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Notícias

16 de julho de 2022

A evolução do relacionamento

Era uma vez uma linda moça que conheceu um belo rapaz, se apaixonaram, casaram, tiveram lindos filhos e viveram felizes para sempre. Conhece essa história?

Tenho certeza que sim. Relacionamentos construídos por meio da troca de interesses ou baseados em uma avassaladora paixão. A troca de interesses é fácil de compreender e até aceitar, uma das partes entra na comunhão com a responsabilidade financeira e a outra parte com a responsabilidade pela casa e pelos filhos. Em contraponto, temos os relacionamentos que começam com uma história de “amor”, baseados inteiramente na paixão recíproca. O primeiro, baseado na troca de favores, possui mais sustentação e pode ser longo, já que um depende do outro de alguma forma. Já o segundo, para progredir, deve evoluir de alguma forma para que dure, já que paixão eterna não se sustenta. Quando a paixão acontece, diversos fenômenos fisiológicos são desencadeados e as descargas hormonais te levam a acreditar que enfim encontrou o salvador, a personificação dos seus sonhos e desejos mais profundos. Aquele que vai te fazer “feliz para sempre”.

Há pouquíssimo tempo, atrás o divórcio era mal visto pela sociedade e existiam diversos tabus que o envolviam. Pelo medo das represálias da sociedade e pela dependência emocional e financeira foi que presenciamos muitos casais comemorando suas Bodas de Ouro. Quando você não enxerga outra alternativa, a alternativa é ser feliz com o que se tem e onde se está, por isso que a maior parte dos casais que envelheceram juntos, alegam amor e felicidade.

Nos dias de hoje, os relacionamentos estão cada vez mais fugazes e existem encontros apenas com finalidade sexual. Um problema real ou o fim da hipocrisia?

Relacionamentos sempre foram difíceis! Entre pais e filhos, irmãos, amigos e é claro, casais. Quando você se relaciona, automaticamente, começa a atribuir ao outro a responsabilidade de te fazer feliz. Você procura a alma gêmea, a metade da laranja e a tampa da panela, incessantemente, até perceber que a sua tampa sempre esteve aí dentro, que é uma laranja completa e que existem muitas almas amigas. Nós sempre seremos os responsáveis por suprir qualquer falta, qualquer carência ou sensação de vazio. Devemos construir as condições necessárias para sermos independentes, devemos criar expectativa com a nossa evolução e exigir de nós mesmos o nosso melhor, nunca do outro. O outro, independente de quem ele seja, é somente outro ser humano responsável pela própria evolução.

Quando decidirmos compartilhar uma vida, a criação de filhos ou uma casa, devemos compreender que tudo isso exige uma série de acordos. Podemos estabelecer sim, acordos cheios de carinho, compreensão e respeito, mas sempre serão acordos. Através do comprometimento existe o compartilhamento de felicidade. A convivência com o outro é uma ótima alternativa para os que almejam seu desenvolvimento moral. Se estiver disposto, poderá progredir muito em relação à paciência, tolerância, controle da impulsividade, empatia, respeito e caridade. Todos esses aspectos da sua personalidade serão testados na vida compartilhada.

Eu acredito em um futuro cada vez melhor, acredito na evolução do comportamento humano, assim como na evolução dos relacionamentos. Se vamos sofrer ao perceber que não existem mais príncipes e princesas, é uma escolha. A verdade é que sempre seremos os responsáveis pela construção do nosso conto de fadas.

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