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Notícias

26 de dezembro de 2014

Produtores de leite sofrem calote de R$ 900 mil

Produtores recorre a ajuda da Cotrijal e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais para buscas ressarcimento da empresa de laticínios
Produtores recorre a ajuda da Cotrijal e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais para buscas ressarcimento da empresa de laticínios

Laticínio de Espumoso fecha as portas sem dar explicação para produtores e funcionários

Na cadeia produtora do leite, o produtor se tornou a figura mais frágil neste ano que se encerra. Além de ver a imagem do leite sendo manchada nas manchetes devido às graves fraudes na composição do produto fraudado – pelos atravessadores e até por algumas indústrias – emerge ainda um novo problema: os laticínios que fecham.
Depois da Promilk e da Bom Gosto, chegou a vez da Campesino, de Espumoso. Os produtores entregaram o leite no dia 12 de dezembro e no dia 15, quando o caminhão chegou para entrega da coleta do final de semana, encontrou a empresa com as portas lacradas. Este seria o dia do pagamento do mês de novembro. Até o dia 23, os donos não haviam se manifestado e não foram mais encontrados.
Luiz Carlos Schuster, produtor de ponta e um dos que se reunia com os proprietários da Campesino para tratar dos preços do leite, disse que a situação é alarmante porque os produtores ficaram sem o pagamento do mês e de mais uma quinzena, além de não ter onde colocar a produção.
- Vamos ter que buscar nossos direitos, pois temos contas para pagar e precisamos receber esse dinheiro - comenta Schuster. A dívida estimada da empresa com todos os produtores pode chegar a R$ 900 mil com cerca de 200 produtores na região.
Cerca de 40 produtores de Não-Me-Toque, dos 60 que entregavam leite na Campesino, se mobilizaram para apresentar à questão a dirigentes da Cotrijal e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e pedir auxílio.
A reunião realizada no auditório da Expodireto cotou com a presença do presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Não-Me-Toque, Pedro Paulo Nienow e a cooperativa foi representada pelo vice-presidente, Enio Schroeder; pelo gerente de Produção Animal, Renne Granato; pelo gerente da unidade de Não-Me-Toque, Airton Mário Görgen, e pelo técnico agrícola Vilson Weber.
- A Cotrijal está sempre ao lado do seu produtor e vamos buscar alternativas para solucionar essa questão e também para que esse tipo de fraude não aconteça novamente - disse Enio Schroeder.
Pedro Paulo Nienow explicou que casos semelhantes já aconteceram com as outras duas empresas, que também atendiam produtores da região.
- Nessas situações acionamos a Fetag, que prestou assistência jurídica, o que também deve acontecer com esse caso – afirmou Nienow.
Revoltados, os produtores reclamaram que o golpe que sofreram era caso de polícia.
Uma nova reunião está agendada para os primeiros dias de janeiro do próximo ano. O objetivo será a definição da ação que o grupo adotará no processo. Até lá a Fetag deverá buscar informações que possam embasar as ações.

Funcionários também foram surpreendidos
Funcionários também foram surpreendidos

 Surpresa até para os funcionários
Na segunda-feira, dia 15 de dezembro, os funcionários chegaram para trabalhar e encontraram a porta da empresa Laticínios Campesino fechada, localizada em Linha Boligórnia, Espumoso. Entre os 35 funcionários circulava a informação de que o laticínio entraria em férias coletivas, mas nada foi formalizado. Ao tentar entrar em contato com os proprietários, os mesmos não atenderam as ligações e não foram encontrados em suas casas. Os funcionários não receberam nenhum valor referente à férias ou respostas sobre o que levou ao fechamento da empresa.
De acordo com informações no site na empresana internet, a Laticínios Campesino foi fundada em 1994, para atuar no ramo de produtos lácteos no estado do Rio Grande do Sul. No ano de 2003, a empresa passou a ser administrada pela família Cagliari & Bianchi quando operava com uma linha de cinco produtos, um quadro de 13 funcionários e sua matéria-prima, o leite, era terceirizada. Hoje, a empresa estaria operando com 16 produtos, com um quadro de funcionários cerca de 50 colaboradores e sua matéria prima adquirida em mais de 200 propriedades rurais.

 

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