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23 de janeiro de 2017
Marquinho assume como supervisor técnico da Seleção Brasileira de Futsal
ENTREVISTA - O convite veio ainda em outubro de 2016, mas a nova Comissão Técnica da Seleção Brasileira de Futsal só assumiu no dia 5 de janeiro deste ano. Campeão do Mundo pela Seleção Brasileira em 2008, Marquinho construiu uma carreira brilhante como jogador, atuando em grandes equipes como o Vasco e a ACBF no Brasil, e o Movistar, na Espanha, onde conquistou todos os títulos e optou pela aposentadoria, em 2012, aos 37 anos. Veio então residir em Não-Me-Toque, terra do Russo Preto, que o projetou no cenário esportivo, e da sua esposa Miriana Scolari, onde atuou como empreendedor até o final do ano passado, quando aceitou o convite para um novo desafio, desta vez, de volta ao futsal.
Em maio o ano passado, Marquinho esteve na Colômbia, a convite da Fifa, para participar do sorteio dos grupos para a Copa do Mundo de Futsal. O fracasso dos brasileiros na competição gerou as mudanças na Comissão Técnica e também tem reflexos na Confederação Brasileira de Futsal (CBFS).
O ex-pivô compõe a equipe técnica do novo treinador da seleção, PC Oliveira, com quem foi Campeão do Mundo em 2008. Na reformulação proposta pelo novo treinador, a seleção contará com uma enorme equipe multidisciplinar, que tem Lucas Chioro, auxiliar técnico. Aposentado das quadras desde o ano passado, o ala Gabriel, de 35 anos, terá uma função até então inédita, diretor para assuntos internacionais. A tarefa do ex-ala será firmar compromissos fora do país e alinhar os interesses da seleção aos dos clubes europeus, como a viagem para a Catalunha, onde o Brasil utilizará as instalações do Barcelona para treinamento e preparação física ainda no final deste mês de janeiro.
No Rio de Janeiro desde dezembro, Marquinho concedeu entrevista ao Jornal A Folha, contando sobre o convite e sua nova função
A FOLHA - Agora é oficial. Marquinho é supervisor técnico da Seleção Brasileira de Futsal. Como você se sentiu ao receber este convite?
MARQUINHO - Primeiramente honrado. Sempre, desde a época como atleta, acho que servir à seleção é um ato de respeito a pátria, somos representantes do Brasil para o mundo e isso é uma grande responsabilidade.
Qual será tua função junto com PC Oliveira?
MARQUINHO - A minha função é primeiro fazer chegar não só ao PC, como aos jogadores, todas as melhores condições de trabalho. Vou ser o elo entre a comissão técnica/jogadores e o grupo gestor.
Assim como a Seleção de Futebol de Campo, o futsal precisa se reinventar? Precisa de novos ídolos ou de nova tática?
MARQUINHO - Boa pergunta. Acho que nas duas modalidades existe uma escassez de ídolos. O momento é de reestrutura. A busca é de jogo coletivo. Fazer o público voltar a sentir vontade de parar tudo e assistir os jogos da seleção. Resgatar aquele jogo malandro que víamos nas ruas e parques. Estamos atrás destes jogadores que fascinam e enchem os olhos do público.
O convite foi responsável pela mudança nos seus planos em Não-Me-Toque, onde você estava fixado desde a aposentadoria, em 2012?
MARQUINHO - Sim. Aceitei na hora que recebi o convite. Os planos eram de fixar a residência em Não-Me-Toque, mas a minha vida sempre foi de desafios e mudanças radicais. Fui jovem para a Europa e fiquei lá por dez anos. Depois uma grande prova que foi morar no Japão por um ano. Achei maravilhoso. Agora morar no Rio de Janeiro? Acredito que não haverá problemas e sim muitas alegrias.
Ficou a frustração por algum projeto não desenvolvido?
MARQUINHO - Não sei se a palavra certa seria essa. Aconteceram coisas que não esperava de certas pessoas. Mas a experiência que ganhamos com tudo, isso é válido.
O Marquinho ainda pode retornar a Não-Me-Toque?
MARQUINHO - Claro que sim. Posso dizer que a vida é feita de desafios e como dizem por aí, temos que nos deixar levar pelo mar e o vento, e fazer as coisas, com muita dedicação e responsabilidade. Adorei esses anos que vivemos com muita intensidade em Não Me Toque.