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Notícias

19 de março de 2021

Confira a história da pandemia que emocionou a psicóloga do Hospital São Vicente de Paulo

Na rotina hospitalar nos deparamos com muitas situações especiais, que marcam a vida dos profissionais. Acontecimentos que merecem ser divididos com outras pessoas, através do olhar de quem participou desse momento tão singular. Confira o relato da Psicóloga do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), de Passo Fundo, Débora Marchetti:

Era véspera de Natal, dia 22 de dezembro de 2020, quando o presente chegou antecipado, aliás, não apenas um, mas dois. Henzo Da Silva Pena e Lorenzzo Da Silva Pena, gêmeos idênticos, anteciparam sua chegada, nascendo prematuramente, com 28 semanas, Henzo com 1.050g e 1.125g, de parto normal. Seus pais Viviane Silva e Cleomar da Silva Pena passaram a viver um misto de sentimentos, entre a alegria pelo nascimento dos gêmeos, a preocupação pela internação na UTI Neonatal e ainda, o medo por tudo isso acontecer em meio a pandemia. A insegurança do casal se intensificou quando Viviane positivou para Covid-19, assim, ambos os pais precisaram ficar isolados, tanto no período de internação quanto pós alta, em casa.

As notícias de Henzo e Lorenzzo chegavam por telefone, quando a médica Pediatra, Dra. Ângela Consoli, passava informações sobre o quadro clínico dos meninos, algumas notícias testavam o coração dos pais, pois, por serem prematuros, passaram por várias dificuldades. A Dra. Ângela remete ao período de intubação, transfusões de sangue, de procedimentos cirúrgicos necessários para o tratamento dos bebês. Viviane coloca que para ela e o esposo “a espera foi horrível, mesmo sabendo que os meninos estavam em boas mãos”, queriam poder acompanhar ao vivo e a cores os filhos que foram tão desejados, contudo, por 14 dias, as fotos recebidas da equipe de saúde eram o que amenizava a distância entre eles. Viviane lembra emocionada de quando pôde sair do isolamento e visitar os filhos, “poder tocar, conversar com eles, fazer carinho, era tudo o que a gente sonhava”, conta.

Nesse período de isolamento, Cleomar e Viviane ficavam imaginando como seria estar com eles, tê-los em casa e visitá-los possibilitou que vivessem cada instante desse precioso presente.

Se passaram 70 dias de internação, de altos e baixos nesse processo de desenvolvimento e recuperação, até o momento que a equipe percebeu a necessidade de aproximar ainda mais os irmãos. Quando foram transferidos para a Unidade Intermediária da UTI Neonatal, a Técnica de Enfermagem, Marcia Elisabete Huff coloca que, como não havia nenhum impedimento clínico para os irmãos ficarem juntos, em alguns períodos do dia, os colocavam no mesmo berço e juntos no colo dos pais, percebia-se os benefícios dessa aproximação, “não dessaturavam, ficaram sem oxigênio e mais calmos” relata Marcia. Esse benefício não ficou restrito apenas aos irmãos, observá-los juntos, também confortava a equipe e especialmente os pais, que após o período de separação, de angústias e incertezas, puderam compartilhar as alegrias desses presentes, marcados de esperança, gratidão e muito amor em meio a pandemia.

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