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Notícias

4 de setembro de 2015

Franciele e Joanita protagonizam primeiro casamento homoafetivo em Não-Me-Toque

Elas se amam e decidiram se casar. Franciele Surkamp e Joanita Paloschi se conheceram há cerca de um ano e no dia 11 de setembro estarão no Registro Civil celebrando a união. Será o primeiro casamento entre pessoas do mesmo sexo realizado oficialmente na cidade de Não-Me-Toque.O edital dos proclames já foi publicado e elas estão ansiosas pelo momento que foi adiado. Inicialmente tinham planejado casar em junho, mas foi preciso esperar mais um pouco para poder fazer uma comemoração.

- Não vai ser uma festa grande, apenas pessoas da família e a galera lá do posto que está toda convidada – comenta Jô referindo-se aos colegas de trabalho.

Em entrevista ao jornal A Folha, elas contaram um pouco da sua vida, como se conheceram e porque decidiram casar.
Franciele que já foi casada e tem três filhos desta relação – 13, 11 e dois anos e meio – disse que decidiu pela separação antes de conhecer Jô.

Franciele e Joanita
Franciele e Joanita superam as barreias e realizam juntas o objetivo de casar

- Eu adoro meus filhos, mas não era feliz no casamento porque eu gosto de mulher – afirmou.
- A gente se ama. Vamos casar e já temos uma família completa – complementa Jô.
A ideia de casar foi de Franciele. Pensou em assumir oficialmente a relação para exercer um direito e mostrar que o que elas estão vivendo é natural.
- Também pensei em dar uma chacoalhada em Não-Me-Toque. Tem muita gente no armário, que tem medo de se assumir – comentou.

Os pais de Franciele, com idade na faixa dos 50 anos, não ficaram surpresos com sua revelação. A mãe disse que desconfiava e o pai disse que a amava do mesmo jeito e desejava que fosse feliz.
- Foi muito importante escutar isso do meu pai – relatou. Mas nem todos da família reagiram do mesmo jeito, mas ela disse que não se importa.
Joanita, que veio de Ibirubá, disse que teve mais dificuldades com os pais que já são idosos e têm convicções religiosas mais rígidas.
- Não temos por que nos envergonhar. Espero que o nosso casamento incentive as pessoas a assumir o que são – afirmou Fraciele anunciando que vai usar vestido branco na festa.

União homossexual
No Brasil, o casamento gay ocorre na prática desde 2011, quando o Supremo Tribunal Federa (STF l) reconheceu a equiparação da união homossexual à heterossexual. Dois anos depois, o  Conselho Nacional de Justiça(CNJ) decidiu que os cartórios brasileiros fossem obrigados a celebrar casamento entre pessoas do mesmo sexo, e não poderiam se recusar a converter união estável homoafetiva em casamento.
No entender do Supremo, casais gays devem desfrutar de direitos semelhantes aos de pares heterossexuais, como pensões, aposentadorias e inclusão em planos de saúde. Os homossexuais que tentarem a adoção devem acabar apelando à Justiça.
Alguns ministros do STF evocaram o princípio de igualdade da Constituição para estender os direitos dos heterossexuais aos homossexuais. "Por que o homossexual não pode constituir uma família? Por força de duas questões que são abominadas pela Constituição: a intolerância e o preconceito", afirmou o ministro Luiz Fux. "A discriminação é repudiada no sistema constitucional vigente", afirmou Fux.

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