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O Vida Urgente nasceu numa madrugada gelada de maio, em 1995, quando Diza e o marido Régis foram ao local onde o filho Thiago Gonzaga, 18 anos, estava morto

18 de novembro de 2018

Diza Gonzaga desmistifica a cultura do herói no volante de um carro

O Vida Urgente nasceu numa madrugada gelada de maio, em 1995, quando Diza e o marido Régis foram ao local onde o filho Thiago Gonzaga, 18 anos, estava morto

Na noite de 8 de novembro, no salão de Festas Cristo Rei, alunos, seus familiares, professores e pessoas da comunidade participaram da palestra com a diretora da Fundação Thiago Gonzaga, Diza Gonzaga.

O evento encerrou o projeto “Educação no Trânsito e no Transporte Escolar – Informar para Conhecer e Prevenir” desenvolvido durante quatro meses, com aulas, palestras, visitas, contato com agentes de segurança e outras ferramentas. Envolveu equipe pedagógica, motoristas do transporte escolar, Brigada Militar, Centro de Formação de Condutores Alto Jacuí, Bombeiros Voluntários, alunos da Rede Municipal (Educação Infantil, Ensino Fundamental e EJA) e familiares, com participação especial da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga que desenvolve o programa Vida Urgente.

O Vida Urgente nasceu numa madrugada gelada de maio, em 1995, quando Diza e o marido Régis foram ao local onde o filho Thiago Gonzaga, 18 anos, estava morto. O carro que ele viajava de carona depois de uma festa havia se chocado com um container colocado irregularmente na rua.

Diza Gonzaga falou sobre impacto dos acidentes de trânsito nas famílias e na sociedade

- A primeira coisa que eu quis saber foi por que meu filho que saiu de casa feliz para uma festa e não voltou com vida? Descobri que a principal causa de morte dos jovens de 14 a 29 anos no Brasil é o acidente de trânsito. Os jovens morrem a menos de 30 quilômetros de casa, nas madrugadas, na volta de festa. As pessoas não sabiam disso, era uma informação do Ministério dos Transportes. Então eu decidi que era isso que eu iria fazer para salvar outros Thiagos: divulgar essas informações, alertar sobre essas condições – revelou a fundadora da fundação Thiago Gonzaga.

Caminhando entre o público da palestra, Diza revelou que no Brasil morrem 70 mil pessoas por ano de acidente de trânsito:

- É o mesmo número de pessoas mortas na Guerra do Vietnã. Nós, sem canhão, fuzis e bombas, convivemos com o mesmo número de mortos de uma guerra que durou 7 anos. Além disso, são mais de 300 mil feridos, mutilados, incapacitados, vítimas que ocupam 78% do leito dos hospitais públicos, quando tudo isso pode ser evitado através da educação.

O evento encerrou o projeto “Educação no Trânsito e no Transporte Escolar – Informar para Conhecer e Prevenir” desenvolvido pela Secretaria da Educação de Não-Me-Toque

- Quando a Secretaria da Educação, o Poder Público estão juntos com o Centro de Formação de Condutores a gente pode acabar com essa guerra. Acabar com os acidentes de trânsito é uma questão de educação!

O Programa Vida Urgente trabalha a educação, levando informação no ambiente onde os jovens estão, nas escolas, (a convite), nos bares e festas noturnas.

- A Lei Seca, de 2008, que nós da Fundação Thiago Gonzaga chamamos de Lei da Vida, foi uma batalha muito árdua que nossa fundação travou. Colhemos Mais de 100 mil assinaturas num trabalho de formiguinha, cara a cara, pedindo a proibição do consumo de álcool na direção.

- O álcool não tira só a timidez, tira o reflexo, percepção de distância e a até o senso crítico, por isso o jovem embarca em canoa furada. 70% dos acidentes com lesões graves tem o componente álcool, velocidade e o não uso dos equipamentos de segurança. 86% dos acidentes com morte ou graves tem um homem na direção.

- Não exoneramos as autoridades públicas da responsabilidade de proporcionar boas estradas, seguras e sinalizadas, mas o que mais mata no trânsito é o comportamento, o desrespeito à lei da vida.

- No trânsito as pessoas morrem por casa da cultura do herói. O carro empodera, é usado pelos como se fosse uma armadura. O jovem, especialmente, precisa se firmar mostrando que ele é ‘o cara’. Essa cultura de herói invencível no volante só existe no cinema.

- As estatísticas de morte no trânsito têm rosto, tem nome. Por trás de cada rosto tem um pai, mãe, irmãos, namorada, amigos. A Fundação Thiago Gonzaga trabalha com a missão de mudar essa cultura.

Durante o projeto, os alunos da rede municipal estudaram sobre significado das placas de trânsito, semáforo, faixa de segurança, uso do cinto de segurança, uso do celular no trânsito, uso da cadeirinha desde bebê até a idade para usar o cinto do veículo. Também recebem noção sobre as alterações no comportamento devido uso de drogas e bebidas alcoólicas e incentivo à valorização da vida através de atitudes responsáveis.

A secretária da Educação, professora Eli Xavier Donatto, avaliou o crescimento do projeto que iniciou em 2017, quando o encerramento proporcionou uma viagem a representantes de alunos a Porto Alegre para conhecer a Fundação Thiago Gonzaga.

- É muito gratificante percebermos que estamos evoluindo na educação integral de nossos alunos através deste projeto coordenado pela professora Griselda Blau. Aos trazermos Diza Gonzaga, nossa intenção foi de dar um presente para a comunidade de Não-Me-Toque, uma oportunidade para que mais pessoas compartilhassem a experiência do Vida Urgente e a mensagem de que é preciso mudar conceitos e comportamento para salvarmos vidas no trânsito - avaliou a secretária.

A palestra também contou com a participação do prefeito Pedro Paulo da Rosa, da presidente do Poder Legislativo, Marina Trennepohl Crestani, do vereador Cláudio Trentin e da direção do CFC Alto Jacuí.

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