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Notícias

21 de junho de 2013

Colonização alemã: cultura mantém-se muito presente até hoje no Rio Grande do Sul

Nas cidades que foram berço das primeiras colônias, ainda se encontram vestígios da época e pessoas que cultivam a tradição germânica

A colonização alemã começou no país quando o governo brasileiro, convencido de que precisava ocupar as remotas regiões fronteiriças, enviou em 1822 à Europa o major Georg Anton von Schäffer para recrutar interessados em emigrarem para o Brasil. Os objetivos eram não deixar livres as fronteiras, que sofriam constantes ameaças de serem tomadas por outros países, como a Argentina, e reforçar o exercíto brasileiro.

Pra convencer os alemães a se mudarem, o governo oferecia passagem à custa do governo, um lote de terra com 78 hectares, 160 réis para cada colono no primeiro ano e meio de estada no país, além de bois, vacas, porcos e galinhas.

Em 18 de julho de 1824, chegou ao Rio Grande do Sul a primeira leva de 39 imigrantes alemães, que se instalaram, primeiramente, na região do Vale dos Sinos. Alguns colonizadores, durante a Revolução Farroupilha, se deslocaram para a região de Santa Maria para se afastar dos conflitos. Depois do fim da revolução, os colonos se espalharam fundando entre várias colônias, a de Santa Cruz do Sul. Passada a Segunda Guerra Mundial, a quantidade de imigrantes procurando o Brasil diminuiu muito.

Os exilados da guerra: um segundo motivo da vinda para o Brasil

Durante a 1º Guerra Mundial alguns alemães tiveram que fugir dos conflitos, se refugiando em países como o Brasil. A crise na Europa era muito grande, a econômia estava extremamente abalada e milhares de famílias ficaram na miséria. Entre os refugiados estava o pastor Johannes Kunstmann, nascido em 1872 no estado da Saxônia, na Alemanha.

De acordo com o neto de Kunstmann, o atual coordenador do Instituto Histórico da Igreja Luterana, Paulo Udo Kunstmann, o avô chegou em Porto Alegre em 1915. O pastor Kunstmann se formou em teologia em 1893, em St. Louis, nos Estados Unidos, sendo enviado, na sequência, para Austrália para trabalhar como professor e pastor. Após sete anos , ele retornou para a Alemanha, foi então que estourou a primeira grande guerra mundial.

Kunstmann fugiu primeiramente para os Estados Unidos, onde havia concluído seus estudos em teologia, mas logo depois foi chamado para ser diretor do Seminário Concórdia, em Porto Alegre. O neto, Udo, conta que o avô era um homem muito exigente e bastante sério, mas que acreditava piamente em sua vocação e trabalhava pensando no bem da comunidade.

Udo conta que a cultura alemã sempre esteve presente em sua família. Seu pai também foi pastor da igreja luterana e repassou seus valores para os filhos. Hoje em dia, a filha de Udo mora na Alemanha e tem três filhas. “Ela foi para um intercâmbio e se apaixonou pelo país. Me lembro de quando ela me disse que a Alemanha era muito melhor do que eu contava para ela, e que lá ela iria ser feliz”, recorda Udo.

Conheça de perto a cultura alemã visitando os berços da colonização
 
São Leopoldo

São Leopoldo foi fundada exlusivamente por colonizadores alemães. Aos poucos, outros imigrantes ocuparam os vales do Rio dos Sinos, Cadeia e Caí, lançando progresso através da dedicação ao trabalho, o que possibilitou que a colônia alemã se emancipasse de Porto Alegre. Em homenagem a estes imigrantes, o dia 25 de julho é um feriado municipal.

Alguns pontos turísticos que contam a história da imigração alemã em São Leopoldo:

Barco Martin Pescador – Com um delicioso passeio pelo Rio dos Sinos se conhece a incrível jornada vivida pelos imigrantes alemães que chegaram à cidade navegando pelo rio.

Casa do Imigrante - Esta casa, símbolo da imigração alemã, abrigou os primeiros imigrantes em 1824. Em seus cômodos estão expostos móveis, utensílios e vestuário utilizados pelos imigrantes germânicos ao chegarem ao RS.

Igreja Nossa Senhora da Conceição - A história da Igreja Matriz iniciou há 172 anos com a capelinha Nossa Senhora da Conceição, erguida de pau a pique pelos imigrantes alemães e demolida por volta de 1845.

Museu do Trem - Antiga estação ferroviária de São Leopoldo e primeira estação construída no Rio Grande do Sul. O museu retrata a história da época em que a Maria Fumaça encantava a população.

Museu Histórico Visconde de São Leopoldo O museu possui acervo histórico com mais de mil peças e biblioteca com oito mil volumes sobre história, geografia, artes, folclore e tradição do Rio Grande do Sul e imigração alemã.

Monumento ao Centenário da Imigração Alemã - Localizado na praça do Imigrante, à margem do Rio dos Sinos, o Monumento do Imigrante foi construído em 1924, em comemoração ao centenário da imigração. A praça é mais antiga do município.

Monumento em Homenagem aos 175 anos da Imigração Alemã - Inaugurado em 25 de julho de 1999, tem sete metros de altura. Idealizado por Henrique Prieto e Marcelo Zeni.

Praça Centenário (Praça do Imigrante) - Nome dado em homenagem aos 100 anos de imigração, festejados em 1924, quando se ergueu o monumento encontrado no centro da praça, que hoje caracteriza a cidade. Também é conhecida como a Praça do Imigrante. Foi durante muitos anos a maior e mais bonita praça leopoldense.

Sociedade Orpheu - Fundada em 20 de janeiro de 1958, é o clube social mais antigo do Brasil. Foi criado pelos imigrantes alemães que queriam difundir o canto orfeônico. Muitos foram os eventos realizados nas suas dependências, por onde já desfilaram presidentes da República, como Ernesto Geisel.

Túmulo de João Hillebrand - Cemitério Municipal, junto ao portão principal.
Primeiro médico da Colônia Alemã de São Leopoldo, aonde chegou em 6 de novembro de 1864, vivendo 26 anos no município e realizando notável trabalho de administrador e homem público.
 
Santa Cruz do Sul

Santa Cruz do Sul, que é conhecida por ser a sede da maior Oktoberfest do Rio Grande do Sul, tem colonização unicamente alemã. A povoação iniciou em 1849, no local então chamado de Faxinal de João Maria, com a instalação de cinco famílias alemãs. A cidade foi oficialmente fundada em 31 de março de 1877, emancipada de Rio Pardo.

Oktoberfest A cidade de Santa Cruz do Sul costuma atrair muitos visitante no mês de outubro, por conta da Oktoberfest – festa popular gêrmanica. O evento é uma forma de conservação das tradições alemãs. Durante a festa jogos germânicos, apresentações culturais, gastronomia alemã e shows de músicas populares fazem a alegria de quem visita o parque da Oktoberfest.

Alguns pontos turísiticos que contam a história da imigração alemã em Santa Cruz do Sul:

Museu do Colégio Mauá - O museu foi fundado em 20 de setembro de 1966 e possui um acervo significativo sobre a história e a memória da região de Santa Cruz do Sul. O seu acervo ultrapassa 150 mil peças, sendo que estão expostas temporariamente 5 mil peças.

Parque da Oktoberfest - Com área de 14 hectares dotado de infra-estrutura esportiva, lazer e turismo como ginásio poliesportivo com capacidade para 8 mil pessoas, campos para prática de futebol onze e sete jogadores, canchas de basquete, tênis, futsal, bocha, pista de bicicross e ainda pavilhões para esporte e exposições. Também é a onde acontece a principal festa germânica da região, a Oktoberfest.

Santuário Schoenstatt - Pertencente ao Instituto Secular das Irmãs de Maria de Schoenstatt, o Santuário da Mãe três vezes admirável de Schoenstatt foi inaugurado em 11 de dezembro de 1977, sendo uma cópia fiel do santuário original fundado na Alemanha, em 1914, pelo padre José Kentnich.

Monumento ao Imigrante Alemão - O Monumento ao Imigrante Alemão constitui-se na homenagem prestada pela comunidade santa-cruzense aos imigrantes que com seu árduo trabalho colonizaram o município. Criado pelo desenhista santa-cruzense Hildo Paulo Müller, o monumento foi inaugurado em 25 de janeiro de 1969 e nele consta a data da fundação da colônia - 1849 - e o nome dos primeiros colonizadores.

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