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Alberto Maurer recebeu o engenheiro agrônomo da Emater, Vinicius Toso, no programa Voz da Comunidade, dia 26 de junho. (Foto: Jornal A Folha).

2 de julho de 2021

Não-Me-Toque tem produtividade maior que média do estado

Por Helaine Gnoatto Zart

Em entrevista ao programa Voz da Comunidade, Rádio A Folha 104.9FM na manhã de sábado (26/6), o engenheiro agrônomo e responsável pelo escritório da Emater de Não-Me-Toque, Vinicius Toso, falou sobre a safra de verão e as perspectivas da safra de inverno deste ano. Convidado do apresentador do programa, Alberto Maurer, o agrônomo fez revelações importantes quanto à produtividade a situação dos agricultores de Não-Me-Toque.

A safra excepcional de verão (20-21), que juntou preços com produtividade proporcionou ganhos para a economia brasileira e trouxe recuperação para os produtores que tiveram perdas significativas na safra anterior.

O Rio Grande do Sul alcançou o patamar de 20 milhões de toneladas de grãos relativas à safra de verão. O volume não superou o record que é 21 milhões de toneladas, mas em faturamento foi ainda mais significativo, por conta da valorização cambial e da alta demanda pela China. Soja, milho e trigo alcançaram seus melhores preços históricos. Em Não-Me-Toque, no dia 27 de abril deste ano, a soja alcançou o valor de R$ 170,00 para o produtor. O milho chegou a ser negociado a R$ 92,00 (10/5/21), e o trigo chegou a R$ 84,00 em 11/5/21. O dólar alcançou a cotação máxima de R$ 5,88 em 11 de maio.

O cenário de preço e produtividade ajudou alguns produtores que puderam entregar o produto que ficaram devendo da safra anterior, quando a estiagem baixou a produtividade para menos da metade.

Vinicius Toso avalia que a safra deste ano quase dobrou em relação à anterior, proporcionando para Não-Me-Toque uma renda bruta que inclui o leite, junto com soja, milho e trigo na casa dos R$ 349 milhões, contra R$ 182 milhões de renda bruta no ano passado.

Maiores produtividades

Municípios de abrangência da Regional da Emater Passo Fundo registraram uma média de produtividade de 63 sacas de soja por hectare neste ano, enquanto que Não-Me-Toque alcançou uma média de 70 sacas por hectare. A pior região do estado foi Bagé, com 44 sacas por hectare.

— São 10% a mais alcançados pelos produtores de NMT em relação à melhor região produtora, 36% a mais comparada com a região de pior resultado e 21% a mais que a média do estado. Temos aqui uma agricultura muito eficiente o que faz de NMT um destaque no estado — avalia o técnico.

A soja é a atividade de maior relevância econômica para o município, representa 77% da renda agropecuária, seguida do milho.

A produtividade média do milho no estado foi de 90 sacas por hectares enquanto que em Não-Me-Toque foi de 166, representando 45% acima da média. Comparado com Bagé a média foi 61 sacos e de Passo Fundo 137 sacas por hectares. O município fica novamente no topo da produtividade gaúcha.

A explicação para alcançar estes resultados, segundo análise do engenheiro agrônomo, vêm dos investimentos e gestão do custo de produção. O custo básico é o mesmo para todos, e a diferença vem a partir de práticas adicionais, que garantem alcançar o máximo na produtividade.

Mesmo assim, fatores como disponibilidade de água (chuva) na hora certa e controle de invasoras são consideradas fundamentais, pelo produtor rural Alberto Maurer.

Para Vinicius Toso, as condições naturais são fundamentais, como o solo, o de NMT (latosolo) tem mais capacidade de armazenagem de água.

— Nosso produtor também é muito mais tecnificado, realiza melhores manejos e conta com assistência técnica mais difundida por empresas e instituições, fatores que garantem os melhores resultados — explica.

Cai participação do Leite

A produção do leite que já representou 8% da produção agropecuária chegou a 4% agora. Contribuiu para essa queda o aumento do custo de produção do leite que praticamente dobrou, devido ao uso de ração (grãos supervalorizados) e aumento do custo de plantio (pastagens).

— A atividade leite é muito importante, também tem o caráter social, porque agrega valor local, proporciona receita mensal, e atende famílias com pequenas áreas — motivo que deve ser sempre incentivada, considera Toso.

Safra de inverno

O governo do Estado anunciou incremento de área no plantio do trigo para esta safra de inverno, mesmo efeito em Não-Me-Toque onde a estimativa é de 15% a mais de área. Na cevada o aumento foi de 210 hectares agora 700 ha.  Ao todo, NNT tem 22% a mais de área para culturas do inverno.

No estado 13% a mais de área com trigo representando 20,6% a mais de produção do que no ano passado. O potencial produtivo de trigo do estado é  de 44 sacas por hectares, enquanto que NMT está estimado em 60 sacas por hectares. Esse volume é o potencial, mas nossa média histórica ficou em 49 sacas por hectares.

O clima é o principal fator que faz com que baixe a média. A chuva em excesso e as geadas em momento impróprio acabaram desestimulando o cultivo nos últimos anos.

R$ 45,24 é o preço médio do trigo dos últimos 5 anos e este ano está em R$ 77,00, preço que motiva o plantio na expectativa de um retorno.

Junto com o preço de mercado, o lançamento de cultivares mais precoces, servem de estímulo ao produtor par arriscar mais com o trigo, já que reduz o tempo de exposição da planta ao clima.

— Tivemos aqui um pouco de cautela e atraso no plantio da safra de inverno, iniciada em junho, motivados pelo medo das geadas tardias, tomando por experiência o ano anterior, quando tivemos uma geada tardia que afetou profundamente o desempenho da safra.

A canola que foi introduzida em 2009, trigo mourisco e triticale são alternativas de culturas de inverno que podem agregar renda sem oferecer grandes riscos aos produtores. Neste ano, a área de canola não chega a 40 hectares.

Vinicius Toso também integra o Conselho Municipal Agropecuário, que discute questões de interesse do município nesta área, como o valor da terra nua.

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