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Foto: Divulgação.

2 de julho de 2021

Estudo aponta 17 nascentes de água e apenas uma potável em Não-Me-Toque

Por Roger Amaral

Um estudo desenvolvido pela Gestora Ambiental Elisa Schuster demonstra a importância da preservação de nascentes.  É a etapa mais importante no ciclo hidrológico da água, visto que a mesma é o elo entre o subterrâneo e a superfície. Além de ser o ponto mais frágil, pois o homem pode influenciar diretamente no seu desaparecimento ou conservação.

Gestora Ambiental Elisa Schuster. (Foto: Divulgação/Arquivo pessoal).

Para o seu trabalho de conclusão de Especialização em Gestão e Sustentabilidade Ambiental pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, a profissional realizou um aprofundado estudo sobre a existência das nascentes no município de Não-Me-Toque, um trabalho que foi dividido em três etapas.

A primeira etapa compreendeu o mapeamento dos locais onde delimitavam cursores de água na cidade através de um mapa hidrológico. A partir dele foram identificados os locais onde posteriormente foi constatado a presença de uma nascente. Os pontos foram numerados identificando um total de 17 nascentes ativas em Não-Me-Toque, sendo que destas, duas nascentes surgiram no decorrer dos últimos anos.

Após o trabalho de mapeamento, Elisa, realizou a avaliação do nível de preservação das nascentes.  Isso feito por meio de um método adaptado, de modo que as características de preservação fossem divididas entre péssima, ruim, boa e ótima.

Cada nível possuía a sua pontuação, levando em consideração a arborização, coloração da água, cheiro, presença de animais, presença de pessoas, entre outros aspectos.

Na conclusão foi atestado que, das 17 nascentes, 7 estão aterradas (41%), ou seja, estão localizadas em pontos urbanos com a presença de construções ou edificações devido ao aumento expansivo do município. As demais na classificação estão em patamares considerados razoáveis ou em péssimas condições de preservação. Apenas uma foi classificada com boa preservação. A grande maioria das nascentes já não possui arborização ao entorno, a coloração da água é escura e contém a presença de espumas.

Qualidade da água

Na última etapa, foram realizadas as testagens da água. Elisa relata que foi até os locais, coletou amostras para os testes químicos, como de Ph, coliformes fecais e toxidade em geral. Infelizmente, a constatação traz a realidade à tona. As nascentes no município estão contaminadas com a presença coliformes devido o lançamento de resíduos de banheiros e também esgoto de cozinhas direto no solo.

Essa constatação também está disponível no plano de saneamento municipal que informa que 80% das casas tem lançamento no solo.

Fechando assim a pesquisa desenvolvida por Elisa, afim de despertar na comunidade o interesse em desenvolver políticas públicas voltadas para a preservação e recuperação das nascentes.

As nascentes são indispensáveis para a concepção e sustentabilidade dos rios e controle de erosão do solo. Entretanto, com a degradação, o percurso de água pode ser prejudicado. Sendo assim, se não houver a proteção, a vazão de água disponível será menor e os cursos d’água podem secar, prejudicando a qualidade das águas e afetando todos os seres vivos que dependem dela para sobreviver.

Nascentes no município estão contaminadas com a presença coliformes devido o lançamento de resíduos de banheiros e também o esgoto de cozinhas direto no solo. (Foto: Divulgação).

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