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Notícias

24 de agosto de 2021

Apae vive Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla

Mircéia Kellermann, Helaine Gnatto Zart, Tatiane Stumm e Paula Lazzari Quadros
Por Helaine Gnoatto Zart

De 21 a 28 de agosto, ocorre a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla com atividades desenvolvidas pelas Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae). Em Não-Me-Toque as atividades especiais alusivas à semana iniciaram na segunda-feira (23) e prosseguem até dia 27.

Para abrir a semana e explicar a finalidade desta mobilização, A Folha recebeu a diretora da Apae de Não-Me-Toque, Mircéia Kellermann, a líder do grupo Mães Incríveis, Tatiane Stumm, e a presidente do Conselho Municipal de portadores de Deficiência, Paula Lazzari Quadros, que também representou a Secretaria Municipal da Assistência Social.

A Atividade foi uma iniciativa da Federação Nacional das Apae, para difundir as ações desenvolvidas e, especialmente, para debater e conscientizar sobre os diretos das pessoas com deficiência.

O tema do ano “É tempo de transformar conhecimento em ação”.

— O Brasil tem uma das melhores legislações do mundo com relação à proteção e aos direitos das pessoas com deficiência, amparando a educação, saúde, transporte e renda, apenas que não se consolidam na integralidade, por isso o tema deste ano é muito relevante — avalia Mircéia Kellermann.

As atividades oportunizam levar conhecimento aos pais, familiares e à população para que reconheçam e busquem efetivamente esses direitos.

Inclusão na escola regular

Mircéia defendeu a lei que promove a inclusão dos portadores de deficiência na escola regular, no entanto, reconhece que o sistema não está apto para atender a lei na integralidade.

– Esta inclusão ocorre na educação especial (Apaes) que realiza um trabalho tão amplo e abrangente que a torna imprescindível, porque vai além do aprendizado escolar – defende a diretora da Apae.

Também lembra que em Não-Me-Toque algumas escolas da Rede Municipal contam com salas de atendimento especializado, recursos que representam um grande passo para acolher os alunos com deficiência de aprendizagem.

Há 10 anos atuando em assistência social, a psicóloga e presidente do Conselho da Pessoa com Deficiência, Paula Lazzari Quadros, destaca que o atendimento nestas salas depende de um laudo.

— Hoje temos uma gama de estudantes que poderiam ser atendidos nas salas especializadas, mas que não contam com diagnóstico, nosso maior desafio no momento — explica.

De acordo com levantamento atual da Secretaria Municipal da Educação, existem alunos que apresentam deficiência de aprendizagem, mas que não estão diagnosticados, por isso não estão usufruindo das salas especializadas.

Neste ano, a Apae firmou parceria com a Secretaria Municipal da Educação, que resultou na formação de uma equipe multidisciplinar com psicóloga, fonoaudióloga, fisioterapeuta e assistente social. Já foram realizados 22 diagnósticos que possibilitam a estes alunos o acesso ao atendimento especializado.

Inserção no mercado de trabalho

O diagnóstico realizado penas pelo psicólogo por meio de testes de QI, também serve para inclusão no mercado de trabalho, para as cotas reservadas aos portadores de deficiência.

Paula lembrou que a colocação no mercado de trabalho foi uma conquista do Conselho Municipal das Pessoas com Deficiência, que em 2015 trouxe o tema para o fórum anual e resultou na fiscalização nas empresas, abrindo as portas para contratações. A lei das cotas existe há 30 anos, mas as empresas ainda alegam dificuldades de receber pessoas com deficiência. Entre as dificuldades estão acessibilidade para cadeirantes.

Medo e preconceito

A aceitação é um dos principais entraves na família para que os portadores de deficiência tenham acesso aos seus diretos, especialmente na educação e desenvolvimento cognitivo.

Tatiane Stumm, relata sua experiência como mãe:

— Eu demorei muito para aceitar que meu filho teria que ir na Apae. Querendo ou não, a gente tem um certo preconceito. O atendimento faz muita diferença na vida do nosso filho e na nossa vida também e foi em busca de uma rede de apoio que criamos o grupo Mães Incríveis.

Semana da Conscientização

Dia 23 – segunda-feira: trabalho manual em sala de aula, sobre o tema “É tempo de transformar conhecimento em ação”.

Dia 24 – terça-feira: seção de cinema com filme de superação.

Dia 25 – quarta-feira: gincana, atividade lúdica e recreativa no pátio da escola,

Dia 26 – quinta-feira: amostra de trabalhos pedagógicos, manhã e tarde, aberta à visitação, na escola.

Dia 27 – sexta-feira: 14h, mobilização com passeata a partir da Praça Dr. Otto Schmiedt até a prefeitura, onde vai ocorrer distribuição de panfletos uma apresentação. Participam profissionais e diretoria da Apae, Conselho Municipal, apoiadores e Mães Incríveis. Neste dia, também ocorre visita dos alunos à nova sede da Apae, em construção no bairro Três Irmãos.

A Apae de Não-Me-Toque existe há 47 anos, têm alunos com 45 anos de instituição e, atualmente, atende 81 alunos.

O programa especial está disponível no Facebook Rádio A Folha https://fb.watch/7B5BA3FEeZ/ e também no Youtube TV A folha Não-Me-Toque https://youtu.be/g0jc8JXu_4k

 

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