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Notícias

Foto: Divulgação.

28 de maio de 2021

Aumenta número de pessoas nas ruas em Carazinho

Essa constatação é do setor que atua com pessoas em vulnerabilidade na cidade. Franciele Bohrer, assistente social e coordenadora do Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) em Carazinho falou em entrevista sobre os números atuais, que surpreenderam a própria equipe.

'O Creas presta esse tipo de atendimento e acompanhamento a pessoas em situação de violência, idosos, mulheres, e quem já teve seus direitos violados, caso de pessoas em situação de rua ou morando na rua. Fazemos abordagens de rua diurnas e noturnas no inverno, e contamos muito com o apoio da população de Carazinho para todo esse acompanhamento a essas pessoas, avisando quando há uma pessoa dormindo na rua, buscamos por familiares, reinserção social, ou tratamento. A maioria é usuário de álcool e outras drogas, na pandemia se viu o crescimento muito grande de pessoas se utilizando de álcool e estando nas ruas de Carazinho, não que não eles não tenham casas e familiares, mas por toda essa situação que mexe muito com o emocional, a droga é uma fuga da situação que nos causa angústia e sofrimento, as pessoas acabam por utilizar (o álcool) e vão para a rua''.

Aumento de 40 a 50%

Franciele conta que seria feito na semana passada um mutirão e mapeamento junto com a secretaria de Saúde dessas pessoas em situação de rua, porque foi notado um crescimento muito grande, mas a atividade foi adiada devido ao aumento dos casos de Covid em Carazinho, para não ter aglomeração dentro dos veículos que seriam usados pelas equipes de trabalho. Mas, por outro lado, diz que os atendimentos a essas pessoas continuam, e abordagens diurnas e noturnas feitas pelo Creas.

Um mapeamento foi feito em 2020 e verificados 14 casos de pessoas em situação de rua, pessoas que são do município de Carazinho. No caso de pessoas que estão passando pela cidade, é feito o atendimento, busca de familiares, se for necessário, de uma passagem para retornar à sua cidade, mas, se quer ficar em Carazinho, o Creas busca que seja inserida no serviço de assistência, do Cadastro Único, e pelo Cras.

Franciele supõe que o aumento de 2020 para 2021 seja de 40 a 50% de casos.

''Isso vem nos assustando bastante, porque se precisa tomar atitudes mais concretas para trabalhar também a prevenção e o tratamento dessas pessoas o mais rápido possível''.

Conforme o levantamento do Creas, algumas dessas pessoas não são encontradas pela equipe à noite, o que leva a crer que retornem à residência. ''Durante o dia, entretanto, ficam em pontos específicos, na Gare, praça do hospital, praça Albino Hillebrand, prédios abandonados. Fazemos as abordagens em postos de combustíveis, pontos estratégicos, se fez parceria com unidades de saúde dos bairros e das agentes de saúde, porque circulam mais nos bairros,  podem nos passar os pontos específicos onde essas pessoas ficam por mais tempo, que daqui a pouco não se tem conhecimento''

TRATAMENTO

De acordo com a coordenadora do Creas, as pessoas quer estão na rua estão em situações  bem específicas e cada uma com sua característica. ''Quando alguém vê uma pessoa em situação de rua se revolta, pergunta como ela está ali, porque não sai, e com esse frio, mas trabalhamos para que aceitem o tratamento para sair dessa realidade, e para isso existe uma parceria forte com o Cetrat (Centro de tratamento a dependentes químicos), quando se faz as abordagens já se encaminha a eles para o tratamento, mas é uma unidade aberta, uma comunidade terapêutica, se a pessoa não quer aceitar, eles saem, mas é ofertado também trabalho com psicólogos e assistentes sociais para que se tratem e tenham outra alternativa de vida, mas há casos de quem não quer, não aceita, mas continuamos acompanhando para construir um vínculo, se percebemos a necessidade extrema de tratamento encaminhamos pedido judicial,  via internação compulsória, para sanar da melhor maneira essa demanda''.

Há tanto mulheres quanto homens em situação e rua, mas maioria homens, e a faixa etária é dos 25 aos 50 anos.

De alguns, segundo Franciele se sabe o motivo de estar na rua. ''A maioria por desestruturação familiar, não é algo momentâneo que fez com que fosse para a rua, mas uma sucessão de fatos que faz com que a pessoa se encaminhe para isso, para o uso de álcool, outras drogas, as ruas é o ambiente que se sentem livres para o uso. Famílias que por anos não conseguem desenvolver um vínculo, um bom relacionamento, soma-se a isso as questões financeiras, a pessoa não consegue trabalho, a pandemia favoreceu. Quem fazia trabalho informal que provia sua subsistência, quando está com a questão emocional abalada por várias consequências, o uso da droga, o álcool, é uma fuga da realidade, só que acaba utilizando cada vez mais e se torna refém desse uso, não consegue sair, a maioria vai para a rua''.

O Creas disponibiliza esses números para o relato de casos:

- Creas: 3329 1285 das 8h15 às 11h45min e das 13h30 às 17h

- Plantão (fora desse horário) : 54 99655 6195.

Uma reportagem do grupo Gazeta 670

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