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Notícias

24 de junho de 2013

Pletsch mandou matar por dinheiro

Pletsch foi apresentado na Divisão de Investigação Criminal de Lages (DIC) no dia 19 de maio.

 Aquilo que os moradores desconfiavam se confirmou com o anúncio do envolvimento de Edemar na morte da esposa e sogra
Após quatro meses de investigação, a Polícia Civil de Campo Belo do Sul (SC), esclareceu o assassinato da Marlene Catarina Pletsch, 52 anos, e Seraselia Neis, de 74 (mãe e filha). O marido de Marlene, o ex-vereador e secretário da Agricultura do município, Edemar Pletsch, de 52 anos, foi preso acusado de ser o mandante do crime.
Pletsch foi apresentado ontem à tarde (19 de maio) na Divisão de Investigação Criminal de Lages (DIC). Usando uma jaqueta com identificações da Câmara de Vereadores de Campo Belo, chegou calado, sem falar com a imprensa e permaneceu quase o tempo todo de cabeça baixa.
Além do secretário, também foram presos Arizon Pereira, 34 anos - apontado como executor do crime; Ana Maria Pereira (55); Janaina Terezinha Ribeiro Córdova (33) e Amadeu Antunes da Silva (52).
Segundo o agente de polícia Paulo Sérgio Ramos Batista, o secretário contratou Arizon por R$ 10 mil para executar o crime. Dois teriam sido os motivos do duplo assassinato. O primeiro seria um seguro no valor de R$ 213 mil, que havia no nome de Marlene. O dinheiro, porém, não chegou a ser sacado a pedido da polícia.
Desentendimentos entre o secretário e a vítima por causa de problemas financeiros envolvendo a família, também teriam sido as causas do crime. “A ideia dele (secretário) era usar parte deste dinheiro para pagar as contas”, afirmou Batista.
Mãe e filha foram mortas dia 13 de fevereiro deste ano, a tiros dentro da própria casa, na localidade de Morro Agudo a 15 Km do Centro de Campo Belo. O crime chocou a população. Dissimulado ou demonstrando sentimento de culpa, Edemar chegou a participar do disputado velório. Uma semana depois, quando a população realizou uma manifestação pedindo paz, ele também participou do ato.

Investigações
Logo no início das investigações, segundo Batista, a polícia descartou a possibilidade de latrocínio (roubo seguido de morte), como se ventilou no início dos trabalhos, uma vez que as vítimas encontravam-se mortas, mas usando joias. “No caso da dona Seraselia, até usava uma corrente de ouro no pescoço, o que não é normal em uma situação de roubo. A partir daí chegamos à conclusão de que não estávamos diante de um latrocínio”, lembrou.

Como a polícia chegou aos indiciados
Segundo o policial civil Paulo Sérgio Ramos Batista, os envolvidos confessaram o duplo homicídio. Contradições nos depoimentos foram determinantes para a polícia chegar aos autores dos crimes. Além disso, interceptações telefônicas, feitas no dia dos homicídios, mostraram que o secretário fez vários contatos com o executor.
O policial explicou que Ana, a mãe de Arizon, foi presa por acobertar o crime e dificultar as investigações. No passado, ela teve um caso amoroso com Edemar. Já a participação de Janaina no crime ocorreu por ela ter levado Arizon, que é seu marido, para matar mãe e filha e ter voltado para buscá-lo. Amadeu, por sua vez, foi preso por ter comprado o revolver usado no duplo assassinato.
De acordo com laudo pericial, Marlene foi morta com dois tiros no olho. Seraselia levou um tiro na cabeça. As vítimas foram encontradas caídas dentro de casa. A arma usada no crime, um revólver calibre 38, pertencia ao secretário e foi apreendido. Os quatro envolvidos foram levados ao Presídio Regional de Lages, onde ficarão à disposição da Justiça.

Prisão repercute no município
A notícia da prisão do secretário rodou em Campo Belo do Sul, uma cidade de cerca de 7,5 mil habitantes. Ontem, os moradores não tinham outro assunto. Em nota da Associação dos Municípios da Região Serrana (Amures), o prefeito da cidade, Edilson José de Souza disse que ficou “perplexo” ao ser informado da prisão do secretário municipal. “Estou estarrecido e sem palavras. Jamais imaginei que o ser humano pudesse chegar a este ponto”, disse, afirmando que os trabalhos na prefeitura não sofrerão qualquer problema de continuidade.
Sirlei Dalpiva, amiga de Marlene e membro da Associação Sociocultural das Mulheres Cavalarianas, da qual a vítima também era integrante, destacou que os moradores suspeitavam da participação do secretário no crime, mas ninguém conseguia acreditar que ele fosse capaz de matar a própria esposa e a sogra.

FONTE: Campo Belo do Sul, 20/05/2013, Correio Lageano, por Adecir Morais

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