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Notícias

7 de março de 2014

Em Não-Me-Toque falta médico nos consultórios

 

A carência de especialistas, a enorme demanda nos plantões e postos públicos de saúde podem mostrar um lado do atendimento, mas é nos consultórios particulares que se deflagra a real carência de profissionais na área médica para atender a população de Não-Me-Toque.
Em um consultório particular com especialidade em atendimento obstetra e ginecológico, mais clínica geral, a agenda aponta disponibilidade de horário somente em meados de março (dados de consulta realizados em 21 de fevereiro).
A pesquisa realizada em outros consultórios médicos da cidade, entre 15 e 21 de fevereiro apontam uma realidade parecida. Os casos de urgências são atendidos e os pacientes agendados ficam na espera. A média por médico passa de dez consultas por dia nos consultórios.
A grande maioria marca a consulta para o primeiro dia disponível, mas tem os que vão em busca de outra alternativa.
Não-Me-Toque tem 15 médicos atendendo nos consultórios particulares, sendo sete clínicos gerais para uma população estimada em 20 mil habitantes. Na saúde pública ocorre atendimento em cinco postos de saúde nos bairros, mais o postão do centro. Em 2013, os nove médicos da Prefeitura foram responsáveis pelo atendimento de 38.559 consultas. Isso sem somar os procedimentos de enfermagem, curativos ou auferição de pressão arterial.
Ainda assim o município compra serviços e encaminha pacientes para atendimento pelo SUS para algumas especialidades como neurologia, urologia, traumatologia e oncologia.
Segundo o secretário da Saúde, Marco Costa, atualmente o serviço municipal de saúde pública precisa de mais um profissional médico com 40 horas semanais de trabalho para suprir a demanda.
- Os médicos que trabalham para o município atendem mais de quatro mil consultas ano,uma média de vinte por dia. Entretanto, os profissionais que atuam no posto central atendem aproximadamente 40 consultas por dia- comentou secretário.

Saúde pública, os profissionais que atuam no posto central atendem aproximadamente 40 consultas por dia. Em 2013 foram mais de 38 mil consultas em todos os postos

 

Pronto atendimento sobrecarregado reflete a alta demanda

Outro ponto de atendimento diário se da nos hospitais, com a oferta do pronto atendimento financiado pela Prefeitura. No ano passado o Hospital Beneficência Alto Jacuí e o Hospital Notre Dame Júlia Billiart atenderam nos plantões mais de 15 mil pessoas. O número de atendimentos também é grande nas especialidades, conforme informações do coordenador administrativo hospitalar do Notre Dame, Daniel Griep.
- Encontramos maior dificuldade para contratar médicos para os plantões de final de semana, mas a demanda também é por especialidades que o hospital oferece nos seus consultórios no dia a dia – aponta Daniel Griep.
No ano passado o Hospital ND Julia Billiart registrou mais de sete mil consultas nas especialidadesde oftalmologia, fonoaudiologia, traumatologia, otorrinolaringologia, dermatologia e até clínico geral.
Pronto atendimento sobrecarregado
Uma das principais dificuldades para conseguir médicos para atender os plantões é o acumulo de atendimentos. A queixa dos médicos é de que a maior parte das consultas e para pessoas que não se enquadram nos casos de emergência e urgência específicas do plantão, observa o administrador do Hospital Alto Jacuí,Felipe Sohne.
- O plantão surgiu para atender urgência e emergência em casos de desmaio, dores, AVC, acidentes e sintomas que trazem risco no caso de espera para consultas – ressaltou.
A média de atendimento no Hospital Alto Jacuí - que reveza com o ND nos plantões - é de 30 a 35 pessoas por dia passando pelo plantão, número que dobra nos finais de semana. Na segunda-feira desta semana (3), o plantonista atendeu 50 consultas. Os postos de saúde estavam fechados devido à paralisação do carnaval.
A alta demanda também pode ser motivo de insatisfação de quem está trabalhando. E algumas vezes o atendimento nos plantões não corresponde à expectativa do paciente, surgindo reclamações. Foi o que aconteceu com um casal que procurou o atendimento porque os médicos que atendem pelo seu convênio se encontravam em férias no mês de fevereiro.
A mulher - que preferiu não se identificar - acompanhou o marido na consulta e ficou impressionada com a falta de interesse do médico plantonista pelo caso do paciente:
- A consulta demorou cerca de dois minutos. O médico mal falou conosco, simplesmente ouviu e começou a escrever a receita sem ao menos examinar o local afetado pela dor. Tive que pedir se ele não iria examinar meu marido antes de fazer a receita – relata.

Segundo a mulher, quando chegaram ao plantão, tinha mais pessoas aguardando e viram um moço lendo jornal. Nem imaginaram que aquele era o médico de plantão. Durante o atendimento da enfermeira que faz a ficha do paciente, perguntaram quem era o médico do plantão. “É de fora” – disse a enfermeira.
- Me pareceu nem ela sabia o nome dele – concluiu a mulher.
Nos casos de reclamações do atendimento de algum médico plantonista, o administrador do Hospital Alto Jacuí, Felipe Sohne, disse que as pessoas devem relatar à administração.
- O depoimento do paciente é a única forma que temos de tomar conhecimento sobre a falha, o erro ou se houve uma conduta inadequada. Só assim poderemos corrigir os procedimentos – explicou.

 

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