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Notícias

7 de abril de 2022

Do amor a dor: violência doméstica em Não-Me-Toque

Por Amélia Freitas-reporter@afolhadosul.com.br

Juras de amor, palavras carregadas de carinho, flores, versos e vinhos. Um sonho que começa perfeito. O vermelho das rosas é substituído pelo roxo dos hematomas, o sabor suave do vinho pelo gosto salgado das lagrimas. Das flores só restam espinhos.

Os versos mudaram, agora são ameaças, tortura psicológica, gritos de raiva. O “eu te amo” vêm depois de uma pancada.

Essa é a rotina de muitas mulheres que pelos motivos mais banais são agredidas por aqueles que prometeram ama-las.

Segundo um levantamento feito pela pelo Tenente da Brigada Militar de Não-Me-Toque, até o momento cerca de 30 casos de Maria da Penha foram registrados na unidade.

Bruna Pellegrini Grams-presidente da OAB mulher

Alguns desses casos, como um ocorrido ainda no início do mês. Uma vitima reincidente, “velha conhecida” por conta de tantas vezes que precisou de socorro da polícia.Afetadas psicologicamente, amedrontadas essas mulheres precisam não apenas de um registro de ocorrência, mas apoio.  Bruna Pellegrini Grams, presidente da OAB Mulher em Não-Me-Toque, especialista em Direito Familiar contou ao Radar Entrevista a atuação junto a sociedade.


Segundo Bruna, o Conselho da Mulher realiza um trabalho de conscientização social, divulgação das leis e explicação das mesmas. Já a OAB presta apoio jurídico as vítimas, auxiliando nos processos e questões que envolvem a lei.

— A gente orienta todo esse processo, o que vai acontecer ali na sala do juiz, o que ele vai perguntar, o que tu podes dizer, o que tu não podes dizer [..] então a gente faz esse apoio. Saindo da audiência, elas encontram o apoio do CREAS que tem duas psicólogas que elas recebem as mulheres. As mulheres saem por uma porta e vão para uma salinha reservada, enquanto o agressor vai para casa. Então eles nem se vem depois da audiência.

O número de casos registrados vem crescendo, mas isso não significa que as mulheres sejam mais agredidas agora do que eram antes, apenas que neste momento elas tem consciência de seus limites, como explica Bruna, a agressão não fica mais escondida, resguardada dentro do lar.

Mesmo com medo de represália, seja da sociedade que ainda insiste em culpar a vítima ou do próprio agressor, elas vão à luta, fazem a ocorrência e buscam esse grito de liberdade. Neste ano, a OAB Mulher já realizou cerca de 60 atendimentos as mulheres neste ano.

Mas os problemas não terminam na audiência ou com a medida protetiva, psicologicamente essas mulheres ficam afetadas, resignadas devido a uma situação de violência. Nesse âmbito entra o apoio da equipe especializado do CREAS, trazendo amparo a essas mulheres.

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