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14 de maio de 2021

Dica de Leitura: O papel das mulheres nas resistências

Por Laura Simon Marques

Quando pensamos nos papéis que as mulheres tiveram nas guerras mundiais, geralmente pensamos nas enfermeiras. Mas e as mulheres que não tinham estômago para cuidar dos soldados feridos? Bom, entre várias outras ocupações para ajudar os esforços militares, algumas delas viraram espiãs.

A Rede de Alice de Kate Quinn é um romance histórico que, um pouco diferente de outros livros do gênero, se foca em dois períodos: tanto na primeira quanto na segunda guerra mundial. Desde modo, possuímos dois pontos de vista durante o romance, de duas personagens principais, Eve, uma espiã da primeira guerra que se infiltra no território ocupado francês para obter informações úteis para a resistência, e Charlie, uma jovem americana, grávida fora do casamento, que vai até a Europa à procura de sua prima francesa desaparecida logo depois do término da Segunda Guerra Mundial.

O livro, embora fale de temas pesados, é também leve por conta dos relacionamentos entre os seus personagens: dinâmicos e engraçados, ao mesmo tempo que tocantes. Assim, embora não ache adequado dizer que um livro é divertido quando ele é, de muitas maneiras, sobre os horrores da guerra, vou dizer então que A Rede de Alice é entretenimento de boa qualidade, afinal, não há nada mais tenso e interessante do que uma trama de espionagem.

Seu ponto forte, por conta da maravilhosa pesquisa que a autora deve ter feito, é a luz que joga sobre as mulheres combatentes das Grandes Guerras que fizeram incríveis trabalhos que, na sua maior parte, ficaram invisibilizados para o público. Sua narrativa é cativante, e os arcos das duas personagens principais se conectam muito bem no final, proporcionando ao leitor uma linda reflexão sobre a coragem e determinação das mulheres nas mais diferentes épocas.