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O Dia Nacional da Mulher fica muitas vezes esquecido por conta de outras datas comemorativas

30 de abril de 2022

Dia de refletir, lutar e ensinar: Dia Nacional da Mulher

Muitos anos se passaram desde que Jerônima Mesquita, enfermeira, liderou a busca das mulheres pelos direitos civis enfrentando a resistência e descrença da população machista. Sua data de aniversário se tornou o símbolo de uma luta que persiste até hoje, mesmo que de forma velada: 30 de abril Dia Nacional da Mulher.

A data ofuscada pela comercialização do dia internacional passa muitas vezes despercebidas, deixando em segundo plano sua real função: falar sobre a busca diária de direitos. Mesmo após tanto tempo, questões como a carga horária de trabalho duplicada pela necessidade de conciliar as tarefas domésticas com a profissão têm aumentado cada vez mais. Desde 2016 a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) faz um levantamento sobre o tempo de envolvimento feminino nas tarefas de casa e os valores nunca obtiveram queda, em 2019 chegou a 10 horas 24 minutos semanais dedicados a isso. Demonstrando que a sobrecarga da mulher e a educação social de divisão igualitária ainda estão longe de ter um fim.

Bruna Pellegrine Grams é advogada, preside a Comissão da Mulher Advogada (CMA) em Não-Me-Toque, envolvida com a defesa de direitos das mulheres. O interesse pela área surgiu quando estudava Pedagogia, migrando para o Direito, fez Pós-graduação em Direito de família.

Bruna é presidente da Comissão da Mulher Advogada

— A questão dos direitos das mulheres surgiu quando assumi a CMA pela primeira vez em 2016, desde lá estudo muito sobre o tema— conta Bruna.

Para ela, a data é crucial, um momento para incentivar as novas gerações.

— São elas que trarão a mudança. Educar para o respeito é a salvação.

Bruna conta que a Comissão da Mulher Advogada estadual foi criada com o intuito defender as mulheres da classe, buscando igualdade e o fim da discriminação.

—Por exemplo, suspensão dos prazos processuais quando dá à luz, adota ou sofre uma perda, ou ainda, auxílio natalidade. Contudo, advogar em Não-Me-Toque nunca foi problema para as mulheres. Tanto o judiciário quanto os próprios colegas sempre nos trataram como colegas. Nunca soube de nenhum caso de preconceito ou distinção- relata a presidente.

Essas pequenas conquistas demonstram a força daquelas que são consideradas o sexo frágil. Mas o caminho é longo e o processo lento, muito precisa-se ainda falar sobre o assunto, valorização salarial, a reeducação social, reflexão sobre como a sociedade age com as mulheres, o enfrentamento ao machismo são apenas algumas das batalhas que são travadas dia após dia, muitas vezes em silêncio.

— Penso que ainda temos muito a conquistar, mas já avançamos, por exemplo, com a criação da Lei Maria da Penha, Lei que tornou hediondo o feminicídio, lei do assédio, inclusive a lei do divórcio— conclui Bruna.

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