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26 de novembro de 2021
Artistas fazem doação de obras de arte ao Lar do Idoso
Por Helaine Gnoatto Zart
Por iniciativa de Heloisa Paim, o Lar do Idoso São Vicente de Paulo, de Não-Me-Toque, terá obras de artes em suas salas. A artista convidou Dimas Florêncio e Rose Pádua, que têm vínculos em Não-Me-Toque e alcançaram projeção, além de outros artistas para oferecer alguma obra à instituição.
O projeto foi idealizado para que artistas não-me-toquenses pudessem levar a arte, a cultura e amor ao Lar do Idoso, como contribuição pelo tanto que receberam desta comunidade. Desta forma, deixam um legado, “até que, como uma simples aquarela, um dia, descolorirá...”.
— O nome do projeto "Aquarelas da Vida" é uma analogia à nossa vida que, assim como a técnica da Aquarela, vai fluindo com o passar do tempo — justifica Heloisa Paim. — A pintura em aquarela é uma técnica que desafia qualquer artista, assim como a vida, que nos surpreende a cada pincelada.
Reforçou, ainda, que a aquarela não admite retoques, por si só, “com suas manchas e borrões se torna luz e encanto”.
Com a colaboração da idealizadora do projeto, vamos publicar uma série de matéria apresentando os artistas para quem não os conhece, e falando das suas obras que serão apresentadas ao público no dia 10 de dezembro, na live “Momento das Artes – Alegrando o Lar”, em horário ainda não definido.
Rose Pádua e sua obra “Cotê”
As obras da Rose estão espalhadas em residências de Não-Me-Toque e diversas outas cidades do estado e do país. Uma delas, porém, virou uma marca do seu trabalho detalhado e de vivas cores: Cotê.
A personagem desta aquarela foi muito conhecida dos clientes do Supermercado Cotrijal. Figura folclórica com suas roupas sobrepostas e sacolas das doações que recebia. Sempre alegre, mesmo sem o dom da fala, usava o apito para “organizar” o trânsito no estacionamento. Ela gostava de se enfeitar, usava muito colares, anéis e uma inseparável toca. Seu carisma e estilo peculiar inspirou Rose Pádua a retratá-la.
— No início dos anos 90, eu via a Cotê passar em frente ao Tabelionato, onde eu trabalhava, e comecei a imaginar uma pintura. Um dia, a fotografei e, três anos depois, iniciei a obra — relata Rose.
Nesta época, fazia aulas com a artista Ilse Ana Paim Piva, de Carazinho, com quem conheceu as técnicas da acrílica, pastel e aquarela. Acabou pintando a Cotê em acrílico numa tela de mdf, uma de rosto e outra de corpo inteiro. Muitas pessoas lembram destas obras que ficaram expostas na Padaria Schneider e renderam a oportunidade de dar aulas de pintura. Iniciou assim seu ateliê, na garagem da casa, e nunca mais parou. Mudou-se diversas vezes, acompanhando o marido bancário, sempre dando aulas a muitos alunos.
Também foi a imagem fotográfica da Cotê que inspirou Rafael Pádua, o filho de Rose, a pintar.
— Foi uma foto dela que o motivou a fazer uma pintura de óleo sobre tela que ficou maravilhosa. É o mais lindo retrato sobre tela que conheço, e este quadro está comigo — finaliza.
Convidada para pintar uma obra para doar ao Lar do Idoso, decidiu retratar novamente esta marcante personagem. Representa seu trabalho e reconhecimento como pintora e representa a instituição Lar do Idoso.
Cotê – Irondina Graciano, faleceu em 8 de outubro de 2011, aos 72 anos, como moradora do Lar do Idoso São Vicente de Paulo, onde foi levada por indicação médica no ano anterior.