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Notícias

18 de setembro de 2022

Onde estão os vilões da história?

Planeta Terra: 66 milhões de anos atrás. Aquele era mais um belo dia em um planeta completamente saudável. Muitas espécies vegetais usufruíam a luz do sol, a água pura dessedentava inúmeros animais e a cadeia alimentar estava completamente equilibrada. Naquele mesmo dia um tiranossauro faminto encontrou filhotes de braquiossauro e saciou a sua fome, depois disso, entrou em luta corporal com a mãe braquiossauro e a deixou completamente ferida, poucas horas depois ela serviu de alimento a um grupo de velociraptors que passavam pelo local. Mais um dia normal no planeta. Nenhuma espécie previu a sua extinção naquele dia fatídico, mas em trajetória retilínea em direção à Terra estava um asteroide de 12Km de diâmetro. Depois que o asteroide caiu, muitas espécies foram completamente extintas e não foi um dia triste no nosso planeta. A tristeza foi criada muito tempo mais tarde com a evolução de uma espécie X de primata que originou a espécie humana. O Tiranossauro não se considerava tirano e o velociraptor não sabia que seu nome seria dado em razão de sua velocidade.

O asteroide que caiu no planeta há 66 milhões de anos não foi planejado e não foi questionado. Ele apenas existiu e era parte do cosmos, era parte da natureza. E aí vem o principal questionamento.

“O que não é natural?”

Crescemos ouvindo que a interação do homem no planeta é predatória, que destruímos a natureza e extinguimos muitas espécies vegetais e animais. Mas por que consideramos que a expressão do homem não é natural?

Prédios, pontes, estradas, indústrias, guerras, veículos automotores. Não podemos negar que o homem interage de forma incisiva no planeta, mas não podemos considerar que não é natural. Se somos uma espécie expansiva, predadora e com uma incrível capacidade de explorar, se adaptar e proliferar, isto é o que somos. Tudo o que fizemos e transformamos foi feito com o recurso natural do planeta que habitamos. Nós somos daqui.

No ponto em que deixamos de nos acolher como parte do lugar que habitamos, passamos a nos diferenciar, passamos a não nos reconhecer como espécie terrena. De acordo com o budismo “tudo o que existe é legítimo”, se a espécie humana terminar com os recursos naturais que garantem a sobrevivência nesse planeta nunca deixará de ser algo natural, assim como foi natural o asteroide que extinguiu quase todas as espécies de animais daqui.

Se o nível de consciência de um grupo evolui no sentido da proteção, da subsistência e da conservação, essa é a evolução do pensamento baseada no instinto da sobrevivência, no instinto de perpetuação da própria espécie. Este grupo faz parte de um organismo que vibra junto. Uma só espécie. É importante compreender que você não abandona aquilo que você é por deixar de agir como a maioria, mas você e os demais são parte natural daquilo que existe.

O bem e o mal são apenas duas faces da mesma moeda. Eles só existem por que os nominamos. Na existência tudo busca a harmonia, na cadeia alimentar não classificamos o predador como assassino e não classificamos a presa como vítima. Eles só desempenham perfeitamente seu papel natural. E você, ser humano, da mesma forma, está aqui desempenhando seu papel natural. Esse planeta também é seu.

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