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Notícias

18 de junho de 2019

Hierarquia versus compartilhamento: será possível equilibrar na sua empresa

Por: Valeska Schwanke Fontana Salvador

 Atualmente, com tantas “teorias” sobre a melhor forma de se gerir pessoas, seus talentos e seu conhecimento, inevitavelmente uma questão vem à tona: será mais sensato manter uma linha de dominação entre líderes e liderados ou compartilhar este poder através de uma democratização?

Pois bem, ser um(a) líder é uma dádiva, mas também uma grande responsabilidade. O (a) líder terá os ônus e os bônus quase na mesma proporção. Todavia, as realizações e o crescimento oriundos do ofício de lapidar talentos, superam todo e qualquer desafio.

Nossa literatura nos brinda com vastos estudos, análises e caminhos possíveis para exercer de maneira mais assertiva essa tarefa. Contudo, a escolha de como exercer essa atribuição dependerá exclusivamente de cada um de nós.

Essa decisão, quase sempre está atrelada ao equilíbrio e à inteligência emocional, à grandeza de espírito, ao pensamento sistêmico e, principalmente, a maneira de enxergar a outra pessoa. De qualquer forma, sempre existe uma pequena e quase invisível linha que separa os extremos do equilíbrio. Existe um erro enorme nos nossos dias de imaginar que se reinventar e inovar é descartar tudo o que há em nossas organizações.

Assim, vamos refletir e demonstrar como é possível e benéfico equilibrar hierarquia versus compartilhamento.

Controle hierárquico versus democratização da mudança

Conforme os autores, Simon Horan e Michael Connerty, em artigo para a Harvard Business Review, quando existe na empresa um ambiente propício a que todas as pessoas possam tomar decisões, há uma tendência de maior comprometimento e engajamento. Entretanto, caso haja uma ordem direta, há um risco de extrair da empresa essa energia criativa. Todavia, não havendo um “controle”, possibilita-se ações desordenadas e sem objetivos fim.

Então, como equilibrar hierarquia versus compartilhamento?

Vejamos dois casos distintos e você conseguirá avaliar por si só tal questão.

  1. Uma forma muito inteligente de ensinar e aprender

O (a) líder diz para o seu time: usem da criatividade, mas estarei próximo a vocês para o que necessitarem.

O time sempre tem a oportunidade de questionar os modelos mentais da liderança. O entendimento tácito que havia na empresa é que o(a) líder não vem para destruir o que as pessoas do time já sabiam, mas para confirmar e lapidar o seu conhecimento. Além disso, tal líder ao perceber que as pessoas do time começavam a despertar suas competências, enviou eles a campo, sem sua supervisão direta. Confiava que aquelas pessoas já tinham as competências essenciais e estratégicas para desempenhar com excelência suas atribuições.

Resultado: todos ganharam com os resultados positivos alcançados, a empresa, a liderança e o time.

  1. O apreço pelo poder para controlar os outros

Há algum tempo, meu marido e eu, estávamos assistindo um reality show sobre alta gastronomia. Além de nos deliciarmos com as ideias criativas de pratos extremamente harmonizados, tivemos um “prato cheio” sobre cases, positivos e negativos, de liderança. Em um dos episódios, uma das participantes, a qual demonstrava autoritarismo e gosto pela chefia, não pela liderança, “destruiu” sua equipe com frases do tipo:

“Eu sei, então vamos lá. Quem é o capitão? Esse negócio de dar democracia para todo mundo, para mim é pessoa que não sabe mandar. Eu sei fazer e sei mandar.”

Agora veja um relato de uma das participantes desta equipe: “A empresa é reflexo do seu líder.”

Resultado: dos 50 pratos que foram entregues, esta equipe recebeu 2 votos favoráveis. Além disso, todos os demais participantes, desde então, sabem apenas uma coisa:  não querem estar na equipe em que esta pessoa, que foi sua “líder” estiver.

Manda quem pode, obedece quem tem juízo!

Este ditado popular foi muito bem construído! Contudo, quem não compreende o que ele diz, pode interpretar de forma errônea. Perceba: “manda quem pode”, ou seja, quem tem autoridade para exercer algo. “Obedece quem tem juízo”, isto é, sabe ouvir, pensa, reflete e usa de bom senso.

Agora, a partir do momento em que não é permitido que as pessoas reflitam, coloquem suas competências em ação, então estamos perto de uma ditadura ou total submissão. Pois, já nos diz muito bem o Papa Francisco: “Estás investido em autoridade? Sê santo, lutando pelo bem comum e renunciando aos teus interesses pessoais.” (Exortação Apostólica, Gaudete et Exsultate, 2018).

Porém, sabemos que isso não é necessariamente algo fácil e trivial. É sim uma mudança na forma de gerir, planejar e conduzir o ecossistema empresarial.

De qualquer forma, toda grande caminhada começa com o primeiro passo. Não é mesmo?

Autora: Valeska Schwanke Fontana Salvador é CPO e CO-Founder da Conducere Inteligência Corporativa. Mentora, professora universitária e Advisor de Smart Business. Possui especialização em Inovação em Tecnologia Educacional e Design Instrucional/Educacional.

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