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Notícias

31 de julho de 2015

Tradicionalistas discutem leis dos rodeios 

Representantes de todas as regiões tradicionalistas compareceram ao 2º Encontro Estadual de Promotores de Rodeios Crioulos, Festas Campeiras e Torneios de Laço
Movimento tradicionalista está preocupado com o futuro dos eventos que representam a cultura do gaúcho

Na sexta-feira, 24 de julho, a Estancia da Harmonia amanheceu repleta de tradicionalistas vindos de cada canto do Rio Grande para participar, no Centro de Eventos da Cultura Gaúcha, Almir Azeredo Ramos, do 2º Encontro de Promotores de Rodeios do Rio Grande do Sul. Cerca de mil pessoas compareceram.
O presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho, Manoelito Carlos Savaris, destacou a importância do encontro para sanar as dúvidas daqueles que fazem a verdadeira tradição gaúcha se movimentar pelo mundo, que são os tradicionalistas.
Savaris enalteceu a convivência entre gerações promovidas pelos rodeios e pelas atividades afins do tradicionalismo que permite que o neto se vista igual ao seu avô.
- Não podemos nos dobrar aos modismos, por que as coisas que a moda lança viram descartáveis – declarou Savaris, citando os aparelhos celulares, que hoje ninguém concerta, simplesmente se joga fora e compra um novo.
Estima-se que as entidades tradicionalistas promovam em torno de 200 rodeios, 100 festas campeiras e 300 torneios de laço, por ano. No calendário de 2015 (1º a ser realizado em nível estadual) constam 202 eventos campeiros.

Sanidade animal
Na primeira atividade da manhã, o representante da Secretaria da Agricultura do Estado falou sobre as doenças e, em especial, o mormo, que tem trancado os rodeios e cavalgadas em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. A exigência da negativa da doença junto com a GTA vai ser mantida e exigida nos eventos e durante os Festejos Farroupilhas.

Reconhecimento do Ministério Público
O Ministério Público esteve representado pelos promotores de Justiça Luís Augusto Costa, de Vacaria, e Alexandre Saltz, da Promotoria de Defesa do Meio Ambiente de Porto Alegre.
Luís Augusto apresentou a Cartilha para Realização de Rodeios, que está na sua segunda edição, onde constam todas as diretrizes para um rodeio, além de contar um pouco da história do surgimento dos rodeios crioulos e o que os diferencia de um rodeio country.
Já Alexandre Saltz explanou sobre a existência de um inquérito civil em trâmite, originário de representação de advogado de São Paulo, pedindo providências ao MP para apurar possíveis maus-tratos em rodeios. Conforme o promotor, deverá ser proposto acordo, por meio de Termo de Ajustamento de Conduta, com o MTG e as demais entidades que promovem rodeios crioulos, pelo cumprimento da cartilha.
Tanto Saltz como Luís Augusto frisaram que os Rodeios Crioulos fazem parte do patrimônio cultural do Estado e assim são protegidos pelo Ministério Público. Porém, devem ser seguidas as normas legais para que haja compatibilização com os demais direitos constitucionalmente estabelecidos, como o direito dos animais.
Jorge Celito Zuffo, que representou o CTG Galpão Amigo no encontro, disse que a postura dos promotores surpreendeu positivamente os tradicionalistas.
- A Cartilha de Rodeios Crioulos é um documento que já é seguido por todos que têm respeito pelos animais e são normas já respeitadas pela grande maioria dos organizadores de Rodeios e Cavalgadas no Rio Grande do Sul – avaliou Zuffo.

A Cartilha estebelece exigências como: cancha das competições e os bretes cercados com material resistente, sem elementos cortantes ou perfurantes, com piso de areia ou grama; infraestrutura completa para atendimento
médico; presença de médico veterinário habilitado, responsável pela garantia da boa condição física e sanitária dos animais e pelo cumprimento das normas disciplinadoras, impedindo maus tratos e injúrias de qualquer ordem; proibido o uso de esporas com rosetas pontiagudas, nazarenas, ou qualquer outro instrumento que cause ferimento nos animais, incluindo aparelhos que provoquem choques elétricos; os animais utilizados nos eventos tradicionalistas poderão dar no máximo 10 voltas por dia; para o trabalho com o gado nas “mangueiras”, devem ser utilizados somente relho de couro ou soiteira, mango ou tala de couro e, preferencialmente, chocalho com cabo de PVC ou plástico maciço com garrafa pet contendo pedras pequenas.
No caso de infração do disposto nesta Lei, sem prejuízo da pena de multa de até R$ 5.320,00 e de outras penalidades, como suspensão definitiva do rodeio, pena detenção, de três meses a um ano, e multa.

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