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Notícias

19 de fevereiro de 2021

O que pensam os universitários sobre a retomada do ensino presencial em 2021

Por Laura Simon Marques

Ser um bom aluno em uma universidade nunca foi considerado fácil, mas desde o começo da pandemia, no ano passado, a situação dos estudantes tem se tornado ainda mais complexa. Com uma mudança total nas estruturas das aulas em 2020, este ano algumas das instituições de ensino superior estão buscando a modalidade híbrida de ensino: aulas práticas presenciais e teóricas em EAD. Conversamos com alguns universitários sobre como é ser um aluno durante a pandemia e o que eles estão achando da volta às aulas em 2021.

Matheus Viau dos Santos, 23 anos, faz agronomia na UPF e suas aulas iniciaram dia 17, quarta-feira, sendo híbrida até o final do primeiro bimestre, quando a universidade irá reavaliar sua metodologia mais uma vez.

Matheus Viau dos Santos, 23, agronomia UPF, último ano.

— Ir de 100% presencial para 100% online ano passado, inclusive as aulas práticas, que são um pilar fundamental no meu curso, por EAD, foi muito difícil, uma mudança muito drástica — avalia.

Cursando o último ano, Matheus diz que perdeu as esperanças de conseguir realizar uma formatura “normal":

— Vou me formar em janeiro, acho que a colação de grau ainda terá todos os cuidados e novos protocolos, quem sabe poderei fazer uma festa pequena para a família até lá, mas não tenho esperanças de nada mais que isso.

Luiza Roehe, 22, acadêmica de Administração da UPF campus Carazinho, concorda com Matheus sobre a dificuldade das aulas a distância:

Luíza Roehe, 22 anos, administração na UPF, campus Carazinho, 7º semestre

— Tive bastante dificuldade de manter a concentração nas aulas. Em casa é muito mais fácil se distrair com outras coisas, usar o computador pra outras finalidades durante a aula, celular na mão... Particularmente, não gostei e nem me adaptei bem ao online.

Já sobre a sua formatura, que também ocorrerá no início do ano que vem, ela tem opinião contrária do amigo:

— Acho que até o fim desse ano, a maioria das pessoas já vai estar vacinada e, por isso, acredito que vou conseguir realizar minha formatura sim. Quero comemorar, pois é um momento único e especial.

Na fase do TCC do curso de arquitetura e urbanismo da IMED, Gabriel Batista, 22 anos, acredita que as aulas online até têm suas vantagens: para ele que trabalha em turno integral em Não-Me-Toque, não precisar se locomover até a universidade ajudou na sua rotina. Justificou que a aulas teóricas geralmente são apresentação de slides e exercícios, então não sentiu muita diferença, já que no Zoom é a mesma dinâmica. Sobre as aulas práticas, disse:

Gabriel Batista, 22 anos, arquitetura e urbanismo na IMED, TCC.

— Nas aulas de projeto é melhor a assessoria do professor ser no presencial, pois ele pode riscar, exemplificar melhor, mudar na hora o projeto. No Zoom isso é mais complicado, mas ainda pode ser feito.

Contudo, ele diz que mesmo se tiver aula presencial esse ano, vai optar por não comparecer, por conta do risco,

— Mesmo indo de carro, para não ter que pegar o ônibus e entrar em contato com ainda mais pessoas, na sala de aula eu teria proximidade com vários colegas de diversas cidades. Não acho que as aulas deveriam voltar até todo mundo ter sido vacinado — confessa.

Matheus também mencionou preocupação sobre as classes com colegas de diversos outros municípios, mas reconhece que as salas do seu prédio têm vantagem de serem muito grandes:

— Se as mesas fossem bem espalhadas, cada um com seu álcool gel, não compartilhando nenhum material, ou chimarrão, água... Acho que poderia dar certo.

Filho de dois professores, ele ressalta:

— Tenho preocupação com os professores, que terão contato três turnos por dia, com 30 alunos diferentes em cada sala de aula. Acho que eles ficam muito vulneráveis e deveriam ter prioridade para a vacinação, porque podem tanto contrair a doença como também disseminá-la para diversas outras pessoas por conta do seu trabalho. Se eles fossem vacinados, ajudaria termos um retorno das aulas mais tranquilo — pondera.

Carolina Tagliapiertra Hartmann, 23 anos, cursa medicina na IMED, em Passo Fundo, e diz que iria para as aulas presenciais se fosse possível:

Carolina Tagliapietra Hartmann, 23 anos, medicina IMED, 7º semestre.

— A faculdade é um ambiente de adultos, que (teoricamente) sabem da sua responsabilidade em manter as medidas de segurança. Eu me sentiria segura para voltar.

Também aluna de medicina, mas da UPF, a irmã de Carolina, Gabriela, 18 anos, vai estar entrando na faculdade nesse semestre. Por enquanto, nenhum evento tradicional de comemoração pela entrada na faculdade, como os famosos trotes, foi marcado. Sobre a situação das suas aulas, ela disse:

Gabriela Tagliapietra Hartmann, 18 anos, medicina na UPF, primeiro semestre

— Acho que tudo depende muito da dedicação do aluno. Tenho certeza que os professores e as universidades estão fazendo o máximo possível para manter o ensino completo, tanto que vamos ter algumas aulas presenciais, já que são essenciais para o curso.

Sobre a situação específica dos alunos de medicina, Carol completou:

— Em nossas rotinas práticas tivemos que dividir a turma em grupos menores. Também, por receio de que pacientes contaminados pudessem comparecer às consultas, tivemos uma redução no fluxo de atendimentos em ambulatório. Já no hospital, a vida segue basicamente a mesma, apenas reduzindo o número de acadêmicos por visita, quando necessário.

As aulas na Universidade de Passo Fundo começaram dia 17 de fevereiro, enquanto as da IMED irão iniciar apenas no dia 1º de março.

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