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Notícias

16 de maio de 2014

Centenário da Comunidade da Linha Glória

Resgate da história vai virar livro escrito por Patrícia Hoffmann

No dia 4 de maio de 2014 aconteceu a celebração do centenário da Comunidade Evangélica da Linha Glória, Paroquia de Tapera. O culto contou com a participação da pastora Mariza Eckhardt Neuberger, da estudante de Teologia Patrícia Hoffmann, do pastor Sinodal João Willig e foi abrilhantado por estudantes de Teologia da EST. Também participaram o presidente do Conselho Sinodal, Dirceu Olair Hoffstaedter, e a tesoureira da OASE Sinodal, Loena Hoffstaedter.
A Comunidade Evangélica da Linha Glória foi fundada por nove famílias, no dia 19 de maio de 1914. Os descendentes destas famílias foram homenageados com Diploma de Reconhecimento. Também a Prefeitura de Lagoa dos Três Cantos entregou uma placa de reconhecimento pelo trabalho evangélico e de apoio aos munícipes. Estiveram presentes o prefeito Sérgio Antônio Lasch e a vice-prefeita, Juliane Raquel Kempf.
A 1ª Igreja da Comunidade Evangélica da Linha Glória foi construída no ano de 1916. A Igreja atual foi dedicada no ano de 1938. A Comunidade conta com 64 famílias e atualmente é presidida por Seldo Otilo Schmidtel, Roberto Schneider preside a Paróquia. Em breve, a estudante de Teologia, Patrícia Hoffmann, lançara um livro contando a história da comunidade. "Memórias e retratos... a formação da Comunidade Evangélica da Linha Glória" é o título provisório.
Na saída do Culto os participantes foram recepcionados por uma bandinha e foram ver a exposição de fotos da Fundação da Colônia Alto Jacuí e da Comunidade da Linha Glória expostas no pavilhão, onde ocorreram as homenagens aos descendentes das famílias fundadoras e aos que presidiram a comunidade neste cem anos de existência.
- Sentimos orgulho de ter nossas raízes nesta localidade, onde nosso avô David Zart chegou para instalar a serraria e ajudou a promover a povoação da Linha Glória. Também foi aqui que nossos pais, Friedholdo Zart e Elzira Appelt Zart moraram e onde nós nascemos registrou Roque Rudimar Zart, referindo-se também aos irmãos, David Alfredo e Anelise que compareceram à comemoração com suas respectivas famílias.
Também participaram da comemoração os descendentes das famílias de Rudolfo Haag, Marinho Dorst, Eduardo von Fruhauf, Adolfo Jorge Kuhn, João Kuhn, João Knudzen, Ludwig Berlt e Aloisio Blau.
O pastor Georg Algyer, residente em Kronenthal, escreveu em seus relatórios que foi instalado um ponto de pregação num local chamado fundos de Linha Santa Ana (que seria a Linha Glória), em meio à mata virgem. O primeiro culto foi realizado no dia 19 de maio de 1914, na casa de Rudolfo Haag.
David Alfredo Zart, comentou a organização da celebração e o trabalho de pesquisa realizado por Patrícia Hoffmann:
- É um importante resgate histórico que vem para marcar um centenário de história a qual estamos todos ligados e que vai ficar registrado para nossos descendentes. A Patrícia fez um excelente trabalho, com apoio de seus pais Elenio e Noeli, que estamos ansiosos por ter em mãos.

 

A Colonização de Linha Glória

“Até aqui nos tem ajudado o Senhor” (Samuel 7.12)

Texto e pesquisa: Patrícia Hoffmann

Segundo fatos coletados, supõe-se que o início de tudo foi com a colonização deste pedaço do Rio Grande do Sul repleto de mata, onde o pinheiro opulento e gigantesco se apesentava belo e altaneiro dentre a mata virgem.

A região foi denominada Colônia do Alto Jacuhi pelos colonizadores Alberto Schmitt e outro de sobrenome Opptiz, que faziam a mediação da venda das terras compradas do Governo do Estado pelo Coronel Gervásio Lucas Annes Dias, de Passo Fundo, entre os anos 1897 e 1900.

Depois dos primeiros anos de medição e venda das glebas, Opptiz abandona a medição. A Companhia Schmitt & Gervásio assume as negociações na área em que se localizam Carazinho até a entrada de Tapera. Assim abriu a primeira estrada, surgindo várias comunidades, dentre elas, em meados de 1910, a comunidade que mais tarde se chamaria Linha Glória.

Com a venda dos lotes de terras foram chegando os primeiros  moradores, provindos das chamadas Colônias Velhas  (Estrela, Lajeado, Roca Sales, Sana Cruz, Rio Pardo, São Leopoldo). O colonizador viajava seguidamente para esta região, para fazer propaganda da terra boa.

Com a chegada dos colonizadores iniciou-se a destruição da mata virgem, pelos colonos e proprietários de serrarias. Assim, abriam-se os primeiros claros na mata, fazendo ver, às margens do Rio Glória, a promissora comunidade de Linha Glória e o interesse pela formação da Comunidade Evangélica.

Os primeiros moradores se fixaram por volta de 1910, todos bons evangélicos e interessados na religião. Mantinha os hábitos cristãos aprendidos outrora, como a oração, a benção na hora da refeição, a oração individual e familiar, como também a tradição de ler a Bíblia regularmente.

O pastor Georg Algayer, residente em Kronnenthal, em seus relatos, escreveu que foi instalado um ponto de pregação num local chamado “fundos de Linha Santa Ana” (Linha Glória), em meio à mata virgem.

No dia 19 de maio de 1914, o pastor Georg Algayer realizou o primeiro culto, na residência de Rudholfo Haag, com a participação das nove famílias evangélicas. Destas apurou-se, além do anfitrião, os nomes de: Marinho Dorst, Eduardo vom Fruhauf, David, Zart, Adolfo Jorge Kuhn, João Knudzen, Ludwig Berlt e Aloisio Blau.

Em 5 de julho de 1914, com comunicação ao Pastor Dr. Rotermund, de São Leopoldo, foi fundada a comunidade de Linha Glória., com então 15 famílias fundadoras:  Rudholfo Haag, Marinho Dorst, Eduardo vom Fruhauf, David, Zart, Adolfo Jorge Kuhn, João Knudzen, Ludwig Berlt, Aloisio Blau, Ernesto Kolberg, Augusto Wendpap, Frederico Petry, Sr. Stumb, Sr. Thaubert e Henrique Duderstadt.

Em 30 de janeiro e 1916 foi dedicada (inaugurada) uma igrejinha, construída em terreno doado por Rudholfo Haag, ao lado da estrada de Linha Glória. A construção era simples, em forma de capela, com cobertura de tabuinhas, salientes na sua frente, uma porta na frente e duas janelas em cada lada, sem vidraças, com bancos baixos e simples. Segundo carta enviada ao Sínodo pelo Pastor Dr. Rottermund, São Leopoldo, foi comunicado que o discurso de inauguração foi proferido pelo pastor local e a prédica pelo pastor vizinho, Teophil Dietschi. “A pequena comunidade se esforçou para entregar a sua igrejinha, no dia da inauguração, sem dívidas”, escreveu o Pastor Georg Algayer.

Nesta época, os pastores se locomoviam entre as comunidades no dia anterior ao culto e utilizavam o cavalo como meio de transporte.

Como bons cristãos, além do templo, os colonos construíram uma escola, também de madeira, que se situava numa esquina ao lado da moradia de David Zart. Eles acreditavam que a educação dada aos filhos seria um meio para edificar esta comunidade.

Em 4 de fevereiro de 1931, a comunidade registra os estatutos e resolve construir uma nova igreja. O prédio seria de alvenaria, teria treze metros de comprimento e oito metros de largura e com uma torre de madeira.  A construção iniciou em 14 de março de 1937 e sua dedicação (inauguração) em 13 de fevereiro de 1938, com a Palavra proferida pelo Pastor Hermann Buchili, de Sarandi, Pastor Becker, de Não-Me-Toque, e o Pastor local, Osvaldo Atkinson.

DETALHES DA CONSTRUÇÃO – o serviço de pedreiro foi executado por Rudolfo Beutler, de Lagoa dos Três Cantos, (Die Zimmermannsarbeiter); as aberturas foram feitas por Franz Schimango; o serviço de janelas e alta por Walter Berres, de Linha Glória; o púlpito pela firma Roos de Não-Me-Toque.

O culto de inauguração teve a participação do grupo de cantores Maenerchor von Linha Glória e o grupo de canto da Oase de Lagoa dos Três Cantos, que doou os adornos do altar e da igreja.

O sino foi adquirido  em meados de 1947, inicialmente colocado numa torre ao lado da igreja, pois acreditavam que a torre da igreja era muito fraca para a instalação do sino. Mais tarde foi então colocado no lugar onde permanece até hoje.

Segundo palavras do Pastor Atkinson (Resener 1979 p.77):

“Era uma comunidade muito especial, a única m toda a paróquia, onde o pastor podia contar sempre com uma boa frequência, inclusive nos cultos de domingos de tarde ou em feriados, pois ali não havia costume do jogo de cartas ou bolão, como acontecia em outras comunidades, nos domingos à tarde.”

CURIOSODADES

OASE – fundada em maio de 1953, deixando de funcionar em 1963. A retomada dos trabalho ocorreu em 13 de novembro de 1973, com a fundação de um clube de mães formado por senhoras evangélicas e católicas, que desde então se reúne.

KERB – A festa tradicional que iniciou com a inauguração da igreja, vem sendo realizada no último domingo do mês de janeiro.

ENTERRO – Em 1910, a família Silva Dorst perdeu um filho que foi enterrado na vargem (hoje propriedade Dorst Hoffmann). Est fato motivou as famílias a se organizar para formar a comunidade, pois como bons cristãos, e pela tradição alemã, era necessário sepultar os entes queridos num lugar destinado especialmente para eles. Assim, a primeira pessoa sepultada no cemitério desta comunidade foi a senhora Florina Lavall, no dia 25 de janeiro de 1914.

BATISMOS – O primeiro batismo foi de Emma Kolberg, depois da fundação da comunidade, na residência de Rodholfo Haag. O primeiro batismo na igrejinha foi de Ilda Elwanger e o primeiro na atual igreja foi de Abílio Lamb e Lori Kuhn.

CASAMENTO – O primeiro casamento celebrado na igrejinha foi de Adolfo Jorge Kuhn e Madalena Berres.

LIVRO – Patrícia Hofmann, estudante de Teologia, bisneta do fundador Marinho Dorst, realizou a pesquisa e está concluindo a obra "Memórias e retratos... a formação da Comunidade Evangélica da Linha Glória", título provisório do livro que será lançado ainda neste ano. Interessados entrar em contato através do www.facebook.com/patricia.hoffmann

FOTOGRAFIAS:

Arquivo das famílias resgatados por Patrícia Hoffmann

Helaine Gnoatto Zart / A Folha / afolhadosul

Adavilson Kronbauer / Foto Choks

Anelise Schaffer, David Alfredo, Roque, Vinícius, Christina e Marcus Zart compõem até a quinta geração do fundador David Zart, em frente a casa construída por ele no início do século 20

 

 

Família de David Zart, fundadores de Linha Glória - Lagoa dos Três Cantos
Família Fundadora: Aloisio Blau
Família fundadora: Adolfo Jorge Kuhn
Família fundadora: João Kuhn

 

Família fundadora: Eduardo von Frühauf
Família fundadora: João Knutzen

Família fundadora: Ludwig Berlt
Família Fundadora: Marinho Dorst
Família fundadora: Rudholfo Haag
Na comemoração dos 100 anos, homenagem aos fundadores com entrega de certificado aos descendentes
Homenagem aos ex-presidentes da comunidade, com uma parte deles sendo representados
Prefeito de Lagoa dos Três Cantos Sérgio Lasch e equipe, entregou placa comemorativa da data
Contato com o passado: em frente à casa construída pelo fundador David Zart
Casarão dos Zart
Marcus Vinicius Zart é a quinta geração do fundador e participou da comemoração do centenário da Comunidade Linha Glória
Patrícia, Noeli e Elenio Hoffmann iniciaram os preparativos da comemoração em maio de 2013

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