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7 de maio de 2021

Dica de Leitura: O poder da educação

Por Laura Simon Marques

Se você nunca tivesse ido para escola, como seria sua vida? Essa era a realidade de Tara Westover até os 17 anos de idade. E mesmo sem nunca nem pisar em um colégio, ela conseguiu ir para a faculdade, e não só se formar, mas conquistar um doutorado em Harvard e Cambridge. No livro A Menina da Montanha, Tara nos conta como ela conseguiu esses feitos, que surpreendentemente, não foram os maiores desafios de sua vida.

Filha de uma família de Survivalists Mormons, um grupo de extremistas dentro do mormonismo fundamentalista, o pai de Tara criou os seus filhos para que não acreditassem em médicos, meios de comunicação, escolas, vacinas, ou qualquer outra coisa com interferência do governo ou do “mundo exterior”. Ele acreditava que conseguia se comunicar com Deus diretamente e interpretava os escritos da Bíblia e o Livro dos Mórmons literalmente, o que o levou a acreditar no fim do mundo, instruindo a sua família a se preparar para o eventual apocalipse.

Tara cresceu estudando em casa, com os ensinamentos do seu pai e livros didáticos velhos usados por seus irmãos, mas a maior parte do seu tempo era consumida por ajudar a mãe a fazer remédios caseiros e cuidar da propriedade. Com o tempo, ela viu que esse não era o estilo de vida que queria viver, que talvez, seu pai estivesse errado sobre algumas coisas. Seu irmão mais velho, Shawn, estava se tornando cada vez mais abusivo e violento com ela. Como seu pai acreditava na superioridade masculina, nada fazia para frear esse tipo de comportamento. Tara decidiu se salvar por conta própria, e fez isso através da educação.

Ela aprendeu, de forma autodidata, matemática, gramática e ciência, e conseguiu chegar à universidade, onde estudou psicologia, política, filosofia e história. O encontro depois de tantos anos com o “mundo exterior” é uma das partes mais fascinantes do livro, assim como a sua dinâmica familiar. Essa obra é a jornada de emancipação de uma jovem mulher através do conhecimento, e só por isso, já vale a leitura.