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Notícias

25 de agosto de 2014

Produtores conhecem tendências da safra de verão americana

 

Uma visita à Bolsa de Chicago deu início, na manhã de segunda-feira (18), ao roteiro do Mundo Agro 2014 promovido pela Cotrijal e Syngenta com o objetivo de oportunizar capacitação técnica diferenciada e conhecimento cultural a produtores associados.

O grupo, de 40 pessoas, foi recebido pelo operador de mercado da FC Stone, Josefh Bedore, que fez uma análise do atual momento da safra de verão americana. Sua posição é de que o país terá uma safra recorde em produção e produtividade, devendo chegar a 103.4 milhões de toneladas na soja e 356 milhões de toneladas na cultura do milho, e que os estoques devem aumentar, passando, no caso da soja, de um volume de 3.8 milhões de toneladas para 11 milhões de toneladas. As exportações também tendem a crescer, segundo ele, com a China sendo a maior compradora.

Preços

Josefh salientou que os grandes investidores têm atuado forte no mercado, evitando quedas bruscas nas cotações. Segundo ele, os preços deverão oscilar entre US$ 9,5 a US$ 11,5 o bushel, a não ser que ocorram geadas no final de setembro e início de outubro, o que é pouco provável mesmo sendo este verão bastante atípico, com temperaturas abaixo do normal.
Para Jack Scoville, corretor da Price, que também falou com os produtores, o momento é de expectativa porque pouco produto foi vendido até agora, apenas 25 %, quando o normal no país é 45%.
- O produtor está capitalizado depois de três safras boas e preferiu esperar para vender - observou, prevendo que as cotações certamente não vão chegar aos US$ 13 a US$ 14 o bushel da safra passada, mas também não deverão ficar abaixo de US$ 10,5 o bushel. Ele estima que o mercado possa trabalhar até US$ 12 o bushel.
Jack entende que o mercado asiático com maior demanda, incluindo não apenas a China, mas também a Índia, pode interferir positivamente no mercado a partir de janeiro, com possibilidade de aumento do preço.
Os produtores ainda assistiram a apresentação de um vídeo sobre o que a Bolsa faz, como trabalha, ficando claro que ela é um instrumento de proteção contra riscos de flutuação grande de preços.
- O produtor pode vender antes, garantir preço e depois entregar o produto - explicou o corretor.
O presidente da Cotrijal, Nei César Mânica, que acompanha o grupo, observou que a safra americana e encontra em estágio bastante avançado, já no enchimento de grãos, e em boas condições, enquanto que no Brasil, o plantio da soja vai iniciar em outubro.
- Além do clima, dependemos de vários outros fatores como taxa de câmbio e tem também as eleições. Vamos acompanhar mais atentamente esse mercado para ir tomando as decisões ao lado do produtor – observou Mânica.

Grupo da Cotrijal em visita à Bolsa de Chicago

Da lavoura à produção de etanol 

Uma usina de produção de etanol, a Propert Big River, localizada em Galvão, no estado de Illinois, foi a segunda parada do grupo do Mundo Agro. Ali os produtores receberam informações sobre o processo de recebimento, moagem e transformação de milho em álcool, DDG (farelo que vai para a ração) e óleo.

O faturamento da indústria, em quatro plantas, chega a US$ 1 bilhão, com lucro líquido de US$ 180 milhões, tudo graças à alta tecnologia, funcionalidade e logística do empreendimento. O complexo é mantido por apenas 58 funcionários e possui em sua infraestrutura um terminal de trem com vagões para etanol e contêineres de DDG. No ano passado, a empresa exportou etanol para o Brasil e boa parte do DDG para a China.

Visita a produtores 

Um dos momentos mais esperados foi a visita ao produtor Rolle Moore, em Oneida, estado de Illinois, que, a exemplo dos brasileiros, busca produzir cada vez mais e melhor para fazer frente ao mercado e obter renda compatível com a atividade. Durante uma hora ele falou sobre sua propriedade de 700 hectares, parte própria e parte arrendada, dando detalhes sobre o sistema de cultivo, uso de fertilizantes, tratamento fitossanitário, manejo de fertilidade, entre outros aspectos, e respondeu a questionamentos do grupo da cooperativa.
O que mais chamou a atenção do grupo brasileiro foi a terceirização de serviços como pulverização, adubação e colheita, ficando a cargo do produtor somente o plantio.
Rolle, que atualmente conta apenas com a ajuda da esposa para tocar a propriedade, estima manter a média de 10.000 quilos de milho por hectare e chegar a 60 sacos por hectare na soja.
- Tudo vai depender do clima - salientou, preocupado com a possibilidade de geada fora de época que pode ainda acontecer. Mas está otimista, acredita que tudo irá correr bem.

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