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Notícias

7 de fevereiro de 2008

Abaixo os bailes para surdos!

Sem querer discriminar a deficiência auditiva causada por doenças, pela idade ou congênita, o protesto é pelo volume que os conjuntos de baile fazem questão de aplicar contra o público. O título é quase uma metáfora, pois quem vai a um baile não precisa ouvir, basta tocar nos objetos e sentir a intensidade da vibração causada pela emissão sonora.
Não há pessoa normal que suporte participar de um evento em que os animadores se colocam acima dos objetivos de quem organiza e lacram volume insuportável. Certamente, não é em nome da qualidade musical. Poderia ser para disfarçar a falta de qualidade, mas até os que têm qualidade usam do artifício dos altos decibéis.
Em qualquer festa ou baile, basta a banda começar a mostrar seu repertório para acabar a conversa. Nem gritando ao ouvido do interlocutor é possível se fazer entender. Para os que teimam em manter uma conversa, ocorre o seguinte: um fala e o outro faz de conta que escuta. Cada diálogo (monólogo) não sobrevive a duas frases.
A conversa não é a única vítima do som lacrado das bandas. Os tímpanos sofrem os piores danos. Não fosse assim, não haveria legislação disciplinando o uso obrigatório de equipamentos de segurança para quem trabalha em locais com barulho e a intensidade dos sons nas ruas e locais como hospitais, biblioteca, escolas. A legislação é tão ampla que permite controle e todos estão sujeitos à ação da lei.
Felizmente, em Não-Me-Toque, medidas foram tomadas com relação à propagação dos sons automotivos. O resultado é um pouco mais de qualidade de vida para quem mora no centro ou próximo aos locais preferidos da galera do som. Para quem gosta de baile, o problema ainda não foi levantado. Até o pessoal da terceira idade anda reclamando, pois seus bailinhos animados por orquestras também estão sendo poluídos. Em vez de diversão, conseguem uma bruta dor de cabeça ao final da festa, além de sair escutando menos, por conta dos danos irreversíveis aos tímpanos. O que dizer, então, dos danos a que estão sujeitas as crianças que, por costume do interior, acompanham os pais em eventos que oferecem almoço e baile ou jantar e baile?
Não havendo consciência de que é necessário moderação, a indústria das indenizações poderá agir também nessa área. Uma simples pesquisa na Internet mostra que o problema já chegou para muitos estabelecimentos e instituições. No entanto, o ataque deveria ser na raiz do problema, os emissores dos sons, não os contratantes, também vítimas dessa turma que relaciona volume com poder e sucesso.

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