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Entre as ações da Associação está conseguir lar para animais abandonados, resgatar animais vítimas de maus tratos e levar para atendimento. Dívida com pet shops é de R$ 2 mil
5 de fevereiro de 2019
Trabalho voluntário da Associação de Proteção e Defesa dos Animais encerra atividade
Felipe Keller | A FOLHA
O trabalho de mais de 15 anos da Associação Não-Me-Toquense de Proteção e Defesa dos Animais está interrompido. Os quatro membros que estavam à frente da associação realizaram uma assembleia, na noite de 23 de janeiro, na Câmara de Vereadores. Na pauta da reunião, eleição da nova diretoria e componentes. Como ninguém das oitos pessoas apresentou interesse em assumir a diretoria da entidade, os quatro integrantes ativos que vinham assumindo a responsabilidade decidiram encerrar as ações prol dos animais.
As dificuldades financeiras e poucos integrantes foram dois fatores culminantes. Uma das integrantes mais ativas, e fundadora, Carla Stein, relatou à reportagem que em sua casa cuida de 12 animais, 5 adotivos e 7 de responsabilidade da Associação, os quais continuará cuidando. Carla disse que chegou a ter 17 pets de estimação, entre cães e gatos. Porém, o envolvimento diário, os descasos e denúncias que não geraram punição, saturaram o grupo que realizava trabalho voluntário.
- Estamos fazendo levantamento da dívida que envolve custos com ração, cirurgia e atendimento, tínhamos descontos de lojas Pets e de veterinários, mas existem custos a serem ressarcidos – destacou.
Em nota, a associação manifestou que “não houve demonstração de interesse de pessoas em assumir e prosseguir os trabalhos”. Agradeceu a todos que colaboraram, manifestando tristeza pela descontinuidade. Conclui que e a perda maior será para os “animais inocentes que tanto precisam de assistência”.
Crueldade persiste
Histórias de crueldade humana sofrida por animais neste tempo dedicado à Associação estão na memória de todos os voluntários. Como o caso de um cachorro vítima de disparo de arma de fogo, agressões, abandonos e mortes por envenenamento. Sair de casa de madrugada com apoio da Brigada Militar, interromper algum trabalho para atender chamado, são fatos que foram vivenciados.
- É muito triste para nós que estamos há muito tempo na associação, mas saturou – expressa Carla Stein.
Os sete animais mantidos pela associação estão disponíveis para doação, porém, o interessado tem que apresentar referências de que cuidará do pet. A associação não está totalmente fechada, pode continuar se outras pessoas da comunidade apresentar interesse na formação de uma nova diretoria. A direção é formada por presidente, vice-presidente, secretário e vice, tesoureiro e vice e dois conselheiros fiscais.
Ações de controle com castração
A melhor alternativa para controle da população de animais de rua está na castração. De acordo com a secretária de Administração e Planejamento, Noeli Machry Santos, está no orçamento da Administra Municipal aplicar até R$ 20 mil em vacinas anticio (Secretária da Saúde), e recurso de castração animal que vivem na rua (Secretaria da Agricultura e Meio Ambiente). A dificuldade está em encontrar mecanismo de recolhimento de cães e gatos de rua. No acolhimento poderia entrar a ação voluntária da Associação de Proteção, mas as ações estão interrompidas.
Multa por abandono de animal
É lei: o valor da multa para quem soltar ou abandonar cães e gatos em vias públicas, por flagrante ou denuncia comprovada, em Não-Me-Toque, é de R$ 1.521,00 por animal. O vereador Charles Morais (PP) fez uma emenda de atualização da lei nº 4964 de 14 de agosto de 2018 que mudou o valor. A ação responsabiliza nas esferas e cíveis e criminais. As denúncias podem ser feitas no Departamento de Meio Ambiente com o fiscal Ambiental. Informação pelo contato (054) 3332-3177.
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