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28 de maio de 2019
Inovar ou não inovar: será esta a verdadeira questão?
Por: Jocelito André Salvador
Faço questão de aproveitar a oportunidade para discutir ou ao menos provocar a discussão deste assunto tão relevante para a economia do conhecimento, que é a inovação, especialmente a contínua. De fato, não é algo tão simples quanto parece o aceitar o novo, o até então desconhecido, aquele que, muitas vezes, vem questionar a forma como pensamos, agimos e somos.
Ocorre que, querendo nós ou não, a tendência à inércia age a todo momento, ou seja, a tendência natural de um objeto, na física, em resistir a alterações em seu estado original de repouso ou movimento. Isso explica, de certa forma, a resistência às novas ideias, aos novos conhecimentos criados e obviamente à inovação.
Por isso mesmo, com frequência me pergunto: inovar, em nossa vida e em nossas empresas, é algo natural?
Uma pergunta relevante para o nosso século, visto que inevitavelmente quase todo mundo fala na necessidade de inovar de forma contínua como uma das premissas da sobrevivência das empresas nos próximos anos.
Contudo, somos nós seres inovadores por natureza?
Vejamos a seguinte situação: um(a) estagiário(a) da nossa empresa vem com uma ideia muito nova, aparentemente muito simples para dar certo, a qual tem um baixo custo de testagem e implantação, mas que pode gerar resultados fantásticos se for compreendida pelos clientes da nossa empresa.
Será que nós, pensadores e formadores de opinião, com nossos modelos mentais estruturados, conseguimos, de fato, dar espaço para este novo conhecimento?
Não será mais fácil dizer: aqui sempre foi assim? Há quanto tempo você acha que estou aqui e você acabou de chegar na empresa! Você realmente está tentando me ensinar algo novo?
Você pode dizer, nunca tomamos este tipo de atitude lá na empresa, não somos sectários, nós incluímos a todos.
Será mesmo?
Convido você a analisar alguns critérios básicos para que a inovação aconteça.
Critérios básicos para que a inovação aconteça na empresa
Perceba, Líder Inteligente, que há alguns critérios para que a inovação aconteça de forma natural na sua organização:
- Diálogo entre todas as pessoas da organização: o diálogo deve ser uma constante entre as pessoas e não necessariamente somente entre pares. O que quer dizer aceitar ideias opostas às suas e se dar a oportunidade de pensar sobre elas. Caso contrário, não há diálogo de verdade.
- O aprender a aprender: este, como nos traz Peter Senge, na obra A Quinta Disciplina, na realidade depende do diálogo verdadeiro, senão não acontece de jeito nenhum. De fato, se você considera que já sabe tudo, não há espaço algum para a inovação.
- A criação de novos conhecimentos: aqui nos baseamos na Teoria de Criação do Conhecimento Organizacional de Nonaka e Takeuchi, visto que eles demonstram que a criação de novos conhecimentos leva, inevitavelmente à inovação contínua.
Agora, reflita comigo, com sinceridade: você e a sua empresa são naturalmente inovadores? Isto está no seu DNA? Será isso perfeitamente possível para os humanos?
Quero, sem querer me estender no assunto, refletir um pouco mais sobre este aspecto do acolher, ou não, os novos conhecimentos.
Por que é muito mais fácil excluir o novo do que acolhe-lo?
Você, inteligente como é, já percebeu que manter o status quo, através da nossa querida e tão estimada Lei da Inércia, sem dúvida nenhuma, é muito mais confortável do que abraçar o novo e desafiar-se a abraçar a inovação. Ao nos aprofundamos na Teoria de Criação do Conhecimento Organizacional de Nonaka e Takeuchi, vemos que um dos critérios expostos por eles como essenciais para que se crie novos conhecimentos é o chamado caos criativo.
Obviamente, que o caos criativo e a Lei da Inércia não são lá os melhores amigos e vão procurar brigar para manter a sua atenção o tempo todo.
Assim, antes de julgar alguém e dizer: esta pessoa tem uma mentalidade de velho ou é muito jovem para saber estas coisas, tem que ser descartada, vale lembrar desta “briga interna” que a Lei da Inércia nos leva a travar com tudo aquilo que deseja nos tirar da nossa zona de conforto, nosso status quo.
Tenho convicção de que se você desafiar os seus modelos mentais terá resultados muito melhores na sua vida e na sua organização.
Fica em Paz!
Por: Jocelito André Salvador, Founder e CEO da Conducere Inteligência Corporativa. Mentor e assessor de Smart Business. Professor universitário, com ênfase em controladoria, educação corporativa, gestão do conhecimento e inovação. Coautor do livro Inovação e Cidades Inteligentes: desafios e oportunidades para as cidades do século XXI.