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Notícias

11 de maio de 2015

DIA DAS MÃES

Magnólia, Kauê, Kainã, Pedro Henrique e Natacha
Magnólia, Kauê, Kainã, Pedro Henrique e Natacha

Quando o amor escreve sua própria história
Quando se fala em amor de mãe pode até parecer chavão, mas são tantas as histórias que acontecem na vida dessas mulheres maravilhosas que assumem a maternidade, que se justificam as belas frases, poemas, canções e comerciais de televisão. Embora a maternidade não seja desejo de todas as mulheres, a grande maioria recebe como uma dádiva que complementa o sentido de sua vida, não como um fardo, apesar das dificuldades e dos desafios que é amar incondicionalmente, educar e ser responsável pelo ser que vai crescer e se tornar um adulto, dono de seus atos.
Nesta entrevista, o jornal A Folha quer mostrar a beleza do instinto maternal, e quanto a definição de Içami Tiba, de que “mulheres são polvo”, se encaixa na história de Magnólia Malmann. Seus dois braços frágeis de mulher se transformaram em tentáculos para abraçar quatro filhos. É uma história de coragem, mas acima de tudo, de muito amor. Amor de mãe.

De jovem bonita a uma mãe ainda mais bela
Criada pela mãe professora, menina bonita participou de concursos de beleza, conquistou diversos títulos e sentiu de perto o assédio.
- É bom se sentir assediada em qualquer idade da vida, isso faz bem ao ego de qualquer mulher. Mas existe uma grande diferença entre ser assediada aos 18, quando você dá valor até mesmo a um assovio na rua, e aos 40, quando você tem outros valores. Grande parte da minha vida trabalhei em ambientes masculinos, então você tem que levar a maioria da cantadas na esportiva, não levar a sério e ao mesmo tempo não ser grosseira. Uma mulher de 40 sabe perfeitamente a diferença entre amor, paixão ou pura ilusão, como diz Roberto Carlos.
Magnólia casou jovem, aos 22 anos, e aos 24 nasceu seu filho Kauã. Foi uma gravidez de risco que assombrou todos os seus dias, ao ponto de perceber que a gravidez não chegaria aos nove meses.
- O Kauê nasceu prematuro, aos 7 meses de gestação. Dois dias depois do seu nascimento foi levado para a CTI em Passo Fundo. Nossa! Aquele foi o dia mais terrível da minha vida. Mas depois disso tudo ter passado, a maternidade se tornou algo que preencheu a minha vida, não existe amor maior do que o de uma mãe para com seus filhos. A gente beija à toa, abraça à toa e diz EU TE AMO com se diz “oi, tudo bem?” Você não se importa mais em perder sono, acordar de madrugada ou ter que juntar brinquedos espalhados pela casa. Você acorda no domingo de manhã às sete horas com aquele sorrisinho do seu lado e ainda acha o máximo. A gente chora só porque recebeu um cartão no Dia das Mães com a mãozinha do bebê pintada. É a experiência mais maravilhosa que pode existir.
Mesmo tendo gerado um único filho, magnólia é mãe de quatro. Isso não foi planejado, mas é uma realização pessoal que jamais imaginou sentir.

- Na verdade, a vida nos dá oportunidades de amar de maneiras diferentes e ao mesmo tempo iguais. Antes de eu ser mãe, nasceu a Natacha, minha sobrinha. Desde pequena muito parecida comigo, e tia sempre é um pouco mãe também. Com o passar do tempo, por circunstâncias da vida ela acabou vindo morar conosco, perdeu a mãe biológica mas ganhou outras duas: eu e a vó. Já há um ano e meio atrás, novamente a vida me chamou à responsabilidade e tive que acolher os meus dois sobrinhos Kainã (na época com 8 anos) e Pedro Henrique (4 meses apenas). No começo foi tudo meio complicado, você está acostumada com a sua vida, sua rotina e de repente tudo muda, principalmente com um bebê de quatro meses apenas, que depende totalmente de você.
Desde o início Magnólia disse que se identificava como “tia” para os sobrinhos. Mas não durou muito até ser chamada de mãe.
- Ser chamada de mãe é muito gratificante, principalmente pelo Pedro, que nunca foi ensinado a me chamar assim, mas quando começou a falar e disse MAMÃE a primeira vez, eu senti que a partir daquele momento eu seria realmente a mãe dele, ele me adotou como mãe. Mãe na realidade é aquela pessoa que está ali do teu lado, te cuidando, te dando carinho, eu tenho muito a agradecer a minha mãe Ivone Mallmann também, por estar do meu lado aos 70 anos, me ajudando com as crianças. Ela é uma mulher forte, batalhadora. E vó também é mãe!
Aos 40 anos e responsável por quatro vidas de diferentes faixas etárias – dois anos a 18 – A educação e o futuro é uma preocupação constante. Sobre um dos temas polêmicos da atualidade, a redução da maioridade penal para 16 anos, Magnólia tem sua opinião bem formada:
- Eu sou a favor da maioridade penal para 16 anos sim, porque com tanta informação que os jovens possuem hoje em dia, eles sabem exatamente o que é certo e o que é errado. Eu tenho um filho com 16 anos hoje, e sei que ele é responsável pelos seus atos. Tudo vai da participação dos pais na vida dos adolescentes, você tem estar presente, saber a onde vão, com quem vão, o que costumam fazer e principalmente ter a confiança deles para com você. Eles têm que ter liberdade de falar com a gente sobre qualquer assunto, isso nos dá liberdade também de interferir nas suas escolhas.
Diante de todos os riscos que é educar um filho, da preocupação que nunca sessa, Magnólia Malmann confessa de onde veio a coragem para abraçar e assumir o afeto, o cuidado e a educação destes filhos.
- No princípio, foi impulsivo, as crianças corriam um certo risco e não tive dúvidas em tê-las comigo. Quanto à educação deles, vou fazer o possível para que sejam homens de bem, já que a maioria são meninos, para que saibam amar e respeitar as pessoas.
E o futuro?
- Se o futuro me preocupa? Sim, um pouco, porque na realidade o futuro está ali do outro lado da porta, as coisas acontecem muito rápido. Hoje são crianças, amanhã adolescentes e depois adultos, então temos que agir rápido, amar muito e educar sempre.
E a felicidade?
Se eu sou uma mãe feliz? Toda mãe que sonha em ser mãe é muito feliz, não imagino minha vida sem ser mãe.
Faria tudo de novo?
Sim, umas mil vezes, porque não há nada mais tranquilizante que você deitar a sua cabeça no travesseiro e saber que os que você ama estão em segurança.

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