16 de novembro de 2015

Setor de máquinas vive seu pior momento em 80 anos de história

O setor de máquinas e equipamentos no Brasil vive o seu pior momento dos seus 80 anos de história. A constatação pessimista do presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ), Carlos Pastoriza, resume o descontentamento do setor com o desolado cenário vivido pelo segmento nos últimos dois anos. Os números foram divulgados no último dia 4, durante apresentação dos indicadores conjunturais, referente ao mês de setembro/15.
O tema foi debatido em Não-Me-Toque na manhã de sexta-feira (6), entre diretores e representantes das indústrias de máquinas e equipamentos agrícolas com o presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Setor de Maquinas e Equipamentos, deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS), na Câmara de Vereadores.
A frente trabalha em contato direto com a diretoria da Abimaq e está estabelecendo um plano de ação para as demandas da entidade junto ao Legislativo e Executivo, acompanhando as atividades no Congresso, buscando obter posição dos deputados e senadores sobre temas de interesse.
- Hoje, a economia brasileira sem o setor de máquinas e equipamentos não tem condições de buscar seu progresso, seu desenvolvimento, seu crescimento. Nós precisamos dar ao setor o suporte político no Congresso Nacional visando à continuidade do progresso e inovação, que é exatamente o objetivo da Frente Parlamentar - destaca Goergen.
Jerônimo iniciou a audiência colocando os principais aspectos da Frente e como estão sendo tomadas as decisões. A Frente Parlamentar está realizando as audiências públicas para coletar as reivindicações e sugestões de empresários e gestores. Entre os assuntos estão a devolução de créditos tributários; a desoneração dos implementos agrícolas não propulsados; a manutenção do programa Reintegra, que busca apurar valores para fins de ressarcir parcial ou integralmente o resíduo tributário gerado na exportação; redução do Custo Brasil; desoneração tributária da cadeia produtiva; plano nacional de reequipamento industrial; revogação dos Regimes Tributários Especiais e um sistema permanente de financiamento industrial.
O panorama político apresentado foi desolador, aumentado a apreensão dos empresários, especialmente pela crise política. De acordo com o deputado Jerônimo, a Presidente Dilma está isolada e não mostra liderança para o comando, enquanto que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy se apresenta como um tesoureiro cuja função é apenas segurar a chave do cofre.
- O ajuste fiscal do Governo se resume a aumentar impostos. Nenhum corte de pessoal anunciado com a redução de ministérios foi executado até agora – afirmou Jerônimo.
Dados da Abimaq apontam que o setor de máquinas e equipamentos fechou cerca de 37 mil postos de trabalho em um ano.
De acordo com dados do Sindimáquinas, em 2015 o setor metalmecânico de Não-Me-Toque demitiu 720 trabalhadores. O industrialista Harrie Stapelbroek disse que iniciou o ano com 55 empregados e hoje está com 25. As indústrias Stara e Jan definiram conceder férias coletivas no período de 14 de dezembro a 12 de janeiro de 2016, em função da queda na produção. A situação será reavaliada no início do ano e as expectativas são de que a situação possa melhorar até o final do primeiro semestre, com vendas alavancadas por uma boa safra de verão.
A audiência pública organizada em NMT pelo vereador Valdir Kirst foi acompanhada pelo secretário estadual da Agricultura, Ernani Polo, pela prefeita Teodora Lütkemeyer, presidente da Câmara de Vereadores Ibanez de Quadros.

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