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Notícias

30 de abril de 2021

Mais uma atleta que vem das escolinhas esportivas

Por Paulo Schneider

Muita gente torce o nariz quando se fala que a genética pode ser responsável pelo talento nato. Tá ok! Falar em genética e talento nato levam à interpretação de um pleonasmo. Mas enfim, muitos exemplos de profissionais, inclusive do esporte, trazem o talento ou o dom, segundo ditado popular, semelhantes ou até melhores que do pai, do tio, ou avô.

Quem conhece a jovem Laura Zambiasi Albuquerque e acompanha seus “dribles” desde a infância sabe da qualidade e da capacidade que desempenha em quadra de futsal ou futebol 7.  Se herdou o talento na família, tudo é possível, pois seu tio Fábio Zambiasi foi grande destaque, entre 1995 e 1997, como zagueiro do Coritiba. Foram 144 jogos e 18 gols junto do Coxa. Além de Laura, suas primas gêmeas, Ramone e Dafni Pruvinelli Trentin, também jogam bola e são destaque, junto com a não-me-toquense, na Escola Luma de Futsal, de Canoas (RS).

O esporte, com bola, desde a infância fascinou essa jovem atleta que, com apenas 17 anos, tem nas suas contas mais de 60 gols feitos, só nos últimos 3 anos.

Com o incentivo do pai Antoninho e da mãe Andréia, Laura iniciou seus treinamentos logo cedo. Aos 8 anos de idade ingressou na escolinha de Futsal feminino, onde teve como mentor o técnico Alencar Wentz. Ela conta que, junto com Alencar, também com os professores, Daniel Sebastiani e Cleomar Fritzen, teve um rico aprendizado que possibilitou desenvolver suas habilidades no futsal.

Sob o comando do treinador Cleomar ela jogou para a equipe feminina do Russo Preto e, no seu primeiro ano, sagrou-se campeã regional de 2018.

— Naquele ano fui artilheira com 25 gols, em 12 jogos. Foi uma sensação incrível — emocionou-se Laura ao contar.

Então, 2019 chegou e trouxe muitas oportunidades, Russo Preto iria jogar dois regionais.

— Fui convidada também para jogar em um time muito respeitado aqui no município, o Marajá, o time mais vitorioso de municipais femininos, que foi campeão em todas as edições e me acolheu muito bem.

Jogando pelas duas equipes ao mesmo tempo, teve momentos que foi difícil conciliar os campeonatos com o Russo e o municipal de Não-Me-Toque pelo Marajá.

— Às vezes eu tinha que sair correndo de uma cidade e voltar para Não-Me-Toque para jogar o municipal. Neste ano, fomos para as duas finais.

Laura lembra detalhes da final disputada na Copa Integração, contra a ASIF. O Russinho já havia perdido um jogo na fase de grupos para ASIF, uma equipe que tinha muita qualidade. O Russo Preto não estava disposto a perder uma final e suas meninas jogaram muita bola naquele dia.

— A ASIF não facilitou nem um segundo, mas no finalzinho do primeiro tempo, encontramos duas bolas que foram importantes para o destino do jogo, no futsal, dois gols não são nada e o jogo seguiu sendo difícil, mas aproveitamos as oportunidades que tivemos e o resultado foi de 9 a 0.  Fiz 4 gols e todas jogaram muito bem. Ganhei o título de craque da partida e troféu destaque do campeonato — recorda Laura.

No dia seguinte, lá estava ela, de novo, jogando a final do municipal com a camisa do Marajá, conquistando o título diante do ginásio lotado. E para finalizar o ano com chave de ouro, jogou mais uma final pelo Russo, em Ernestina, desta vez contra Ibirapuitã. Jogando com muita leveza a jovem marcou cinco gols no primeiro tempo e, na saída de bola do segundo tempo, fez mais um e o jogo acabou 8x0, garantindo o título de campeão invicta para o Russo.

A  jovem jogadora não para por aí. No final daquele ano aceitou convite para jogar em Tapera, campeonato municipal de futebol 7.

— Passei a fazer parte não apenas de um time, mas sim uma família, evolui muito, tanto como atleta quanto como pessoa. As meninas, mais experientes que eu, ensinaram muito. Saímos campeãs invictas, fui artilheira e destaque.

Depois teve ainda participação no municipal de Colorado. Integrando a equipe feminina de futebol sete de Tapera, ficaram em segundo lugar.

Em seguida veio a pandemia e fez tudo parar: campeonatos e treinos. Os atletas amadores tiveram que achar outros meios de se manter. Laura relata que ficou cinco meses parada, até que encontrou o Eric e a Twenty One treinamentos. No recomeço sentiu dificuldades, pois o corpo não estava mais acostumado.

— O tempo foi passando e por meio dos vídeos dos meus treinos que o Eric publicava, o professor Luciano, de Canoas, me chamou pra fazer um treino teste no Luma, em novembro de 2020.

Os pais, Antoninho e Andreia a levaram até Canoas. Treinou com a sub 18 e com a categoria adulto. Foram quatro horas de treino. No dia seguinte participou de peneira do Grêmio, em Passo Fundo, no CT do Vila Nova e passou na avaliação. Na mesma semana, o professor Luciano a chamou para jogar a Liga Gaúcha de futsal adulto e, na hora, respondi que sim.

— É um sonho para um atleta jogar um estadual, na segunda feira o professor me chamou e na sexta fui até Canoas, para pegar o ônibus até Uruguaiana.

Para a jogadora, esta foi uma das suas melhores experiências até hoje. O grupo era novo e nunca haviam jogado juntas. Formado por meninas com idade média de 18 anos, enfrentaram times gigantes e multicampeões, como a Celemaster. Ficaram com o 3º lugar e muito orgulhosas do desempenho e das experiências adquiridas.

Chegou 2021 e depois de muita conversa com os pais, decidiram juntos que Laura poderia mudar para Canoas, para conseguir ficar perto do Luma e, possivelmente, também do Grêmio.

— Acredito que ainda tenho muito a evoluir, e espero que o ano ajude também — relata Laura Zambiasi Albuquerque, com os olhos brilhando de entusiasmo.

O Luma disputará competições como a Liga Nacional de Futsal, o Gauchão de Futsal e a Copa Brasileirinha, em Fortaleza.

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