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28 de agosto de 2022
Isolamento social e as consequências na aprendizagem e desenvolvimento
Kerlei Frizzo-
Autora, Pós-graduanda em Psicologia do Desenvolvimento Humano e Aprendizagem/PUC-RS
O isolamento social acabou, mas as consequências deste período podem ser sentidas em vários contextos. Somos seres sociais e as relações humanas são
fundamentais para que possamos nos conhecer como sujeitos porque este processo faz o refinamento da inteligência, uma vez que são nestas interações que conseguimos descobrir quem realmente somos.
O filósofo e teólogo austríaco, Martin Bubber, afirma que o homem tem sua realização na comunidade, no relacionamento com o outro e valoriza muito as
relações existentes entre Eu e Tu, mas estas não podem ficar fechadas como se fossem “mundinhos”. Todas juntas devem formar uma comunidade que visa a vida, o amor; comunidade em que os homens sejam íntegros, maduros, serenos e de boa vontade.
Por outro lado, sem a socialização, houve uma ruptura nos laços de encontro
Comprometendo, desta forma, o desenvolvimento do cérebro, uma vez que isto causou um aumento dos níveis de ansiedade e sintomas depressivos porque houve a ausência da liberação de hormônios do bem-estar como a ocitocina, que é liberado em contato com o outro.
Pode-se também acrescentar sintomas de desatenção, perda de memória que influenciam o desenvolvimento da linguagem causando déficits sócio-emocionais, aumentando o número de dificuldades na aprendizagem e transtornos do desenvolvimento que são de causas genéticas, mas ficam mais evidentes sem o estímulo do convívio social.
É preciso apontar que déficits na atenção, memória e controle inibitório não se resolvem sozinhos e necessitam de avaliação e intervenções com profissional
especializados para que o sujeito possa, por meio destas mediações, regular a emoção e então ser capaz de se desenvolver, que é um processo relacionado às modificações estruturais do cérebro.
