27 de abril de 2006

Protesto clama por recuperação da renda

A gravíssima crise que atinge a agricultura já se reflete em outros setores da economia que sofrem com os juros altos, queda no consumo e sobrecarga tributária. Todos os setores estão sacrificados com a falta de rentabilidade. Os números sobre a rentabilidade média real desfazem qualquer possibilidade de uma contabilidade positiva para os agricultores. Baseada na diferença entre os custos operacionais e o preço de mercado, no período entre 1994/95 e 2004/05, houve queda de 11 % na valorização da soja, 324% no trigo e 224% no milho quando comparada com a rentabilidade média da safra 2005/2006
Em Não-Me-Toque, o protesto do setor agrícola, realizado com apoio do comércio e da indústria, que fecharam as portas, foi realizado na manhã de ontem. Cerca de duas mil pessoas compareceram à Praça Dr. Otto Schmiedt. O mesmo aconteceu em 48 municípios gaúchos.
A pauta de reivindicações apresentada em Brasília pela Fetag – que liderou a manifestação no Estado – pede redução dos valores do Troca-Troca de milho, renegociação das dívidas vencidas e a vencer, liberação de crédito emergencial aos agricultores para pagamento de dívidas nas agropecuárias e cooperativas e concessão de auxílio para agricultores familiares que não possuem financiamentos bancários de custeio e investimentos.
Para todos as instituições ligadas à agricultura, o pacote anunciado pelo governo e ainda não operacionalizado, muda pouco a situação de desmanche do agronegócio. Veja mais na edição de 28 de abril do Jornal A Folha.