesta rua nos últimos meses.  A localização com rotas de fuga de fácil acesso para bairros, centro e interior pode ser um dos motivos da preferência dos assaltantes, além da falta de um sistema de vigilância monitorado.
Nesta rua, uma joalheira já sofreu uma tentativa de assalto que resultou em grandes perdas. A identificação do veículo e de parte da placa não serviu de pista para localizar os assaltantes.
Com loja inaugurada há quatro meses, Terezinha da Rosa Keller acredita que em caso de novos assaltos será preciso haver uma mobilização do comércio e moradores da região.
- Estamos em uma região da cidade que começou receber muitos investimentos comerciais e vai chegar um momento que teremos que ter segurança particular – avaliou Terezinha.
Sócio proprietário de uma imobiliária, Moises Gehlen, já foi vítima de dois assaltos à mão armada e um arrombamento num período de oito meses.
- Temos que reagir, fazer um abaixo assinado para termos uma câmera de videomonitoramento para maior segurança de todas as pessoas que trabalham e dos clientes - comentou.
Preocupada com a insegurança e com o déficit policial em NMT, a proprietária de uma loja desta rua que não quis se identificar, disse que tem medo, mesmo a Brigada Militar circulando pelas imediações todos os dias e principalmente quando anoitece.
- Cada peça da minha loja é importante para mim. Sei o quanto pesquisei, trabalhei e negociei para poder proporcionar coisas lindas aos meus clientes e se tirassem isso de mim é bem possível que minha vontade seria de fechar as portas – comentou.
Insegura, a empresária disse que passou a desconfiar de pessoas que não conhece e se mostra indignada por ter que viver trancada para proteger o patrimônio conquistado com seu trabalho.

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