22 de abril de 2022

Literatura infantil: ensinando valores através de histórias

Por Amélia Freitas- reporter@afolhadosul.com.br

A data de 18 de abril é dedicada ao Dia Nacional do Livro Infantil. Mais do que entreter, a leitura é capaz de ensinar valores, estimular o raciocínio crítico entre muitos outros benefícios. E para falar mais sobre o assunto a redação D’A Folha convidou o escritor Paulo Edgar Renz da Silva, mais conhecido como Paulinho Cantalê.

O autor

Os livros e a música são presentes na vida de Paulinho desde o berço, filho de uma professora e de um músico, seguiu os passos dos pais.

Graduou-se em Música pela Universidade de Passo Fundo e atualmente faz Pós-Graduação em Metodologia de Ensino de Música pela Faculdade Dom Alberto, em Santa Cruz do Sul.

Sua obra está intimamente ligada à sua carreira, já atuou como professor no Colégio Girassol em Não-Me-Toque, depois mudou-se para Passo Fundo, onde leciona atualmente.

— A opção por trabalhar com literatura infantil vem principalmente pelo fato de que em minha adolescência eu lia muito a coleção Vaga-Lume, uma linha infanto-juvenil. Lembro que os livros eram Tonico e Carniça, eu gostava e também porque o público alvo que eu comecei a trabalhar em escola foi a educação infantil—.

A música não poderia deixar de ficar fora desse universo, com a dificuldade de obter canções para trabalho didático, Paulinho começou a compor usando os clássicos da literatura infantil. Essa forma lúdica de ensinar só fez aumentar seu interesse em produzir cada vez mais músicas para trabalhar com as crianças.

O Patinho Desafinado

— Se você rir de mim

Vai me fazer chorar

Não tem graça

me chamar assim

Triste eu vou ficar

Se não é por mal pare de fazer

Uma brincadeira de mau gosto

Faz meu coração doer.

Esta é apenas uma das canções presentes no livro de Paulinho que busca de uma forma leve, criativa trabalhar questões como bullying, rejeição e insegurança.  As lições de superação, de respeito e busca de conhecimento são passadas por meio de músicas   em uma releitura inovadora de uma das histórias mais conhecidas no universo infantil: O Patinho Feio.

O diferencial em sua obra está no fato do personagem principal não precisar descobrir ser um cisne, justificando suas diferenças com a família ou uma solução “mágica” e sim por ele perceber que ele era um pato que poderia aprender.

—A maioria dos personagens é apresentado com uma canção e cada uma tem uma proposta, um tema para ser conversado. Por exemplo, na canção os 5 patinhos   eles cantam “nosso canto combina já a sua voz não afina”, ou seja, os patinhos não aceitam o patinho desafinado em seu meio porque ele não sabe cantar— explica Paulinho.

Outro ponto reforçado com as canções, em especial com o personagem do Grilo Cantante que ensina o patinho lições de aquecimento de voz, notas musicais entre outras, está a importância do aprendizado, da boa relação com o professor e da forma instigante que ele pode provocar no aluno o desejo de aprender. Mostrando que está profissão abre as portas para que os sonhos possam ser realizados, que a educação é o caminho para a solução.

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