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Notícias

30 de outubro de 2015

Abrigo institucional protege crianças e adolescentes

Assistente social Aloísio de Souza e a psicóloga Débora Noschang
Assistente social Aloísio de Souza e a psicóloga Débora Noschang

Desde o ano de 2013 o município de Não-Me-Toque oferece proteção para crianças e adolescentes que não estão recebendo cuidados daqueles que têm obrigação de fazê-lo: os pais.
A Casa Lar, que foi transformada em Abrigo Institucional por ajustes legais, realiza um trabalho que tem o reconhecimento da Justiça. O atendimento que é oferecido pelo Governo Municipal através da Secretaria Municipal da Assistência Social com apoio dos demais serviços públicos foi tema de Seminário realizado na manhã de terça-feira (27), no Auditório da Prefeitura, com participação da prefeita Teodora Lütkemeyer, do juiz da Infância e Adolescência Márcio Sfredo Monteiro, do promotor público Leandro Bonatto, o vereador Gilson dos Santos representando a presidência do Poder Legislativo, o comandante da Brigada Militar tenente João Roberto Cardoso, o delegado de polícia Arlindo da Cunha, conselheiros tutelares atuais e eleitos, servidores públicos ligados ao atendimento de crianças e adolescentes nas situações em que seus direitos não são respeitados.
Os responsáveis pelo abrigo, o assistente social Aloísio de Souza e a psicóloga Débora Noschang, fizeram um relato sobre como funciona, as dificuldades e os avanços. Em dois anos, foram atendidos 15 crianças e adolescentes, sendo que dois completaram a maioridade (18 anos), um foi para adoção, 5 continuam sendo atendidos, 4 foram entregues para parentes, 3 retornaram à família de origem e 3 retornaram ao abrigo.
O abrigo Institucional é o único serviço de alta complexidade existente em Não-Me-Toque. Envolve atendimento assistencial, de saúde, educacional e da Justiça de forma multidisciplinar, além de depender diretamente do Poder Executivo Municipal por integrar política de governo e depender de recursos financeiros para sua execução.
- O acolhimento institucional é transitório, atende uma medida excepcional e deve ser provisória, não uma solução – afirmou o assistente social José Aloízio de Souza.
- O envolvimento afetivo é uma decorrência natural. Mesmo com eventos de agressividade, eles buscam carinho e atenção, algo que geralmente lhes foi negado desde o nascimento – descreve Débora Noschang.
O trabalho da equipe do Abrigo Institucional é promover a reaproximação da família – isso quando não ocorreu abuso. Os abrigados não estão presos, eles saem para ir à escola, escolinha de futebol e também recebem visitas assistidas dos familiares. Mas enquanto permanecem no abrigo, a equipe tenta estabelecer uma relação de família, com comemorações de aniversário e das festas tradicionais. No ano passado, José Aloísio levou todos para passar a noite de Natal em sua casa, comemorando a data com sua própria família, uma experiência inédita para alguns dos abrigados.
- Nós amamos muito esse trabalho. A expectativa de que poderemos contribuir com a mudança para melhor na vida dessas pessoas que são vítimas de uma família desagregada, nos motiva a buscar avanços que já são muitos desde a implantação da Casa Lar – afirmou o assistente social.

 

Como funciona o Abrigo

O atendimento da rede de proteção deve ter sido acionado antes da decisão do encaminhamento para o abrigo, mas também ocorrem casos de urgência em que as vítimas são encaminhadas diretamente para o abrigo como primeira medida protetiva.

Preparado para atender até sete crianças e adolescentes com idade entre zero e 18 anos, com preferência para grupos de irmãos, o abrigo funciona em uma casa alugada que foi recebendo investimentos em móveis equipamentos como, tv e videogame, parquinho. Roupas, alimentos, medicamentos, produtos de higiene e até brinquedos estão entre os itens necessários para o atendimento. Além dos dois profissionais dedicados – assistente social e psicóloga – ainda tem duas atendentes que permanecem na casa alternadamente durante 24 horas por dia. Os assistidos recebem noções de higiene, organização pessoal, convivem com disciplina e limites. Também recebem encaminhamento para formação profissional e oportunidade para trabalhar. Quando deixam o local, recebem acompanhamento por até seis meses.
O promotor público e o juiz de direito elogiaram o trabalho realizado em Não-Me-Toque, reforçando que todas as decisões são tomadas em conjunto, o que aumenta as chances de serem decisões acertadas.
O juiz Marcio Monteiro anunciou, no final do evento, que os recursos das multas e penas judiciais que são disponibilizados para entidades a cada final de ano, serão destinados para a compra de um veículo exclusivo para o Abrigo Institucional, uma das necessidades atuais.
A prefeita Teodora anunciou a realização de concurso público para contratação efetiva de equipe de atendimento, complementando a melhoria da remuneração que já contribui para a manutenção de profissionais no quadro atual.

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