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Notícias

7 de dezembro de 2015

O acidente que deixou marcas, consequência e história de superação

O acidente com o ônibus ocorrido no dia 31 de outubro de 2014, uma sexta-feira, por volta das 18h30 min, na ERS 142, entre Carazinho a Não-Me-Toque, ainda mantém sequelas.

Patricia
Com a perda do braço esquerdo acima do cotovelo, Patricia ainda tenta retomar a vida ativa que tinha antes de sofrer o acidente

O acidente teve uma vítima fatal e alguns passageiros feridos. Os ocupantes, na maioria, eram trabalhadores que retornavam para casa. Estava naquele ônibus a funcionaria pública formada em Serviço Social, Patrícia Mello, de 30 anos. Ela aceitou contar sua história depois de perder o braço esquerdo, amputado acima do cotovelo. Afastada do trabalho, tenta seguir a vida o mais normal possível.
Naquele dia, embarcou no ônibus em Victor Graeff, acompanhada de uma tia.

O destino era Carazinho, onde visitaria a mãe, com o objetivo de retornar para fazer a prova do concurso público que aconteceria no domingo, em Não-Me-Toque, para o cargo de Assistente Social.
Mas, tudo o que foi planejado fazer foi interrompido. A notícia da perda do membro foi dada pelo médico, Marcelo Lemos, no Hospital São Vicente de Paulo, de Passo Fundo.

- Passa muita coisa na sua cabeça, o que eu mais pensava, era como fazer minhas atividades se eu era canhota, mas pedi a Deus que me desse forças para passar por tudo isso, queria continuar viva – comentou.

Patrícia passou 42 dias internada, passando por inúmeros procedimentos cirúrgicos, não somente no braço, até retornar para casa da sua mãe. Segundo Patrícia, a empresa parou de acompanhar ou ajudar, mas ainda precisa de fisioterapia e acompanhamento psicológico. De acordo com assessoria jurídica da Helios, a empresa ainda não tem conhecimento desta ação, mas se isso ocorrer vai prestar todos os esclarecimentos, informando que o pagamento das despesas é de responsabilidade da empresa de seguros Nobre Seguradora do Brasil S/A, contratada pela Helios. Veja a seguir a entrevista para o jornal A Folha.

A Folha: O que tem feito e como planeja o futuro depois de tudo que passou? 

Patrícia: Bom, falar de um acidente que acaba gerando uma amputação é falar de um processo lento, com altos e baixos, ao menos no meu caso. É um momento de você viver o seu luto, por ter perdido uma parte do seu corpo, mas acima de tudo, se aceitar na nova condição.

Como você está passando esta fase de sua vida?

Patrícia: É um exercício diário de aceitação, de aprendizado. Preciso aprender a viver de uma forma diferente, me adaptar, aprender a controlar a dor do membro fantasma, com a ajuda de técnicos especializados na dor, para levar uma vida melhor. Acima de tudo, sei que é preciso ter fé , agradecer pela vida, ter esperança de uma vida melhor, me esforçar para viver além dos meus limites, superar os obstáculos que aparecerem. Pretendo retornar ao trabalho assim que estiver apta para isso, e na minha área.

Amigos  e familiares organizaram uma ação social. Qual foi o objetivo deste evento?  

Patricia: Foram duas ações. Meus amigos se uniram para me ajudar. O primeiro foi uma galinhada de tacho com buffet de sobremesas que aconteceu no CTG Galdino Marques, na cidade de Victor Graeff, onde várias pessoas da comunidade, amigos, familiares, pessoas sensibilizadas com a causa se fizeram presentes. Importante agradecer as pessoas, comércio e entidades que fizeram doações para que o almoço fosse realizado. A outra ação é uma rifa que foi sorteado no dia 30 de novembro, no programa do Douglas Schaeffer, na Rádio Alto Jacuí.

Qual a finalidade dessas ações?

Patrícia: Justamente para que eu retorne à reabilitação, pois após é necessário passar por uma fase que inclui tratamentos ao coto, sessões de fisioterapia e acompanhamento psicológico, terapia ocupacional, assim como acompanhamento de outros profissionais. Os amigos pensaram em buscar recursos porque o tratamento é caro e nesses últimos meses não tive mais a ajuda da empresa de ônibus.

De que maneira a empresa colaborou ou deixou de ajudar?

Patrícia: A empresa, através da seguradora, ajudou por um período, mas faz alguns meses deixaram de ajudar. Por isso, somente quando consigo obter alguma ajuda de terceiros, como no caso das pessoas que colaboraram no almoço e na rifa, consigo fazer mais algumas sessões de fisioterapia. Com essa ajuda, espero, a partir da próxima semana, reiniciar o acompanhamento psicológico e a terapia ocupacional. Mas, tudo isso graças às pessoas que estão sensibilizadas em ajudar. Como a empresa parou com os pagamentos, foi necessário entrar judicialmente, mas não tenho nenhum retorno ainda.

Quem está sendo importante nesta trajetória de recuperação?   

Patrícia: Primeiro, quero fazer um agradecimento especial a minha mãe Zenaide,  e a minha vó Rosalina,  às quais tenho muito orgulho e amo muito, por toda dedicação e cuidado; à  tia Fernanda, minha grande amiga, meu anjo protetor naquele acidente, que procurou me manter calma apesar de suas dores, e de tudo que via naquele momento; aos demais familiares, à comunidade de Victor Graeff que sempre demonstrou carinho por mim, a tantas pessoas, entidades, aos vários profissionais que conheci.

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