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Notícias

6 de novembro de 2021

Miss Brasil: Julia Gama é desconvidada por quebrar regras do contrato

Julia Gama, eleita Miss Brasil 2020, desabafou nas redes sociais e contou ter sido desconvidada pela organização do evento para coroar a sucessora como tradicionalmente ocorre. A coroação do concurso será realizada na próxima terça-feira (9/11), a bordo de um navio. Apesar de receber convite formal, acabou tendo seu nome retirado sem receber uma explicação da organização.

"Queridos Missamores, é com tristeza que hoje venho anunciar oficialmente que não estarei presente na final do Miss Universo Brasil 2021. Como eles não deram explicações do porquê de tal decisão me resta respeitar a decisão deles mesmo sem entendê-la. Não posso dizer que sou indiferente a esta situação porque não sou", inciou.

A atual Miss Brasil lamenta a decisão e afirma sempre ter se dedicado para alcançar o posto: "Eu dediquei tudo de mim ao título de Miss Universo Brasil para representar para o mundo a Organização Miss Universo Brasil, a cada um de vocês e o Brasil da melhor forma que eu poderia fazer".

Segundo Julia, o seu contrato com a organização do Miss Brasil se encerrou em maio. A entrevista em que ela foi perguntada sobre a regra de não poder casar e ter filhos para miss aconteceu depois disso.

"Eu disse que eu entendo não poder ter filhos, é um compromisso de 24 horas que você assume como miss". Sobre o estado civil, Julia pensa diferente. "Eles controlam a nossa vida privada, se você é solteira, se tem namorado, como é que você vai se portar ou não. Eu acho que isso é uma invasão da privacidade da miss porque ter namorado ou ser casada não altera o quão profissional você pode ser".

Segundo ela, o papel da miss é ser uma porta voz para representar o país e causas importantes. "E não ser um chamariz pra patrocinadores porque ela é solteira, entende?".

Julia namora o seu agente e conta ter enfrentado oposição do concurso pelo fato de ele acompanhá-lo nos compromissos.

"Eu disse que não fazia sentido", diz.

Ela conta também que avisou ao concurso que se posicionaria.

"Eu perguntei se eles não queriam repensar a posição deles sobre isso, porque eu achava machista e eu não ia concordar com isso, uma vez que eu não tinha mais contrato com eles e foi isso que aconteceu", conta.

Antibolsonarismo

Julia afirma que não sabe se esse foi o motivo para ser afastada da final do concurso, mas também relatou que tem divergências políticas em relação à direção do concurso.

Ela afirma que foi acusada de ser apoiadora do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante o concurso, devido a uma suposta identificação de membros do concurso com o presidente. Em setembro, decidiu se posicionar contra Bolsonaro, após o fim de seu contrato.

"Resolvi me posicionar pro meu público, saber quem eu sou de verdade, porque eu não sou bolsonarista. E não é nem uma questão pra mim política, pra mim eu não ser bolsonarista é porque ele infringe valores morais e princípios que pra mim são inflexíveis", diz.

Prejuízo de R$ 25 mil

 

A miss conta que começou a se preparar assim que recebeu o convite. Comprou cabines para o cruzeiro onde será realizado o concurso para sua família participar, e encomendou o figurino que usaria ao longo do evento.

Após ser avisada de que seria dispensada, contatou o concurso para tentar reaver os gastos com as cabines. "Não se preocuparam com as despesas que eu havia tido. E eu perguntei 'qual é a justificativa, o que vocês querem dizer pro público quando vocês querem anunciar, o que aconteceu'", diz.

"Simplesmente ignoraram todos os meus contatos, por e-mail, por mensagem, mandei mensagem pro dono do concurso, pra realmente todos os meios que podia e não obtive nenhum retorno deles", relata.

 

O prejuízo, segundo a miss, é de R$ 25 mil. "Eu fico muito chateada pelos meu parceiros porque foram estilistas que investiram muito dinheiro, tempo deles pra fazer os looks pro confinamento, eles acabaram saindo no prejuízo porque o trabalho deles não vai aparecer", afirma.

Ela diz que não pretende ingressar com pedido de indenização ou dano moral. "O que eu quero é paz na minha vida. Pra mim esse apoio do público que eu to tendo é o que prova que vale a pena você ser fiel aos seus valores aos seus princípios e o que eu quero é isso, reforçar isso na minha vida a cada dia".

Em nota, a franquia brasileira do concurso Miss Universo Brasil 2020 disse que Julia "descumpriu cláusulas do contrato", após questionar regras do concurso na mídia e para fornecedores, acusando a organização de ser ultrapassada e machista.

O texto fala ainda que as regras do concurso brasileiro seguem as normas internacionais do concurso Miss Universo. Leia na íntegra.

g1 ainda questionou a organização do concurso sobre o posicionamento político e sobre o impedimento de misses namorarem. Até a última atualização desta reportagem, a reportagem ainda aguardava retorno.

Nota do concurso

 

Júlia Gama, Miss Universo Brasil 2020, não irá passar a faixa para a vencedora do concurso da edição 2021. A decisão foi tomada em razão de a Miss ter descumprido com cláusulas do contrato firmado com a organizadora do concurso. Ao contrato realizado com a empresa, a candidata compromete-se a zelar pela imagem do concurso nacional e internacional (Miss Universe) e pelo título - cláusula esta prevista e mandatória em todos os contratos das candidatas que concorrem ao certame internacional.

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