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Notícias

4 de dezembro de 2015

Urgência de esperanças

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Quarta-feira próxima, 9 de dezembro, será comemorado um dos dias que deveria ser dos mais importantes do país, especialmente no que se refere à cidadania: Dia Internacional de Combate à Corrupção.
Estima-se que o Brasil joga no ralo mais de R$ 50 bilhões de reais por ano. Mas onde será que está a solução do problema? Já dizia Denis Rougemont “A decadência de uma sociedade começa quando o homem pergunta a si próprio: ‘O que irá acontecer? ’, em vez de inquerir: ‘O que posso fazer? ’”.
Mas, se observarmos, a maioria das pessoas que reclama da situação do Brasil, reclama de tanta roubalheira é a mesma que na época de eleição vende seu voto por um cachorro quente com os amigos, uns litros de gasolina ou uns trocados.
Esta semana, algo simples me chamou atenção, como é normal inclusive em nossa cidade, pessoas largarem lixo no chão, estando quase ao lado da lixeira, e fazer de conta que isto não muda nada, tem alguém que limpa.
Um motorista buzinando insistente para o que estava a sua frente, tudo porque ele esperava uma senhora atravessar a rua na faixa de segurança.
Pessoas implorando graças a Deus numa celebração, quando no final de semana jogou um saco de filhotes de gato ou cachorro no riacho, escaldou um gato, atirou num cachorro.
Pessoas questionando o porquê de não serem felizes, mas o tempo que teriam para de si, cuidam e falam da vida dos outros. Fazendo-se de éticas agem como se estivessem no juízo final, cobrando seus semelhantes de todos os pecados.
Olhamos tudo isto e cada vez mais nos acostumamos, algo banal nos surpreende por alguns minutos, logo estamos em outro assunto. Violência, intolerância, desemprego, fome, corrupção, lama por todo o lado. Com a rapidez que as coisas ruins se multiplicam, aumenta nosso sentimento de impotência diante dos acontecimentos.
Com fragmentos do pensamento de Paulo Freire, podemos dizer que vivemos num momento de apodrecimento da esperança. Não quero aqui ser o pessimista da semana, pois destes o mundo está cheio, desejo apenas chamar a atenção sobre como aceitamos as coisas e não procuramos fazer nada para mudar.
Não devemos nos resignar diante da barbárie que está o mundo, e da capacidade de as pessoas fazerem o mal.
Amigos! É preciso esperançar mais, esperançar é procurar não desistir. É dar o próximo passo. É juntar-se com outros e fazer algo novo, fazer algo de bom por menor que seja. Não achar que toda esta banalidade é normal e fazer destes fatos nossa rotina. Podemos ser a mudança que buscamos. Mas para isto é preciso coragem e atitude. Reforçando Paulo Freire: “É preciso incendiar a nossa urgência de esperanças”.

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